Capítulo 28

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Henry Bianchi

Era final de tarde quando recebi um telefonema da Itália, Carlota — minha madrasta abestalhada — avisou-me que Giancarlo havia tido um infarto logo mais cedo e estava internado em um hospital, mas passava bem. Aquilo me assustou de certa forma, deixando-me no mundo da lua, quase não me importando com o que estava acontecendo ao meu redor. Carlota garantiu que meu pai estava completamente preocupado com o desaparecimento de Matteo e foi por esse motivo que infartou, todos estavam bastante aflitos.

Depois de falar com a polícia, desejei sumir de todo aquele caos. A minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento e piorou com a chegada de três mulheres completamente zangadas: Olívia, Monique e Emily.

— Aquele carro custou a sua vida, sua cretina! — Monique disparou contra Emily, que riu.

— Foi apenas um amassado, ok? E você é podre de rica, deve ter vários na garagem! Ao menos salvei nossas vidas, agradeça-me!

— O que diabos está acontecendo? — aproximei-me, vendo-as bagunçadas, sujas de... Lama?

— Foi uma pequena fuga, que resultou em um acidente de carro. Por sorte, estamos bem e vivas. — Olívia explicou sem jeito.

Ainda não tínhamos nos falado depois do que aconteceu pela madrugada de ontem. Me senti tão estranho por pedir que ela voltasse para mim.

— Não preciso falar que irei ficar hospedada no hotel por sua conta, não é mesmo? — Monique avisou, andando até o elevador. — Se eu fosse você me acompanharia, nós temos um assunto importante para conversarmos.

Olhei para Olívia e ela abaixou a cabeça, como se não quisesse me encarar. Mesmo sem saber o que dizer, aproximei-me e passei a mão levemente pelo seu braço.

Non ho tutta la notte, cazzo. — Monique esbravejou.

Engoli seco e andei até a recepcionista, pedindo um quarto para a nossa nova - e nada gentil - hóspede. Peguei as chaves e acompanhei Monique até seu novo quarto.

Ao entrarmos, ela entrou diretamente no banheiro da suíte e permaneceu por longos vinte minutos. Quase deixei o quarto com tanta demora, mas fiquei, sabe-se lá o que ela tinha para me dizer.

— É, o banheiro até que não é tão ruim. — falou ao sair do banheiro, vestindo apenas um hobby branco.

Os cabelos molhados e penteados para trás, e a falta de maquiagem no rosto, mostrava que Monique era apenas uma garota com uma armadura de ferro protegendo-a do mundo.

— Bom, você pode começar a falar. Estamos sozinhos e eu preciso resolver a questão do desaparecimento do meu irmão. — lembrei-a e ela sorriu contragosto.

— Achei um arquivo com os nomes de Olívia Miller e Vicent Miller nas papeladas do meu pai. Caso não saiba, Enrico não dá pronto sem nó, então temos um pequeno questionário a respeito disso: Ela é vilã ou mocinha? — cruzou os braços, fingindo pensar.

Aquilo realmente me surpreendeu.

— Monique... Não é hora para brincadeiras ou enigmas sem sentidos. - falei calmo, tentando assimilar a pequena informação que me fora dada.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now