Capítulo 12

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Henry Bianchi

Olívia me deixava louco, fazia com que pensamentos obscenos fizessem morada na minha mente. O jeito marrento dela, a forma como até a respiração se tornara excitante, tudo me enlouquecia, me deixava em constante alerta — se é que me entendem — agora ela estava aqui, totalmente leve pelo orgasmo que teve agora há pouco. Com seu semblante calmo e em total paz, ela devorava a torta com vontade, se sujando as vezes. Sua companhia era ótima.

— Olá, irmão. — Matteo havia aparecido que nem um fantasma, deixando-me totalmente desconfortável.

— Olá, Matteo. — Continuei sério, ele olhou para Olívia.

— Está encantadora essa manhã, Olívia. – franzi a testa, a raiva fazendo o meu sangue ferver.

— Obrigado. — agradeceu sem se importar com a presença dele. Sorri com a atitude.

— Papai está vindo para Las Vegas, você já está sabendo meu amado irmão? — E meu sorriso morreu. Algo me dizia que Matteo estava por trás da visita inesperada de Giancarlo.

Ontem, quando deixei Olívia em seu quarto, recebi uma mensagem de meu pai anunciando sua chegada pelo domingo. Pediu para esvaziarem a cobertura, ficaria por três dias. Os planos de irmos ao restaurante da filha do homem que ele odiava foram obviamente canceladas até segunda ordem, pois com sua estadia no hotel tudo ficaria em dificuldade, principalmente meus encontros com Olívia.

— É, ele me mandou mensagem ontem à noite. Estou feliz por ter meu pai comigo no final de semana, ele sempre fora tão presente em minha vida. — menti para não ficar por baixo. Giancarlo nunca se importou com nenhum de seus filhos, sejam bastardos ou não. Matteo foi atingido com sucesso, porém tentou não demonstrar.

— Que ótimo! Teremos muitos jantares em família no restaurante do hotel. Vou deixá-los a sós, bom dia! — Se despediu, virando ao lado oposto e sentando em uma mesa longe da nossa. Respirei aliviado.

— Seu irmão é um pouco competitivo, não acha? Creio que compete pela atenção do pai de vocês... — sorriu. Olívia era bastante inteligente.

— Acertou na mosca, mas vamos deixar Matteo para lá. Quer mais um pedaço de torta? — ela assentiu sorridente.

Depois de tomarmos café, tive que me ausentar e ir para o escritório de administração do hotel. Uma breve reunião tomou três horas do meu dia, mas isso fora preciso, sabe lá Deus o que poderia acontecer se Giancarlo achar qualquer invalidade nos negócios do hotel, principalmente com a minha presença aqui. Enquanto me preparava para deixar o escritório, Adam entrou na sala, parecia meio perdido.

— Meu pai ligou. — Falou, antes que eu perguntasse o porquê de tamanha aflição.

— Excelente, há quanto tempo vocês não se falam?

— Isso não vem ao caso, Henry. Ele quer que eu volte para casa na segunda-feira. – ergui a sobrancelha.

— Esse era o plano, Adam. Mas meu pai chegará amanhã no hotel e pretende ficar por três dias. Você precisa ficar aqui e me apoiar, senão terei um surto psicótico.

— Aparentemente as coisas não deram certo em Madri, fico receoso de vê-lo se afogar na bebida novamente, Henry. Sabe que não suporto vê-lo assim. — Respirou fundo, cruzando os braços.

— Ele não vai se afogar na bebida, Adam. Você deixou Aaron em casa, tenho certeza que os dois irão cuidar um do outro. – o irmão mais novo de Adam tinha mais juízo do que ele.

— Mas se der algo errado preciso voltar para casa, sinto muito. — caminhou até a mesinha onde ficava os Whisky’s.

— E você vai beber logo cedo? Ainda não são nem onze horas, Adam. — Ele encheu o copo de vidro e bebeu tudo em uma golada só.

Caminhos QuebradosDonde viven las historias. Descúbrelo ahora