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Larissa 🧿

Eu não tava tão a vontade, mas tava de boa. Gabriel me prometeu que a hora que eu quisesse a gente iria embora, então eu tava tranquila.

Eu tava conversando com a Beatriz que tava bebendo e eu tava com uma latinha na mão, mas não tinha bebida quase nada.

Lari: Neguinho tava me falando, disse que quer fazer maior festão pra ela e a Sandra não tá querendo deixar, como sempre.- Falei da Yasmim.- Eu não sei o que passa na cabeça dela.

Beatriz: Eu meio que entendo.- Deu os ombros.- A Sandra criou ele como mãe, nenhuma mãe cria um filho pra ter orgulho se ele entrar pro tráfico.

Lari: Mas ele só fez isso pra eles não passarem mais fome.

Beatriz: E ela tem o direito dela de querer seu próprio dinheiro, pra própria filha. As vezes é muito além do que a gente vê, se fosse eu por exemplo não ia curtir muito, porque podia influenciar minha filha a achar que o dinheiro vem fácil.

Lari: Não sei, mas ele tá tentando resolver. Vai ser próxima sexta, a Yasmim tá doida querendo que aconteça também.- Beatriz concordou.

Olhei pelos lados procurando o Neguinho e achei ele conversando com uns moleques, ele negava a cabeça sorrindo e eu sorri de lado ao ver ele bem assim. No meu celular ainda eram duas da manhã, mas eu tava com fome então me levantei e educadamente cheguei pra abusar a mente dele.

Lari: Licença.- Falei com os meninos e ele me olhou, me puxando pro lado dele.- Tô com fome, muita fome.

Neguinho: Demorou até.- Resmungou.- Desce lá pra pedir, amor. Os menor da segurança tão de rolê por aí, liberei eles.

Lari: Vem comigo, não gosto de ir sozinha.- Pedi fazendo careta.

Neguinho: Vai pô, ninguém vai encostar em você.- Encarei ele que tirou a carteira me dando dinheiro.

Olhei ele me dando uma nota de cinquenta e pisquei, peguei da mão dele e quando fui descer, os meninos que tavam na parte de baixo da subidinha ficaram na ativa e saíram empurrando a galera pra abrir espaço pra eu passar. Olhei pra trás e o neguinho tava encostado na barra de ferro, então ele piscou pra mim e eu gargalhei andando por ali com os meninos liberando espaço.

Pedi meus espetinhos, meu refrigerante e pedi vários chiclete, os meninos perguntaram se eu queria ajuda pra levar as coisas e eu agradeci, voltando da mesma forma, com eles tirando a galera do caminho. Quando cheguei na área o Neguinho riu olhando pra minha mão.

Neguinho: Te falei? Ninguém encosta na primeira dama.- Falou pegando o espetinho e tirando um pedaço de carne.

Lari: Não sabia que você tinha essa moral toda aqui.- Ele se sentou na mesinha comigo.

Neguinho: O frente era cria do meu morro, eu que coloquei ele aqui nesse morro. Quando eu venho o tratamento é de rei, pra mim e pra quem tá comigo, pra minha mulher né.- Falou comendo do meu e eu bati na mão dele pegando.

Lari: Eu ein, vai pegar pra você.- Falei dando o dinheiro do troco a ele, que pegou guardando.

Neguinho: Tu é muito olho grande.- Bateu na minha coxa e eu beijei a bochecha dele.

Eu tinha pedido 4 espetinhos, mas iria comer todos, Gabriel que é invejoso. Ele ficou comigo por um bom tempo, mas depois levantou pra fumar e ficou um pouco mais à frente, eu tava tomando meu refrigerante pois já tinha comido tudo, até uma menina loira chegar aí lado dele.

Encarei ambos e ele olhou de lado, ela sorriu indo abraçar ele mas ele negou com a cabeça, falando algo pra ela, que me olhou no mesmo instante. Sustentei o olhar vendo ela parar de me encarar e voltar a olhar pro Gabriel, ele falou mais algumas coisas pra ela e caminhou pro meu lado novamente.

Neguinho: Quer meter o pé? - Falou olhando o relógio.

Lari: Não, tô de boa.- Olhei pra ele.- Quem era?

Neguinho: Uma colega minha, já fiquei e tal. Queria tbt com o pai, mas como, o pai é casado e posturado. Apresentei a minha mulher e como, a minha mulher ainda ganhou um elogiou, ela disse que você era linda e desejou felicidades.- Falou fazendo gestos e eu gargalhei.

Lari: Que seja repreendido toda inveja.- Levantei os braços pro céu e ele riu.

Neguinho: Que isso novinha, a menina só desejou coisa boa.

Lari: Isso é cobra em pele de cordeiro.- Brinquei e ele segurou meu rosto, me beijando.

Fiz bico ganhando vários selinhos e ele se afastou cantarolando as músicas do show. Quando deu cinco horas eu não aguentava mais ficar ali, neguinho não tinha bebido quase nada então a gente foi de boa pra casa, na maior paz.

Quando chegamos em casa eu ainda tomei um banho e o porquinho não, mas ele me enrolou nos seus braços beijando meu rosto. A gente ainda conversou um pouco até ele tocar no assunto de morar juntos, fiquei pensativa sobre isso porque queria morar com ele, mas queria ter um emprego primeiro, pra não me sentir 100% dependente, nunca se sabe o dia de amanhã.

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now