Capítulo 3

620 76 2
                                    

Olívia Miller

- O que foi isso? - Emily me olhou de boca aberta.

Depois que o homem de terno me encarou por longos segundos, ele foi puxado pelo amigo para o elevador, cortando totalmente a "conexão" ou sei lá o que havia acontecido ali. Eu sentia meu coração quase sair pela boca, como se eu o conhecesse de algum lugar. Respirei fundo tentando manter a calma e finalmente olhei para a Emily.

- Do que está falando? - perguntei sonsa e ela me olhou incrédula.

- Os dois homens gostosos que entraram agora a pouco. Será que são famosos? Olívia, você é muito lerda!

- Não sou lerda, Emily. O hotel simplesmente parou para os dois entrarem, só que não vi nada demais! Podemos continuar o nosso caminho? Estou com sede! - mudei de assunto e ela revirou os olhos.

- Pelo menos não empata a minha noite. Se beber e ficar com sono, te jogo no quarto e desço novamente! - dessa vez quem revirou os olhos fui eu.

Demos as mãos e caminhamos até a recepção, Emily se informou sobre a pequena festa do bar e a recepcionista nos deu pulseiras com livre acesso, porém nos lembrando o horário de voltarmos. Chatice! Fomos entrando pelos corredores e seguindo algumas pessoas, até que paramos em uma porta vermelha com os dizeres "sex night bar"

- Emily, acho que erramos o bar!

E quem disse que a bendita me escutou? Emily me puxou com força para entrar na droga do bar e me surpreendi completamente. Ele tinhas as paredes em um tom vermelho, pole dance no meio e um pequeno palco mais pra frente. Havia também open bar com um barman seminu fazendo bebidas e uma música um tanto quanto duvidosa.

- Acho que isso não é um bar comum... - Emily me ignorou novamente e foi até o bar, sabe se lá o que pediu, mas logo voltou com duas taças de uma bebida colorida.

- Só para começar. - me entregou a taça, quase neguei, porém Emily foi mais rápida.- Olívia, nós merecemos nos divertir! Passamos tantos sufoco em New York, não tínhamos tempo nem para beijar na boca. Por favor, pare de ser careta! - assenti e peguei a taça.

Dei um gole e a bebida desceu rasgando um pouco. Fazia tempo que não bebia álcool, muito menos andava em festas. Eu não posso ser careta! Não essa noite!

- Tive uma idéia... - Emily sorriu diabólica, deixando-me assustada. - Nessas duas semanas seremos outras pessoas, iremos curtir, beijar e... Transar bem gostoso com algum desconhecido.

- Emily! - dei risada e ela acabou rindo também.

- Vem, vamos dançar! - me puxou para o meio das pessoas.

Dançamos um pouco desajeitadas, porém fomos pegando o jeito. Não estava lotado, a maioria eram homens acompanhados de belíssimas mulheres, outros estavam sozinhos comendo com os olhos cada rabo de saia que passava por ali. E pensando o quão tediosa seria aquela noite caso eu não me soltasse, bebi três taças daquela bebida uma atrás da outra. O álcool fez efeito de imediato devido ao tempo em que não bebia. Minutos depois, uma ideia ridícula - que naquele momento parecia ser boa - passou pela minha cabeça.

- Vou ver se aquelas aulas de dançam serviram para algo. - entreguei a taça para Emily e arrumei o decote do vestido.

Caminhei despreocupada até o DJ e pedi que ele colocasse two feet - i feel like i'm drowning

Uma sensação quente percorreu o meu corpo indo até o meio de minhas pernas. Levantei o vestido mais um pouco e comecei a dançar lentamente pelo pole dance. Emily me olhava abismada e todos que estavam no bar também. Não tive vergonha, acho que o álcool havia ajudado. Fechei os olhos e deixei me levar pela música, segurando na barra do pole e rebolando como se fosse uma vadia cheia de fogo. Alguns aplausos me fizeram abrir os olhos novamente e meu coração voltou a disparar, fazendo minhas bochechas queimarem. Todos me olhavam, mas alguém específico me comia com os olhos, tão fortemente que um arrepio gostoso pela barriga me fez pulsar. Era ele, o homem de terno e do olhar sombrio.

Ao invés de parar de dançar - coisa que a a Olívia sóbria faria - continuei dançando, dessa vez me aprofundando nos movimentos calorosos daquela dança. Ele me olhava com tanta vontade, que quase pude sentir suas mãos agarrando-me e pressionando-me contra a parede. Que droga... Eu estava muito excitada! A música parou, coloquei os pés no chão e encarei todos ao meu redor. Outros aplausos me fizeram descer do palco do pole dance e voltar para Emily, que ainda me olhava abismada.

- Olívia, você é... Incrivelmente gostosa! - Emily pulou igual uma maluca, fazendo-me rir.

Um senhor de cabelos grisalhos aproximou-se de nós duas e com um sorriso cheio de intenções, estendeu a mão para mim. Educada, apertei sua mão e ele se apresentou.

- Prazer em conhecê-la, me chamo Antônio Marinho.

- Olívia Miller. - sorri e ele me olhou dos pés à cabeça.

- O seu show foi excepcional. Podemos conversar sobre valores? - ergui a sobrancelha totalmente incrédula com tamanha cara de pau.

- Valores? - cruzei os braços e ele sorriu novamente, dessa vez embrulhando-me o estômago.

- Já está acompanhada? - antes que eu pudesse responder aquele idiota, alguém se aproximou, colocando-se em nossa frente.

- Antônio, como está? - o cheiro do perfume masculino foi quase inevitável. Ele estava muito cheiroso.

- Estou bem, Henry. Onde está Giancarlo? Pensei que ele viria esse final de semana.

- Meu pai precisou resolver alguns negócios. Está acompanhado dessa belíssima dama? - me olhou e sorriu de lado, fazendo com que minhas pernas ficassem bambas.

- Eu estou... - Henry o atrapalhou antes que completasse.

- Ótimo. Irei acompanhá-la pelo restante da noite. Até mais, Antônio! - me ofereceu seu braço e mesmo com receio, aceitei.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now