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Larissa 🧿

Desci do carro depois do Gabriel e ele segurou minha cintura me colocando ao seu lado, fui seguindo os passos dele que nos deixou parados na frente do Henrique que fumava e soltou a fumaça bem na minha cara.

Neguinho: Cadê o menor?

Henrique: Perda de tempo, você só ver ele quando eu quero que veja.- Falou rindo.

Lari: Para de usar ele, é só uma criança.

Henrique: Se tu quer ver o menino, sobe aí. Sozinha, mas de preferência tu para no meu quarto antes.- Sorriu e eu encostei a cabeça no Gabriel.

Neguinho; Toma jeito de homem caralho, ela é minha mulher.- Henrique me olhou dos pés a cabeça e eu quis recuar, mas o Gabriel me segurou.

Henrique: Logo menos vai ser minha pô, relaxa. Mulher como ela só se importa com quem tem mais poder, não sei porque ela acha que agora é tu que tá acima, mas logo menos ela vai tá do meu lado.

Lari: O que faz você achar que eu não amo o Neguinho? E que escolheria ele mil vezes, em todas as circunstâncias? Nunca vai ser você.- Sorri vendo ele fechar a cara aos poucos.

Henrique: Tu não vai ver o Heitor, mete o pé.- Apontou.

Neguinho cutucou minha cintura e os meninos caminharam pra nossa frente, fazendo a gente da as costas e entrar no carro. Eu deitei a cabeça no Gabriel chateada e ele beijou minha cabeça.

Neguinho: A calma tá acabando.- Falou com o 2k que tava no banco de motorista tirando o carro dali.- Vou avançar antes que ele comece, já fico com alguma vantagem.

2k: Boto fé, mas tu sabe muito bem o que precisa fazer antes de querer começar a guerra.- Fiquei calada.

Fiquei olhando pela janela os meninos passando de moto na frente e estávamos bem tranquilos quando o raidinho começou a várias vozes e eu me assustei, me ajeitando no banco e os meninos colocando o raidinho pra falar. "É uma armadilha, volta, volta!" "Tá cheio de cana aqui, foi armado, faz a volta."

Neguinho: Desvia o caminho, caralho.- Falou alto com o 2k que engatou a ré mas era possível ouvir o bagulho da sirene.- Filho da puta.

2k: Desce e entra na mata.- Falou enquanto engatava a ré procurando uma rua pra entrar.- Tá tudo cercado, não adianta nem tentar da fuga no carro, vai ser pego.

Neguinho: Os menor te pega no caminho da delegacia.- Falou abrindo a porta e me olhou.- Bora.

Eu estava em choque ainda, sem reação e quase não me movimentei. O 2k dominou a velocidade e fez a gente pular pra fora do carro, mas quando olhamos pra frente tinha vários carros de polícia e alto barulho de tiro vindo do morro do Henrique.

Neguinho puxou minha mão e começamos a correr, escutamos um grito de um policial "eles tão indo pra mata." Me desesperei quase parando com o susto e o Gabriel me puxou pra continuar a correr.

Neguinho: Corre sem olhar pra trás, não para, jae? - Falou me puxando.- Não importa se tá me vendo ou não, só corre.

Larissa: Você não vai voltar lá, não é? - Ele negou enquanto me puxava.

Neguinho: Vou da um toque pros moleques do morro, vou tá atrás de tu cara.- Falou ofegante.- Corre, não para nem quando achar que é seguro.

Confirmei com a cabeça e ele soltou minha mão me dando o celular dele com a lanterna ligada. Coloquei o meu na mão dele e comecei a correr como ele disse, não sabia quanto tempo já tinha se passado, mas ele ainda estava atrás de mim falando com os moleques e o barulho de tiro era bem alto ainda.

Conforme eu fui correndo, acabei me perdendo do Gabriel, o barulho de tiro já não era tão alto e eu não sabia pra onde ir, senti uma fraqueza na minha perna e quando iluminei, vi que tava cortada, provavelmente por causa de algo que eu tinha passado e nem visto, mas sangrava é doía bastante. Me sentei no chão buscando fôlego e iluminei tentando achar o Gabriel, quando escutei sua voz foi o mesmo momento que senti uma mão na minha boca.

Neguinho: Larissa? Porra Larissa.- Falou baixinho e eu me debati tentando me soltar das mãos que estavam em minha boca, quando coloquei a lanterna pra cima pra ele ter uma visão, a mão bateu no meu celular fazendo cair com a lanterna pra baixo.

Henrique: Fica quietinha amor, se não quiser que eu mate ele aqui mesmo.- Sussurrou no meu ouvido e eu reuni todas as minhas forças pra fazer com que minha mão batesse em seu rosto. Ele me soltou por mínimos segundos e eu aproveitei pra gritar.

Lari: O Henrique tá aqui, corre Gabriel.- Gritei o mais alto que pude.

Mas o alívio não durou por muito tempo, escutei mais passos se aproximando e em seguida um tiro, a mata ficou em silêncio e a mão do Henrique voou para meu pescoço apertando e sua respiração se colocou no meu rosto.

Henrique: Eu avisei.- Sussurrou dando uma risada no final. 

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now