Capítulo 14

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Olívia Miller


- E você, como se chama? - Monique perguntou curiosa.

- Olívia Miller. - respondi e ela sorriu.

- Agora chega o momento que você me conta o que te deixou daquele jeito. - olhei para ela com certa desconfiança. - Pode contar, não fique com medo ou envergonhada. Somos mulheres, temos que nos manter unidas.

- Estava no cassino do hotel e me confundiram com uma prostituta. Pode parecer bobagem, mas me senti péssima...

- Aparentemente as pessoas que frequentam esse hotel não mudaram. Não se importe com opiniões alheias, Olívia. Críticas e julgamentos sempre farão parte das nossas vidas, a sorte é que podemos decidir se elas nos atingirão ou não. - Sorri, concordando com tudo que ela disse.

- E você, por que não está lá dentro? Aconteceu alguma coisa? - Cruzei as pernas e me endireitei no banco.

- Alguém que está nesse hotel estava me procurando, preciso conversar com essa pessoa pessoalmente... E você pode me ajudar a descobrir quem é. - Franzi a testa. Monique tirou um telefone da bolsa e me mostrou fotos tiradas um pouco borradas em um quarto desse hotel.
Reconheci a figura de longe, se tratava de Matteo Gali.

- Matteo Gali. - falei e ela me olhou incrédula.

- Obrigada, foi mais fácil do que pensei. Preciso ir agora. - levantou do banco. Parecia atordoada.

- Espere! - falei antes dela virar as costas - Matteo está encrencado?

- Não, não se preocupe. - sorriu.

Observei a morena virar as costas e caminhar em direção a entrada do hotel. Ela parecia estar determinada a fazer alguma coisa e no fundo do meu coração, espero que não seja nada para prejudica-lo, afinal, dei seu nome a uma completa estranha.

Matteo Gali.
Capítulo Bônus


Os jogos estavam fazendo o sucesso que meu pai tanto almejava e quando ele chegar amanhã ficará orgulhoso com o tanto de dinheiro adquirido esta noite. Sentado em uma mesa com uma dama, observava de longe a atenção que davam a Henry, aquele inútil sempre era o centro das atenções, principalmente em noites como essa. Revirei os olhos várias vezes com as gargalhadas, os sorrisos e os abraços que ele ganhava de todos, enquanto eu, o filho bastardo me contentava com os restos, desde sempre. Vi Olívia saindo as pressas do lado do meu irmão e decidi ir atrás dela, para saber o que aquele idiota havia feito.

- Preciso ir ao toalete, querida. Por favor, fique na mesa. - Pedi e a mulher asiática assentiu contragosto.

Caminhei descontraído até o elevador e decidi dar uma volta pelo hall, porém não a encontrei. Procurei em alguns cômodos, até que voltei a entrada principal, já desistindo de procurá-la. Fui até o elevador novamente e antes de apertar o botão, ouvi uma voz doce me chamar.

- Matteo Gali. - virei de imediato e me deparei com uma mulher extremamente linda.
Seu sorriso foi o que mais me chamou a atenção, pois apesar do rosto inocente, aquele sorriso tinha um toque do inferno.

- Uma mulher tão bonita falando o meu nome, estou lisonjeado. Posso saber o seu? - me aproximei dela, que sorriu novamente.

- Tu che mi stavi cercando, non essere ingenuo, cazzo. - O semblante doce se transformou em um determinado, frio.

- Procurando por você? - franzi a testa.

- Monique Ferrari. - Aquilo foi um tremendo soco na minha cara. O que essa mulher estava fazendo no hotel? Como ela descobriu? Minha garganta secou, fiquei sufocado ao escutar aquele nome. Se meu pai souber que trouxe a filha do seu inimigo para o hotel... Ele nunca iria me perdoar.

- per favore, paliarmo in giardino - Monique assentiu.

- Se tentar alguma coisa saiba que tenho seguranças esperando uma ordem minha para bombardear o hotel. - Disse serena. Ofereci meu braço e ela aceitou.

Caminhamos até o jardim onde não havia quase ninguém. Monique me soltou e encarou meus olhos com ódio.

- Um passarinho me contou que você subornou um garçom do meu restaurante para saber coisas sobre mim, infelizmente tive que decapitar o passarinho e o garçom. As cabeças estão no porta-malas daquele carro, prontas para serem entregas para você. - apontou para uma BMW estacionada no fim da rua.

- Não era para tanto, ragazza. Eu apenas me interessei por você, achei seu perfil em uma rede social, é bem mais bonita pessoalmente. - Ela me olhou e soltou uma gargalhada debochada.

- Você sabe que sou viúva?

- Não, sinto muito. - tentei demonstrar empatia.

- Tive quatro maridos ao longo da minha vida e fiquei viúva de todos eles. - Engoli seco. Disso eu realmente não sabia. - Leopoldo, meu primeiro marido derrubei da escadaria da mansão em que nós vivíamos. Luigi foi o segundo, infelizmente acabei envenenando o whisky que ele gostava. Giuseppe o terceiro, foi asfixiado pelo nosso travesseiro. E por último, Vincenzo, tiro na testa. - fiquei em silêncio, observando ela lembrar de todos os "acidentes". - Sabe o que eles tem em comum, ragazzo muto? - neguei com a cabeça. - Todos eles entraram no meu caminho com a intenção de me destruírem. Se está com esse tipo de intenção, sugiro que fique esperto, não brinco em serviço quando se trata de inimigos. - Avisou, cruzando os braços.

- Viúva negra? - brinquei, tentando tirar aquele clima tenso.

- Você é bem engraçadinho e bastante tolo. Como achava que eu não ia descobrir que estava tentando obter informações sobre mim?

- Houve um enganado, querida. Eu me precipitei quando resolvi falar com um de seus garçons. - provavelmente ou não, ela não me conhecia e se quer o meu pai.

- Só quero entender o porquê. Conte-me o que deseja e todos saíram vivos desse hotel. - ameaçou, encarando-me.

- Monique, estou falando a verdade. Sou um homem bastante mulherengo, sempre estou procurando novas pessoas para me envolver. Achei o seu perfil e decidi procurá-la. - coloquei as mãos nos bolsos, tentando transparecer verdades, mas a morena de olhos escuros não estava tão convicta.

- Ótimo, você tem três dias para me contar a verdade, caso o contrário todos que estão aqui pagarão pela sua mentira. Estou hospedada em um hotel, mando o endereço por telefone... - virou as costas, indo até a BMW.

- Como sabe meu número de telefone? -gritei.

- Não é só você que gosta de stalkear. - entrou no veículo.

Observei o carro dar a volta e sumir de minha visão. Estou tão fodido e o pior: Vou precisar da ajuda de Henry para se livrar dessa ragazza.

Notei que havia duas malas grandes perto de onde o carro estava, me aproximei, certificando-me que ninguém estava vendo e abri a primeira maleta com certa dificuldade. Um cheiro horrível se espalhou pelo ambiente, fazendo-me sentir vontade de vomitar, quando olhei para o que estava dentro meus olhos arregalaram-se em tamanho horror: era uma cabeça decapitada de um homem que reconheci ser o tal garçom.

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Primeiramente quero desejar uma feliz Páscoa à todos os meus leitores e agradecer cada voto e comentário de vocês no meu livro. Estou muito contente! Voltarei depois do feriado com mais capítulos do que o comum. Abraço! ❤️

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now