Capítulo 36

259 28 1
                                    

Henry Bianchi

O bar estava lotado naquela noite, várias pessoas conhecidas transitavam pelo o local, cumprimentando-me com sorrisos e segundas intenções. Porém, a conversa de hoje mais cedo deixou-me completamente abalado. A revelação que Olívia é sobrinha do inimigo mais perverso e antigo do meu pai, abalou todas as estruturas ao nosso redor. Era difícil tentar entender, mas nada me restava além de esperar a conclusão dessa história.

— É sério que você vai ficar em silêncio enquanto o mundo está desmoronando? - Monique interrompeu meus pensamentos.

— Dramática. - falei ao dar um bom gole no Bourbon servido rapidamente pelo barman.

— Sabe que muita coisa vai mudar entre vocês... No entanto, se a aliança realmente estiver de pé...

— É tão iludida assim? Pensei que fosse mais inteligente. - ela ergueu a sobrancelha.

— Do que está falando? Seu pai me deu a palavra dele de que...

— Até porque o santo do meu pai cumpre suas promessas, não é mesmo? Monique, me acompanhe em um lugar, precisamos conversar!

Levei ela até um local mais reservado e expliquei todos os meus achismo em relação à Matteo. No final, ela me olhava como se eu fosse maluco.

— Henry, seu pai é um doido de pedra, mas jamais faria isso com o próprio filho. - colocou as duas mãos na cintura.

— Pense bem, tudo faz sentido. Matteo deve ter descobrido alguma coisa e Giancarlo resolveu assustá-lo.

Monique pensou por um momento e em questão de minutos seu rosto antes pensativo, agora tinha um semblante assustado.

— É claro que faz sentido! Matteo sumiu por dias, a polícia estava investigando a todo vapor e não acharam nenhuma prova. Simplesmente do nada, recebo uma informação de onde ele estava, nos deparamos com dois completos idiotas, que foram totalmente despreparados para uma possível armadilha. Como aqueles burros conseguiriam esconder o filho de um mafioso poderoso por dias? Mas o que mais me deixa pensativa é; Por que diabos Giancarlo devolveu Matteo?

— Porque o sequestro foi um susto, para que ele não se metesse em nada que podesse incriminar Giancarlo. É tão óbvio! Ele voltou para Itália assim que conseguimos recuperar meu irmão. Porém, ainda tem muitas perguntas em relação à isso, um quebra-cabeça difícil de resolver. Meu pai não fugiria assim. - cruzei os braços. Um questionário infinito invadiu minha mente e nenhuma resposta concreta explicaria toda essa situação.

— Precisamos tirar Matteo do hospital. Ele continua desacordado, mas isso é bastante estranho, não é? Não sabemos se podemos confiar nos médicos daquele lugar, principalmente por serem amigos da sua família. Está com as chaves do carro? É melhor irmos depressa!

E então um fiasco de luz acendeu bem na minha frente: Bárbara. A mulher era enfermeira no hospital em que meu irmão estava e ela me devia vários favores, principalmente um em específico: poupar a vida do irmão viciado. Agora, aparentemente tenho que cobrar isso dela.

Expliquei por alto sobre Bárbara à Monique enquanto dirigia rapidamente até o hospital San Antonio. Estávamos completamente nervosos com a possibilidade de todas essas teorias estarem certas, principalmente porque tudo iria mudar drasticamente caso fosse verdade.

Antes de descermos do carro, mudamos completamente nossos semblantes. Ninguém poderia desconfiar de nada ou a vida de Matteo acabaria ali.

Falei com a recepcionista — que liberou uma visita rápida ao meu irmão. Discretamente pedi que Monique procurasse Barbara, descrevi a mulher com rapidez e andei depressa até o quarto em que Matteo estava internado.

Ele continuava dormindo, seus batimentos estavam normais e o rosto com uma cor mais saudável. Não parecia estar sofrendo, mas algo me dizia que aquilo não ia durar muito.

— Henry! - Monique entrou no quarto, acabei tomando um susto.

— Por que você não bateu na porta? - ela mostrou o dedo do meio para mim e caminhou em direção à Matteo.

— Bárbara está de folga, por sorte e 500 dólares, descobri onde ela mora. Estamos há 20 minutos distantes da casa dela, vamos? - falou, enquanto olhava para Matteo.

— Sim, vamos!

***

Paramos o carro próximo da casa de Bárbara e descemos em direção ao lugar. Não fomos com muita sede ao pote para não assustá-la.

Três toques na campainha foram o suficiente para a bela mulher de cabelos vermelhos como o fogo, abrir a porta. Ela nos olhou sem entender nada, mas logo seu rosto tomou um ar de horror ao me reconhecer.

— Henry? É algum problema com o Steven? - neguei com a cabeça e ela respirou fundo.

— Preciso cobrar os favores que te fiz há algum tempo. Se importa se entrarmos?

Ela deu espaço e entramos. A casa estava um pouco bagunçada e era bem pequena. Um gato cinza estava deitado sob o carpete e ao seu lado havia uma caixa de pizza vazia.

— Estou exausta por conta do trabalho, não vou ser hipócrita e dizer não reparem na bagunça.

Ela arrumou o sofá ligeiramente e nos chamou para sentar. Monique exitou um pouco, porém acabou sentando contragosto.

— Peço desculpas pelo horário. - já passava das 21h. — É um assunto sério e peço sigilo sobre o que vou lhe contar.

— Bem, você fez muito pela minha família, estou em dívida e quero pagá-la. Como posso ajudá-los?

Resumi a história o máximo que pude e no final Bárbara me olhava com os olhos arregalados.

— Sei que você está cuidando do caso do meu irmão. Viu algo suspeito?

Ela pensou um pouco e pareceu ter uma conclusão nada boa.

— O Dr. Parker pegou o caso do seu irmão ontem à noite e exigiu que eu aplicasse um remédio estranho de três em três horas no paciente. O estranho é que, ele que me entrega os frascos e nenhum deles tem o nome ou a bula, entende? Desde o princípio, acreditei que Matteo estava apenas machucado devido ao sequestro, ele estava acordando quando o remédio foi receitado pelo Dr. Não posso afirmar muita coisa, mas é estranho...

Monique me olhou e quase pude ler "Bingo" nos seus olhos escuros. Respirei fundo, limpando a garganta antes de propor uma pequena aliança com Bárbara. Não queria assustá-la

— Não aplique mais esse remédio em Matteo. E caso ele acorde, peço que diga as seguintes palavras para ele...

Falei tudo que tinha que ser dito para caso meu irmão acordasse e Bárbara concordou com um pé atrás. Apesar de me dever isso, a garota morria de medo de perder o trabalho no hospital San Antonio. Ela se cuidava sozinha desde muito tempo e sempre estava pagando dividas altíssimas do irmão. Prometi uma boa recompensa pela nossa aliança e arranquei um sorriso aliviado de seus lábios.

A verdade está bem próxima. Assim espero.

__________________

Oiee, tudo bom? Criei um Instagram para postar coisas sobre os meus livros lá, por favor, quem puder me seguir agradeço desde já. 🥰❤️

emma.livros

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now