Caminhos Quebrados

Capítulo 67

Monique Ferrari
(Capítulo Bônus)

As coisas voltaram a se complicar no exato momento do desaparecimento de Emily. Rafael estava jogando baixo, como se quisesse nos atingir de qualquer forma, mas o porquê disso? Ele já tinha tudo que queria, nadava em dinheiro, tinha poder. Por que diabos aquele homem insiste em nos provocar? Eu tenho quase certeza de que ele está por trás disso! Estou tão cansada dessa vida, desses problemas, temo pela segurança do meu filho que está para nascer.

Logo após minha conversa com Olívia, pedi ao motorista que me levasse ao bar da minha família. Se eu estivesse certa, Rafael estaria lá e eu poderia confrotá-lo, ainda sou uma Ferrari vingativa e maldosa.

Ao chegar no local, sentei nas últimas mesas e coloquei meu notebook para funcionar. Enquanto o cretino não aparecia, fiz uma pesquisa rápida sobre o juiz Xavier. Há meses venho pesquisando sobre ele, mas alguma coisa não se encaixava e eu precisava descobrir o que era. As provas seriam a conclusão do caso e o homem nunca mais exerceria a função de juíz.

Há algumas semanas, descobri sobre uma esposa que ele tinha e mantinha afastada de todos por vergonha. Meu amigo que me fornece informações sobre o juíz, me disse que ela era uma mulher sozinha, triste e passava a maior parte do tempo bordando. Não precisei de muito para descobrir onde ela estava, o problema era ir até lá na situação em que estou.

Rafael entrou no bar — como pensei. Ele estava acompanhado de dois capangas e exibia jóias caras e roupas de marca — brega até demais. Ele notou minha presença de imediato e não poupou esforços para vir até a mim. Fechei o notebook e me levantei pronta para bater de frente com ele, aquele pirralho nunca me intimidou.

— Monique... Você está enorme! — franziu a testa ao olhar para a minha barriga.

— Me poupe das duas gracinhas, miserabile. — rosnei, fechando os pulsos.

— Calma! Eu estou apenas brincando, minha querida priminha. Está de quanto tempo... — tentou passar a mão na minha barriga, porém o impedi.

— Não ouse tocar as suas mãos sujas em mim! Quero que me diga...

— Quer? Você não tem que querer nada! Eu estou no comando agora e exijo respeito... Não fale alto comigo, cane. Posso acabar com as suas fantasias em um piscar de olhos... — olhou de forma ameaçadora para a minha barriga.

Engoli seco, porém me mantive firme. Eu não podia confrotá-lo comigo pensei, Rafael estava mudado, não era o mesmo de antes. Peguei minha bolsa e o notebook, mas antes de sair, encarei seus olhos.

— Eu ainda sou uma Ferrari, diferente de você, idiota!

Não obtive respostas, mas também pouco me importei. Saí dali o mais rápido possível, mas antes, fiz alguns telefones. Alguns capangas de meu pai detestavam Rafael, eles trabalham para ele, mas sempre foram leais à mim. Sei de tudo que de passa, se Emily estiver aqui, saberei também.

"Leonardo, puoi dirmi se sono arrivate nuove ragazze?"

"Sì, sono arrivate qualche settimana fa."

"Qualcuno da New York?"

"si Capo"

Não sei se era uma mera coincidência, mas eu sabia como funcionava, afinal, nasci nesse meio. O que me choca é Emily ter caído nessa. Desliguei o telefone, agradecendo Leonardo pelas informações e fui diretamente para o carro, onde o motorista me aguardava.