Capítulo 15

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Olívia Miller

Voltei para o cassino e fui diretamente para onde Henry se encontrava. O homem de terno preto estava conversando com outros, enquanto jogava uma partida de craps. Ele parecia bastante descontraído e gargalhava quando ganhava dos outros. Me aproximei um pouco sem jeito e parei ao seu lado, de imediato, Henry notou a minha presença e sorriu genuinamente ao me mostrar como jogava aquele jogo.

Uma pequena faísca de alguma coisa surgiu no meu peito, deixando-me inquieta. Observei o homem jogar e surpreendente ganhar boa parte das partidas, acumulando um dinheiro que pagaria minhas costas por anos. Quando decidiu encerrar os jogos, Henry me levou até o bar do cassino e pediu duas tequilas para bebermos.

- Está ansioso para a chegada do seu pai amanhã? - perguntei sem maldade, porém notei que ele encolheu seus ombros.

- Não digo ansioso em sentindo bom, meu pai é um homem bastante complicado. - explicou.

- Se quiser fugir... - instiguei vendo-o sorrir malicioso.

- Talvez eu te coloque no meu jatinho e te sequestre até Miami. - piscou cafajeste.

- Quero sair daqui, você me fez uma promessa, precisa cumpri-la. - levei a mão até a dele, acariciando-a levemente.

- É claro...

- Henry! - Matteo apareceu um pouco ofegante, seu rosto estava pálido, parecia que tinha visto um fantasma... Talvez tivesse visto, aquela morena não era boa coisa afinal.

- Posso ajudá-lo? - disse com certa ironia.

- Espero que sim, podemos trocar algumas palavras? É urgente! - Henry bufou, estava zangado.

- Me dê licença, amor. Voltarei o mais breve possível.

Sorri sem graça vendo-o se afastar com Matteo ao seu lado, os irmãos estavam tensos, porém continuaram firme até saírem do cassino. Não sei exatamente do que se tratava, mas algo me dizia que Monique estava no meio e no fundo sabia que aquilo era minha culpa, não devia ter falado sobre Matteo.

Bebi algumas doses de tequila, parando somente quando percebi que já estava ficando tonta, deixei o último copinho vazio no balcão e decidi ir para o meu quarto, já que meu acompanhante havia sumido. Saí do cassino pensando no que havia acontecido, não fazia ideia do risco que meti aquele playboyzinho e pedi a Deus mentalmente que nada fosse prejudica-lo, pois acabaria sobrando para mim. Ao chegar no hall do hotel, me deparei com uma figura masculina bastante familiar, era um homem com um jeito ríspido e automaticamente uma lembrança me veio à tona.

Nova York, 16 anos antes.

A pequena Olívia estava completando sete anos de idade naquela fria noite de novembro, ela usava um vestidinho amarelo com bolinhas pretas e na sua mão esquerda segurava um ursinho de pelúcia pelas orelhas. Estava ansiosa para abrir a caixa enorme de presente que se encontrava em um lugar consideravelmente algo para uma criança de sua idade.

- Quero saber o que é. - falou para o ursinho, sem obter nenhuma resposta, claro.

Olívia pegou uma cadeira da mesa de jantar e colocou próximo a estante onde estava a caixa. Subiu com dificuldade e tentou se equilibrar na prateleira de madeira da estante, mas antes que prosseguisse, a garota de cabelos escuros desequilibrou, caindo com sorte nos braços de um homem.

Caminhos QuebradosWhere stories live. Discover now