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Neguinho 🎲

Ver a Larissa voltando deitada no braço do 2k, que ria de algo que ela falava me deixou mais aliviado no bagulho. Ela já não tinha muitas pessoas na vida dela, depois que o Heitor resolveu ir com os pais ela já perdeu mais um de estar próximo ali, o mano 2k era o que ela considerava como irmão, num ter a presença dele tava fudendo com ela.

E comigo também, porque eu via ela mal e ficava bolado, se eu saia com ele, não podia chamar ela, ficava mo paia no bagulho. Ela se sentou no mesmo lugar quero pedi pra ela sentar, no meio. Ela tava conversando com o 2k, nem aí pra nada e eu segurei a mão dela dando um beijo, que fez ela me olhar sorrindo.

Neguinho: Po, já passou os dez minutos né. Melhor a gente ir embora como tu queria.- Brinquei com ela que sorriu fazendo cara de deboche.

Lari: Mas daqui uns minutos quero subir real, eu tô cansada.- Concordei com a cabeça.

Neguinho: A gente vai.

2k: Não vai pro baile da penha não? - Falou comigo.- Geral tá animando pra ir.- Bateu na cabeça da Larissa.- Bora, se tu não quiser ir ele não vai.

Lari: Eu não tô com vontade.- Falou olhando pro chão e balançando a perna.- Já falei, ele deveria ir sozinho.

Beatriz: Até eu que não gosto muito, vou.- Larissa negou.

Neguinho: Outro dia a gente desce.- Falei com o 2k e me levantei, tomando o resto da cerveja no copo.- Vou ali desenrolar a conta.

Larissa me olhou e eu me levantei, fui até o caixa e paguei, como sempre tinha gente rendendo pro pai mas o pai é posturado. A filha do dono ficou dando ideia e eu só paguei o bagulho voltando pro meu lugar, Larissa ficou em pé do meu lado e 2k puxou o cabelo dela levando um tapa.

Ela segurou minha mão e a gente foi andando devagar até a moto, os dois calados. Levei ela pra casa e guardei a moto, subi pro quarto e ela já tava deitada encolhida, tinha nem tirado a roupa ainda, sentei na cama do lado dela e ela abriu os olhos me olhando.

Neguinho: O que foi? Tu tá toda estranha esses dias, tá acontecendo algum bagulho? - Falei tirando o cabelo do rosto dela.

Lari: Eu tô cansada.- Olhei pra ela com cara de quem já escutou esse papo várias vezes.- Minha mente tá cansada, eu só quero ficar aqui, nesse quarto e nessa cama eu me sinto confortável, ainda mais quando você tá comigo. Não quero ficar andando por aí, não gosto.

Neguinho: Mas isso não é vida não, qual foi? - Falei preocupado.- Conversa comigo, cara.

Larissa respirou fundo e se sentou devagar na cama com preguiça, encostou na parede e cruzou as pernas, me ajeitei na frente dela e ela fez cara feia.

Lari: Me sinto um peso enorme pra você, porque nos últimos meses você fez de tudo por mim. Mas mesmo me sentindo um peso, não quero ficar longe de você, e aí me sinto culpada. Porém, sinto que de alguma forma eu sufoco você, você deixa de sair pra ficar comigo... Ao mesmo tempo só não quero te deixar porque não sei se iria conseguir suportar isso também, os últimos meses foram uma roleta russa pra mim.- Falou olhando pra mim e quando ela acabou de falar eu ri fraco.

Neguinho: Tu não é um peso, maluca. E mesmo se fosse, eu faria questão de carregar. Qual foi Lari, bagulho não tem nada a ver, a gente tá junto no bagulho, claro que eu iria cuidar de você, independente de situação. De qualquer maneira eu não vou deixar você, eu não saio pros rolê porque eu prefiro ficar contigo, não porque tu me prende, tu sabe que eu não sou disso. Se eu quisesse ir eu iria, eu tô de boa contigo, tô feliz contigo.

Lari: É exatamente sobre isso, a gente já passou por muita coisa e agora depois de tudo só deveríamos tá curtindo, saindo com nossos amigos... Mas eu não consigo, eu não tenho vontade, e isso me faz achar que eu tô atrapalhando.- Deitou a cabeça na parede.- Tô insegura, tô com medo do perder você.

Neguinho: Então vamo dá um rolê, sair com os moleques. Tu não pode deixar o cansaço vencer tua mente, não é assim que os bagulhos funcionam.- Bati na cabeça dela que jogou a cabeça no colchão, deitando.- Eu não vou te deixar, eu amo você e tal.

Lari: Se eu for você compra tudo o que eu quiser? - Falou com a cara no travesseiro.

Neguinho: Num vou ficar comprando besteira não.- Ela negou com a cabeça.- Parece criança, se manca ein coroa.

Lari: Da última vez eu só queria comer uns chicletinhos.- Murmurou.

Deitei por cima dela beijando o pescoço e ela me empurrou colocando a cabeça embaixo do travesseiro, eu ri e ela jogou o travesseiro na minha cara, se levantando e indo trocar de roupa. Fiquei observando ela se sentar na cama olhando pro guarda roupa e respirando fundo, ficou maior tempão ali até pegar um short e uma blusa que mostrava a barriga e tinha bagulho só de um lado do ombro, resmunguei achando muito curto e ela pegou a sandália. Esperei ela se perfumar de novo e eu já tava pronto, enquanto a gente desceu rapidão e eu fui arrastando ela até a moto.

Crime PerfeitoWhere stories live. Discover now