Capítulo 6

590 42 2
                                    

Henry Bianchi

Meu interesse por Olívia só aumentou ao perceber que ela era muito inteligente, só não sabia o porquê de tantas mentiras. Tenho certeza que ela não é uma mulher fútil como tentou transparecer e olha que conversamos bem pouco. Fomos interrompidos por Carlo Montenegro, um dos sócios do meu pai, e que possivelmente estava a trabalho em Las Vegas assim como eu.

— Vejo que está muito bem acompanhado. Ela é linda! — falou, enquanto andávamos até a mesa onde os outros estavam.

— Sim, ela é muito linda. — concordei, olhando discretamente para Olívia, que permanecia no mesmo lugar. — Veio a trabalho ou a férias?

— Os dois. — sentou um pouco distante dos outros, fiz o mesmo. — Minha esposa está em um resort com a minha amada sogra. — falou com desdém. — Estou aqui a pedido do seu grandioso pai e acabei encontrando com Alicia.

— Sua filha? Ela casou? Lembro-me da última vez que nos vimos, ela estava noiva.

Enchi o copo de Bourbon e bebi um gole, Carlo me olhou desconfiado.

— O noivado não vingou. Pensei que seu pai já tinha conversado com você...

— Henry! — Adam se aproximou com a amiga de Olívia. Os dois estavam agarrados.

— Adam, está tudo bem? Você me parece... Bêbado. — rosnei. Adam sabia que tínhamos limites para beber, principalmente quando nossa viagem se tratava de trabalho.

— Oh, desculpe! Eu estou bem, estou acompanhado dessa belíssima dama. — olhou sorridente para a moça em questão.

— Que ótimo! O que deseja?

— Estou indo para a minha suite, se não se importa... — beijou o rosto da garota, fazendo-na corar.

— Cuidarei de seu amigo, prometo! — ela disse, rindo do modo em que Adam a abraçava.

— Sei que vai. Pedirei para Carter levá-los.

Tirei o celular do bolso e disquei rapidamente o número de um dos seguranças, mandando-o vir depressa para onde estávamos. Ele obedeceu e em minutos estava aqui, lhe dei regras rigorosas sobre Adam e a garota que estava o acompanhando. Logo os três saíram do bar, respirei aliviado.

Olívia havia sumido também e sequer notei. Acredito que ela resolveu ir para seus aposentos. Me despedi de todos e também segui rumo a minha suíte.

Naquela manhã quente de sexta-feira, acordei bastante disposto. Logo no início do dia, fui diretamente tomar o café da manhã e enquanto isso olhei algumas anotações do que deveria fazer hoje e uma delas não me chocou, apenas surpreendeu. Não me admirava ler aquele "pedido" quando se tratava deGiancarlo, ele sempre fazia com que eu fizesse o trabalho sujo em seu lugar. E então com a maior calma do mundo, sentei-me em uma mesa distante no restaurante do hotel e comecei a comer. Já não bastava todas as preocupações que obrigaram-me tomar doses de um remédio que me dopou durante a semana inteira, não ia perder a cabeça com aquilo, pelo menos não agora. Meus pensamentos estavam longes quando uma certa loura sentou na mesa em que eu estava estava: Alicia. 

Ela estava deslumbrante, bem vestida, levemente maquiada e com um sorriso genuíno nos lábios. Nós nos conheciamos  há anos e ela sempre foi assim, nunca mudou.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now