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Larissa 🧿

Um mês após a descoberta da traição da Beatriz tinha se passado, ela ainda estava mal todos os dias, saia na rua e acabava sempre escutando uma ou outra piadinha, não deixava se abalar no momento, mas depois em casa desabava.

Mesmo que o Neguinho tenha dado ordem pra geral esquecer esse assunto, não adiantava.

Em falar no mesmo, havia um mês que estávamos juntos e estava tudo bem, não brigamos um dia se quer desses 30 dias, apenas estamos vivendo uma fase boa. Tão boa que até estranho as vezes, mas amo ter ele comigo.

Hoje era sábado, me acordei de manhã como costume e me assustei ao ver Beatriz acordada também, me deparei com a cena quando após o café vim escovar os dentes e ao entrar no quarto vejo ela se arrumando.

Lari: Pra onde você vai? - Falei curiosa.

Beatriz:  Fui chamada pra uma entrevista de emprego, vou tentar a sorte.- Sorri orgulhosa.

Lari: Que bom! Você precisa de alguma coisa? - Ela negou.

Mesmo assim, dei vinte reais para passagem e lanche, ela agradeceu e eu fui pro meu trabalho, peguei meu ônibus e fui vendo o belo dia de sol, enquanto conversava com o Neguinho que me falava sobre o dono do jacarézinho. Ele me falava que tinha conseguindo foto de como ele tá atualmente, disse que tava mais ligado e falou também que acha já ter visto de algum lugar.

Não gosto de me meter em assuntos como esse, então só fiquei concordando e deixando ele mandar áudios xingando o homem.

Assim que entrei na casa do meu trabalho senti uma coisa ruim, fiquei sem entender e fui atrás do Heitor. Ele dormia, então acordei o mesmo e fui ajudar ele se arrumar.

Heitor: Lari, por que você tá com essa cara? - Falou me olhando enquanto eu calçava os seus sapatos.

Lari: Não sei, deve ser sono.- Dei os ombros mentindo para o garotinho pois ainda sentia algo estranho, só não sabia que estava tão claro.- E o seu irmão? Apareceu?

Heitor: Não, o Henrique sumiu. Meu pai disse que ele foi assumir os negócios, aí não pode ficar vindo me ver.- Falou tristinho.

Lari: Eu aposto que quando você menos esperar ele vai voltar.- Sorri fraco.

Fazia um mês que o Henrique tinha sumido, não me atrevi a perguntar, mas o Heitor dividiu comigo isso, fiquei até curiosa, mas quietinha até porque não tenho nada a ver.

Levei o Heitor para seu treino de futebol que era nos sábados e enquanto ele treinava, eu estava sentada esperando ele e falando com o Neguinho. Hoje era dia que ele iria fazer um almoço lá no morro pra geral, pra comemorar o comando dele, algo assim,  sei que ele queria que eu chegasse mais cedo porque tinha uma surpresa, segundo ele, pra mim.

Aos sábados eu saia mais cedo, mas não sabia se seria assim hoje. O treino já estava quase acabando, eram intensas quatro horas, mas estava em seu final já.

Estava tão distraída que nem percebi o Leandro se aproximando, guardei o celular olhando pra ele e sorri sem graça.

Lari: Juro que tirei os olhos dele por um segundo só.- Justifiquei minha falta de atenção no seu filho e ele sorriu amigável.

Leandro: Não se preocupe, nada de ruim pode acontecer com ele jogando bola.- Concordei.- Está quase na hora do almoço, vim aqui pra ficar com ele, você tá dispensada por hoje.

Lari: Tem certeza? - Apenas estranhei, eu nunca saia tão cedo assim, mesmo que no sábado. Era sempre após o almoço.

Ele concordou, justificando que hoje era um lindo dia. Eu apenas não entendi, mas fui contra? Claro que não.

Sai dali voltando pra casa deles com o motorista e apanhei minhas coisas indo pro ponto de ônibus, a sensação ruim estava voltando aos poucos, então eu peguei meu celular enquanto esperava o ônibus e avisei ao Gabriel que estava indo mais cedo, ele ficou animado e perguntou se eu queria que alguém me buscasse.

Neguei e comentei que sentia algo estranho, mandei ele ficar de olho e mandei minha localização em tempo real, bastou isso pra ele ficar preocupado e querendo vim me buscar. Mas eu guardei meu celular fiquei encostada no ponto, olhando de um lado pro outro.

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now