Capítulo 5

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Olívia Miller

Emily me olhava com um ponto de interrogação na testa e aquilo me fez rir. Ela me ofereceu um drink e olhou diretamente para o homem que eu havia dançando há poucos minutos, como se me questionasse o que tinha acontecido ali. Dei um gole na minha bebida e respirei fundo. Não é que eu seja doida... Ok, as vezes sou meio difícil, mas detesto pessoas que se acham, que se sentem superior aos outros. Quando ele me "salvou" daquele velho babão, acreditei realmente que ele fosse gentil, mas não demorou muito para que ele mostrasse que seu interesse era o mesmo do outro. Tive pouquíssimos homens ao longo da vida, porém, não tão intensos como Henry. Meus interesses amorosos eram tão monótonos como eu. Henry tinha algo dentro de si que mostrava intensidade, fogo, aventura...

— Você dançou com o bonitão e agora está com essa cara amarrada porquê, Olívia? — cruzou os braços.

— Porque ele é um babaca. — digo, olhando em direção do homem, que estava sentado em uma mesa recheada de outros babacas iguais à ele.

— Finalmente vi o dedo podre em você, não me sinto sozinha. O que aconteceu? — perguntou curiosa, olhando na mesma direção que eu.

— Nada que seja revelante. Mas me diga, achou o seu daddy? — notei que ela ficou vermelha e então sorriu, mas seu sorriso não era exatamente para mim.

— Acho que o restante de minha noite será excelente. — ela levantou a taça de champanhe, como se cumprimentasse alguém.

— Emily... — antes que completasse a minha frase, Emily me deixou sozinha e caminhou em direção a um homem.

Esse se tratava do homem que estava acompanhando Henry hoje mais cedo. Os dois trocaram sorrisos cúmplices e começaram uma conversa animada. Revirei os olhos, pedindo mais uma dose de álcool ao barman e resolvi sentar um pouco. Aproximei-me de uma mesa vazia e sentei, sentindo-me aliviada. O salto estava acabando com os meus pés, provavelmente amanhã teria calos espalhados por todos eles.

Alguns minutos depois, Henry caminhou confiante até a mesa em que eu estava, trazia uma garrafa de Bourbon consigo. Parecia um modelo desfilando pelos demais, tão cheio de si, sorria para as pessoas a sua volta e um ar de superioridade tomava conta dele. O homem sentou ao meu lado e colocou a garrafa de Bourbon em cima da mesa.

Me endireitei, cruzando as pernas e tentando não demonstrar nenhum tipo de nervosismo, apesar de que, seu cheiro de perfume masculino estava me deixando excitada. Oh céus!

— Parece que nossos amigos estão se dando bem. — aproveitando o meu copo vazio, Henry encheu até a metade de Bourbon, me encorajando a toma-lo.

— O que está fazendo? — hesito, olhando para a bebida.

— Estou sendo gentil com a senhorita. Falando nisso, qual o seu nome?

Henry estava calmo e tinha a cabeça inclinada, prestando atenção em cada movimento meu.

— Olívia... — não poderia falar o meu sobrenome, sabe-se lá que tipo de pessoa se tratava, então inventei. — Bueno.

— Olívia Bueno. — repetiu, intrigado. — Henry... Bianchi! — pegou uma de minhas mãos e levou até os lábios, deixando-me surpresa.

— Henry Bianchi. Ok, já estamos apresentados. — puxei minha mão com certa força.

— Desculpe pelo meu comportamento, não queria que me achasse um aproveitador. — pareceu sincero, apenas assenti.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now