Capítulo 25

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Olívia Miller

Emily havia me chamado para tomar café e em seguida para conhecermos pontos turísticos. Confesso que não estava muito afim de andar, mas como faltava apenas quatro dias para o fim da viagem tive que me animar e ir, afinal, um milagre daqueles não aconteceria duas vezes com nós duas. Estávamos tranquilas esperando o café e conversávamos diversas coisas aleatórias, até o assunto voltar para Nova York vir à tona.

— E pensar que em poucos dias iremos voltar a realidade normal. — ela disse olhando para a tela do celular. Detesto quando alguém faz isso, mas naquele momento eu estava com zero vontade de discutir.

— Pelo menos ainda temos quinze dias de férias quando chegarmos. Não tenho ânimo e nem vontade de olhar para a fuça do Patrick. — me referi ao supervisor chato que queria ser o nosso "chefe".

— Não sei se estou preparada mentalmente para voltar, as coisas mudaram muito nesses últimos dias. — o café havia chegado e automaticamente a conversa foi ficando tensa. Acredito que nem eu estou preparada para isso, principalmente por voltar com sentimentos na bagagem.

— Sabíamos que não seria para sempre. — ela assentiu, dando um gole pensativa em seu café.

— Soube notícias do bastardo que sumiu? A polícia está praticamente morando naquele hotel e nenhuma pista apareceu. — engoli seco. Matteo não havia aparecido e a situação estava bem complicada para a família Bianchi.

— Não, não soube de nada. É estranho... Como alguém some tão de de repente? Principalmente alguém que era vigiado 24 horas por dia com vários seguranças ao redor. — aquela pergunta martelava na minha cabeça sem parar. Se alguém sequestrou Matteo, provavelmente era alguém poderoso para driblar todos aqueles seguranças.

— Alguém que não seja flor que se cheire. - olhei para ela sem entender o que ela estava querendo dizer. — Você acha que pessoas como os Bianchi realmente são ricas só por serem? É óbvio que tem muita coisa suja por trás e digo mais... Não dúvido nada que uma bomba vá estourar nos próximos dias. — dessa vez, quem deu um gole pensativa no café fui eu.

Depois de sairmos do café, começamos a andar pela cidade e nos demos o luxo de tirar várias fotos de recordação. No entanto, a diversão entre amigas durou pouquíssimo, pois logo o telefone de Emily começou a tocar e pelo sorriso sacana de seus lábios, era uma pessoa de seu interesse.

— Você não se incomoda de ir para o hotel sozinha, não é? Carolina está vindo me buscar! Acho que não vou dormir com você hoje. — começou a saltitar ao meu lado. Me entristecia ver Emily entrar em um relacionamento tão rapidamente, principalmente depois de se descobrir apaixonada por outra pessoa. Esse negócio de "Para esquecer um amor, tem que conhecer outro amor" não me descia de forma nenhuma, mas apesar de que, meus conselhos sejam constantes, Emily já era uma mulher adulta e sabia exatamente o que fazer.

— Não se preocupe, estou pensando em ir à uma boate. — o sol estava se pondo e logo as luzes tomariam conta de Las Vegas. Pelo meu estado ridiculamente triste, nada como álcool não resolvesse.

— Estranho vindo de sua parte, mas apoio! Você merece...

Minutos depois, Carolina apareceu em uma moto. Me despedi de Emily e acenei brevemente para a mulher que levaria minha amiga para sabe-se lá onde. Tirei o telefone da bolsa e pedi um Uber para uma boate conhecida na cidade.

Depois dessa viagem, acredito piamente que vou ter que vender minhas calcinhas ou vender fotos dos meus pés. Dei uma risada alta ao pensar nisso e fiquei olhando para os coitados dos meus pés, não eram feios, mas também não eram bonitos, será que valem ao menos um dólar? Olhei a tela do telefone e vi que o Uber estava bem próximo da esquina onde eu estava esperando, enquanto ia até o local, não pude deixar de imaginar como as pessoas conseguiam vender essas fotos e principalmente sobre o tanto de fetiches peculiares existem. Ri ao lembrar de uma situação inusitada com um ex-namorado.

O Uber estava parado na esquina, então rapidamente abri a porta e entrei. Qual foi minha surpresa ao ver Henry Bianchi no lugar do motorista, a surpresa foi tão grande que não consegui me mover.

— O que você está... — ele foi interrompido com um barulho de buzina e bufando cheio de raiva ligou o carro, dando partida para sabe-se Deus onde.

— E-eu pensei que fosse o Uber... Espere, onde você está me levando? — notei que estávamos quase saindo de LA

— Uber? Você pirou... Não é da sua conta! Vou deixá-la em um lugar perto de um ponto de táxi e você volte para o hotel. — ergui a sobrancelha totalmente incrédula com o que ele acabara de dizer.

— O que você pensa que está fazendo, Henry? — ele parou o carro como o planejado: perto de um ponto de táxi.

Parecia tão perdido quanto eu. O semblante cansado e as olheiras visíveis de noites mal dormidas deixaram-me com pena dele, mesmo depois das palavras nada gentis que ele me disparou dias atrás.

— Estou pedindo que você vá para o hotel. Aparentemente você se enganou com os carros, isso é perigoso, levou sorte que não foi nenhum maluco psicopata! — ele estava preocupado comigo?

— Psicopata não, mas maluco sim! Obrigado pelo seu bom senso! — assim que tentei abrir a porta do carro, ouvimos um tiro e em frações de segundos Henry acelerou o carro.

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Oi, leitores! Quero pedir desculpas pela minha ausência, mas os dias foram bem corridos para mim. Quero também desejar um feliz dia das mães atrasado para todas as leitoras que são mamães, vocês merecem! ❤️

Publiquei recentemente um livro e excluí, pois resolvi primeiro escrever o spin-off desse livro contando a história da Emily Wilson.
Caminhos Quebrados será finalizada no mês de junho, pois não pretendo escrever um livro mto longo. É isso! Fiquem ligadinhos que pretendo soltar mais dois capítulos ainda hoje para compensar a minha ausência. 💞💕😘

Caminhos QuebradosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora