Crime Perfeito

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Larissa 🧿

Deixamos o Heitor em casa antes de ir, já tínhamos saído de tarde e Neguinho falou que era melhor deixar. Heitor por sua vez ignorou, porque só quis brincar então foi suave.

Quando chegamos lá, o 2k já tava sentado e conversando com uma menina, troquei olhares com o Gabriel a gente foi até eles, se sentando.

2k: Essa é a Luana, pô.- Apontou pra ela e ela sorriu.- A amiga da Yasmim.

Tentei ser o mais simpática possível, não era porque ele terminou que a Bia que eu não achava que eles iam voltar e ainda apoiava. Neguinho só balançou a cabeça não dândi muito atenção e a gente ficou escolhendo os sabores, Gabriel tava com o braço esticado pelas minhas costas e mexendo no meu cabelo.

2k: Tá gata ein.- Falou comigo e eu sorri.

Neguinho: Qual foi meu rapaz, perdendo a noção do perigo? - Brincou.

2k: Sabe como é, jogador caro.- Eu gargalhei e olhei pro Gabriel, ele esticou a outra mão batendo no braço do 2k e eu olhei pra Luana, ela encarava tudo com um sorrisinho.

Fiquei na minha noia mas o santo não bateu, mesmo assim não deixei de ser legal e conversar quando me cabia. Ela se levantou pra ir no banheiro e eu baixei a cabeça olhando pro meu celular, até sentir o Gabriel me cutucando.

2k: Gostou dela não, né? - Brincou e eu olhei pro Gabriel que sorriu.

Lari: Não mesmo, sei lá. Ela não me parece ser confiável...- Ele negou com a cabeça.

Neguinho: Isso se chama ciúmes por causa da Bia.- Encarei ele e neguei. 

Lari: Tá bom...- Ignorei eles e nossa comida chegou.

O celular do 2k começou a vibrar com mensagem e eu ignorei todos, começando a comer minha pizza, mas fui atrapalhada.

2k: Pô amiga, tu vai lá no banheiro ajudar ela? - Encarei ele.- Ela disse que sujou a roupa, algo assim.

Respirei fundo e me levantei, coloquei o meu celular na cintura cobrindo com a blusa e entrei no banheiro, fui procurar nas cabines e quando cheguei na última, que era a única fechada, bati.

Lari: É a Larissa, o que rolou? - Falei olhando pra porta e ela abriu.

Luana: Sujei meu short .- Falou me mostrando, tava muito visível a menstruação ali.- Amiga, você poderia me levar na tua casa? Não quero ficar aqui, de lá eu ligo pra alguém vim me buscar.

Lari: Posso te acompanhar até a casa da Yasmim.- Falei olhando pra ela.- Ela tá em casa, aliás, vou ligar pra ela e ela te traz um casaco, melhor do que sair assim...

Luana: Pode ser.- Sorriu fraco falou andando de um lado pro outro perto da porta.

Eu fui caminhar pra fora do banheiro quando senti a mão dela no meu cabelo com força, Luana tirou uma arma da cintura e colocou no meu rosto, me fazendo ficar paralisada.

Luana: O Henrique já tá chegando pra te dar um destino melhor...- Mal terminou de falar e eu escutei barulhos de tiro.- A gente vai sair daqui quietinhas, se você der qualquer sinal pro Neguinho, quem vai sair machucado vai ser ele.

Lari: O que você quer, garota? - Ela destravou a arma batendo com a mesma no meu rosto de forma leve.

Luana: O Henrique quer o Heitor e você, eu quero a grana que ele vai me dar, só isso.- A porta do banheiro quase caiu quando alguém tentou entrar, mas ela tinha trancado.

Neguinho: Larissa? - Gritou batendo na porta.

Luana: Fala que tá tudo bem, inventa alguma coisa.- Chutou minhas pernas, eu caí no chão com dor e fiquei de joelhos, com ela apontando a arma pra posta.

Lari: Amor, tá tudo bem. Eu tô ajudando a Luana, eu vou pra algum lugar seguro com ela.- Falei alto o suficiente.

Neguinho: Larissa? - Continuou batendo na porta.- Eu não posso ficar muito tempo aqui, tem certeza?

Lari: Tenho sim, cuidado amor...- Engoli o choro.- Eu amo muito você.

Neguinho: Jae...- Ele parou de bater na porta.

Ela ficou aliviada e foi me puxar pelos cabelos pra levantar, mas a porta foi parar no chão e o 2k apontou a arma pra dentro. Gabriel havia arrombado a porta e os dois me olharam assustados, mas o 2k já mirava a arma pra ela e ela voltou a colocar a arma na minha cabeça.

Lari: Tá destravada.- Falei olhando pro 2k que me olhava com carinha de culpado, tá tudo bem amigo, quem manda beijar outras que não seja minha irmã.

2k: Para, solta ela caralho.- Gabriel sacou a arma apontando pra ela também.- Eu sei quem é tua mãe, sei quem é teu pai e sei onde teu irmão mora.- Ela recuou me puxando.- Tu acha que entrou aqui batida é? Ninguém é otario não, se tu não soltar ela agora, tu também vai ficar sem família!

Luana: Se você sair vivo...- Continuou com a postura e 2k tirou o raidinho do bolso.

2k: Eu quero os menor da boca da zona leste indo agora pro.- Falou o endereço, os números. a cor da casa.- Invadido aquela porra e matando...

Luana: Não.- Gritou jogando a arma no chão.- Para, manda eles pararem.

Lari: Da próxima vez pensa melhor.- Virei dando uma cotovelada bem no meio do rosto dela e ela cambaleou batendo a cabeça na parede atrás dela, eu coloquei minha mão no seu pescoço e falei entredentes.- Não ouse achar que consegue encostar no Heitor.

Dei um tapa na cara dela só pelo prazer e Neguinho, ainda mais sem paciência me puxou e atirou na perna dela, segundo ele era pra ela não sair dali. Peguei a arma travando e coloquei na cintura.

Neguinho: É o Henrique, a gente já tá ligado muito bem o que ele quer, tu e o Heitor.- Falou eufórico me puxando, enquanto o 2k fazia segurança de trás, mas o foda é que eles só estavam com pistola, pra bater de frente com moleque de fuzil.- Isso acaba hoje, não vai se estender não, se ligou?

Lari: E o que tu quer? - Falei apenas seguindo ele pelos becos, minha coxa doía mas nem de longe era o momento de reclamar.

2k: Bora pegar o Heitor, o moleque vai fazer o Henrique brotar rápido.- Falou e eu neguei.

Lari: Não da pra usar uma criança como isca de um maluco, ele mata o Heitor em dois segundos, sem nem piscar.- Me neguei e o Gabriel parou de andar, ele estava totalmente sem paciência e eu vi claramente em seu olhar.

Neguinho: Não tá em discussão, se ligou? - Me olhou.- A gente vai fazer e tu só vai vim com a gente, sem papo!

Encarei os dois e o 2k tava olhando pros lados, Gabriel me mandou subir correndo e foi me puxando, eu mal conseguia andar e quem dirá correr, mas tive que suportar o insuportável até minha casa, quando cheguei na tava Heitor, minha mãe e a Beatriz encolhidos no quarto e os três assustados.