Capítulo 51

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Olívia Miller

Hoje o dia tinha sido tão exaustivo, que quando cheguei em minha casa a única coisa que pensei foi em dormir, porém ao deixar meu carro no estacionamento, notei outro carro bastante conhecido por sinal. Cansada,  entrei na residência e vi Monique lendo um livro na sala. Deixei a bolsa e os sapatos na entrada como sempre fiz e caminhei até a minha prima, ela se assustou no primeiro momento, mas sorriu ao me ver.

— Pensei que você não viria mais. — sentei no outro sofá, sentindo minhas costas doerem devido ao cansaço. Passei boa parte do dia em uma cadeira nada confortável.

— É, eu decidi ficar um tempinho por lá. Está tudo bem por aqui? Você resolveu a questão do container? — ela parecia cansada e tinha olheiras evidentes. Será que o sumiço desse container a deixou assim?

— É sobre isso que precisamos conversar. Eu descobri que tem um parente nosso interessado na fortuna deixava por Enrico. — comecei e ela franziu a testa. — Pelo que sei, o homem não desistirá até provar que não somos capacitadas para a herança e que ele tem o direito de tomar conta de todo o dinheiro.

— Parente? — Monique estranhou.

— Rafael Castilho.

— Rafael? Oh céus! Aquele vigarista está atrás de dinheiro? Isso não é novidade alguma. Fique tranquila, temos documentos assinados e registrados em cartório que constam nossos direitos sobre a fortuna deixada por meu pai. Ele não tem chances alguma. — ela parecia confiante, mas algo me dizia ao contrário.

— Mas o nosso querido parente começou a atacar, jogando sujo roubando o container. Ele não atingiu só a mim, mas a Henry também. Sabe muito bem que se descobrirem, nós estamos completamente ferradas! Giancarlo Bianchi entenderá essa afronta como início de uma guerra.

Monique empalideceu e em questão de segundos vomitou na minha frente sujando todo o carpete. Me aproximei dela, tentando ajudá-la, mas ela vomitava ainda mais me deixando em estado de choque.

— Monique... Levante-se, vou levá-la para o quarto e chamarei o doutor Afonso. Você está pálida! — segurei seu braço, ajudando-a a levantar.

— Eu não estou bem, Olívia. Estou sentindo cólicas e acho que sangrei, preciso ir ao médico!

Mesmo desconfiada, levei minha prima até o carro e acelerei para o hospital. Ela chorava durante o percurso e aquilo me deixou apavorada. O que estava acontecendo? Chegamos no hospital e ela nem esperou que eu estacionasse o carro, desceu rapidamente e entrou aos prantos.

Ao entrar no hospital, a funcionária da recepção me informou que ela já tinha entrado na sala para consultar-se com um médico. Andei em passos largos até a sala em questão e entrei sem pedir licença.

Meu queixo caiu ao ver Monique em uma maca, sendo examinada pelo médico, que iniciou uma transvaginal.

— Monique... O que está acontecendo?

Ela não respondeu, apenas encolheu-se. Esperamos os resultados do exame em silêncio do lado de fora da sala. Ela passava a mão carinhosamente pela barriga como se fizesse uma prece silenciosa.

Fomos chamadas um tempo depois e então o que eu desconfiava, foi confirmado pelo médico.

— A senhora está com um pequeno descolamento na placenta. — ele explicou, fazendo-me engolir seco.

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