Capítulo 62

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Olívia Miller

Depois de tudo que rolou, passei boa parte dos dias trancada em meu quarto, sem ânimo para fazer nada ou tentar fazer alguma coisa. Monique não recebeu muito bem a notícia, mas se manteve firme pela criança que estava carregando. Meu corpo doía, minha mente me traía e o tempo parecia era traiçoeiro, pois quando olhei no calendário já era o dia do casamento de Henry. Decidi me afundar ainda mais em mágoas, ansiosa por ele, com medo de que seu plano não desse certo e eu estava disposta a fazer isso, mas Adriana resolveu aparecer e eu não podia ignora-la, afinal, ela ainda era minha advogada.

— Desculpe por recebê-la assim, acabei de sair do banho. — sorri envergonhada.

Eu estava acabada, com olheiras e os cabelos ensopados de água. Já não era mais a Olívia de antes e lá no fundo eu não fazia questão de ser.

— Eu voltarei para o Brasil neste fim de semana e resolvi visitá-la. — sorriu.

Aquilo me pegou de surpresa, não pensei que ela fosse embora tão de repente.

— Pensei que fosse passar suas férias aqui. — a convidei para sentar e ela aceitou.

Estávamos próximas uma da outra, tão próximas que eu sentia seu perfume de lírios me inebriar.

— Acho que essa viagem já me deu bons frutos. — olhou paras as mãos, parecia envergonhada, o oposto da Adriana que conheci. — Olívia, eu... Eu não estou aqui como advogada, mas sim como amiga. O casamento de Henry será hoje e... Eu não gostaria de ter magoada mais do que você está, então... O que acha de ir para o Brasil comigo?

Aquela proposta me pegou em cheio. Fiquei sem palavras e sem saber exatamente o que fazer ou como agir. Adriana aproximou-se e levou a mão até meus cabelos, acariciando os fios de forma gentil. Seu rosto foi se aproximando do meu, estávamos perto o suficiente para o que estava por vir... Quando me dei conta, seus lábios grudaram nos meus e um beijo calmo começou, arrancando suspiros da mulher a minha frente. Aos poucos, aprofundamos o beijo e um calor gostoso percorreu meu corpo, arrepiando-me de uma forma boa.

Adriana já estava prestes a me deitar no sofá, quando por impulso se afastou. Seus lábios estavam inchados pelo beijo e um breve sorriso confuso apossou-se de sua face.

— Desculpa! Eu... Não pude me segurar.

— Tudo bem, você está aqui como uma amiga. — sorri tentando acalma-la.

Adriana pegou minhas mãos e as apertou como se esperasse uma resposta.

— E então? — questionou.

Apesar de me sentir completamente atraída por ela, eu sabia que não ia ser feliz, não sem Henry ao meu lado. Nós tínhamos uma história e por mais que eu quisesse ir, eu não podia!

— Adriana, não posso fazer isso. — respondi quase em um sussurro.

Ela soltou minhas mãos, parecia desconfortável e arrependida. Eu não queria magoa-la, mas não podia fazer isso comigo mesmo.

— Desculpa novamente, acho que tomei uma atitude precipitada. — levantou-se do sofá. — Ainda bem que consegui me despedir de você.

— E fico feliz por isso. Se você fosse embora sem se despedir... — fingi ameaça-la e ela riu.

— Olívia, eu estive pensando... Por que não recorre a decisão do juiz?

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now