Crime Perfeito

54

Larissa 🧿

Olhei pelo vidro de trás vendo que éramos praticamente o último carro da turma, respirei fundo e lembrei, eu só tinha uma chance. Neguinho me falou que bandido sempre andava com uma arma na cintura, agora saber em qual lado era foda.

Eu só tinha milésimos de segundos pra acertar isso, tendo a possibilidade dele bater o carro e acontecer coisa pior, mas por que não tentar?!

No impulso, coloquei a mão no lado direito que era o mais fácil e senti a arma, Henrique tentou puxar minha mão e olhou pra trás, eu apenas distratei e puxei o gatilho pouco me fudendo pra onde ir pegar. Ele gritou acelerando mais o carro e eu vi a marca de sangue crescendo em sua coxa.

Henrique: Para de ser imbecil.- Gritou.

Puxei o freio de mão e o carro girou, pela velocidade que ele estava, não consegui ao mesmo respirar direito, o carro deu uns 5 voltas e cambaleou de lado, senti que o carro ia deitar e chutei o vidro me dando espaço pra sair, mas passei pela janela sentindo meu corpo se arranhar pelo vidro que sobrou.

Gritei de dor ao sentir o vidro rasgar com força minha perna e quando me joguei no chão pude ver um pedaço que entrou na minha coxa. Segurei a dor me esforçando pra levantar e fui me arrastando pra dentro da mata, em poucos segundos os caras do Henrique estariam atrás de mim.

Precisei ignorar a dor, precisei respirar fundo e fingir que eu era forte o suficiente pra aquilo. Mas na verdade minha cabeça girava. meu corpo implorava pra eu parar e eu nem sei se conseguiria aguentar por muito tempo. Não conhecia nem um terço da mata, estava tudo escuro aqui dentro, eu estava morrendo de medo.

Mas eu não podia parar, então fui caminhando por dentro da mata na direção do morro, ou pelo menos, na minha cabeça era isso. Escutei o barulho de moto e me encolhi, mesmo sabendo que nem dava pra me ver. Mas eu não estava tão distante assim da pista, então era só um farol em mim e tudo acabava.

Fui andando em passos lentos mesmo, a única coisa que eu conseguia escutar era barulho de carro e de moto passando pela pista. Por conta disso, me aproximei mais da pista e ao ver que faltava bastante pra chegar no morro eu acabei desabando. Voltei pra dentro da mata e me sentei no chão encostando numa árvore, talvez eu só precisasse descansar um pouco, enquanto a poeira toda baixava. O que nem foi uma missão difícil, eu estava tonta, quase sem ar e não tinha mais forças, ou seja, foi só fechar os olhos que eu adormeci.