Incendeia-me: 12

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A noite caía serena pelo Mato Grosso do Sul. As ruas tinham sua pequena movimentação rotineira e a lua derramava um reflexo de brilho melancólico sobre as janelas das casas que ali descansavam.

Ciro estava deitado a cama com Simone repousando tranquilamente em seus braços, o homem admirava em silêncio a beleza da mulher adormecida em seu peito, que adormecera em seus braços pelo final da tarde. Ele ainda tinha seu coração iluminado e uma feição radiante pelo beijo que compartilharam mais cedo, a doçura dos lábios da morena ficara gravada em sua boca. O calor do toque ávido das mãos dela por seus braços persistiam em sua pele lhe fazendo transbordar em amor e desejo provocando que um suspiro escapasse do homem completamente apaixonado. Passando a mão delicadamente sobre os cabelos dela, desfrutando da sensação de maciez de seus fios e assim descobrindo seu rosto sereno, o cearense sorria apaixonado encantado com a suavidade no semblante da senadora. Ele respirava profundamente o perfume doce na cabeça da morena sentindo-se levado as nuvens com a calma que aquilo lhe proporcionava. O medo de a perder já havia sido dissipado com o calor de seu corpo ao dela e a certeza de que ela estaria segura invadia seu peito calorosamente. Seus braços a envolviam fortemente para confirmar que aquilo não passava de um sonho e que por fim estava vivendo dias melhores junto a pessoa que amava. Enquanto guardava o sono dela o mesmo acabou por cochilar levemente ainda agarrado a ela e com a bochecha descansada na cabeleira escura.

Algumas horas após Ciro adormecer abraçado a mulher que amava a própria despertou calmamente sorrindo ao sentir os braços que envolviam seu dorso. Simone levantou sua cabeça cautelosamente para não despertar o amado e o observou respirar suavemente de olhos fechados, ela tocou delicadamente seu rosto admirada com a seriedade que acompanhava o semblante dele. A morena desenhou o comprimento do nariz dele com a ponta do dedo indicador se deliciando com cada pequeno detalhe do rosto severo dele. Ela acariciou os cabelos dele com carinho e então voltou a deitar-se com a cabeça no peito do mesmo e desfrutou do calor gostoso que seus corpos emanavam juntos. A mulher acariciava um dos braços dele que a abraçava com a mão enquanto ouvia o coração do grisalho bater em um compasso tranquilo em sua orelha. Desfrutar do amor que sentiam a fazia vagar por vários universos diferentes sem necessitar sair do lugar e o beijo que se deram naquele mesmo quarto ainda estava vivo em seus lábios. A troca de sentimentos profundos naquele ato acendia seus sentindos e a fazia desejar por mais, os toques calorosos das mãos dele em seu rosto e em seus cabelos trazia um arrepio agradável a sua pele e com um suspiro Simone fechou os olhos se deliciando com a recordação.

- Está acordada há muito tempo? – Perguntou Ciro com a voz rouca e sonolenta despertando ao sentir o toque terno dos dedos dela em seu braço.

- Faz pouco tempo. Desculpe ter te acordado – Simone ergueu sua cabeça para encará-lo e descansou os braços no peito dele.

- Acordar é a melhor coisa se for pra te ver – O homem sorriu colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha – Você acordou por algum movimento meu que tenha te machucado? – Indagou o grisalho preocupado recordando a cirurgia da mesma.

- Não se preocupe, você foi cuidadoso. Acordei porque estou com fome mesmo – Riu Simone passando as costas da mão na bochecha barbuda dele.

- Vou buscar algo pra você – Ciro tentou se levantar, mas foi impedindo por Simone que manteve, com as mãos firmes, seus braços ao redor dela.

- Espere, não vá agora! Quero aproveitar mais você aqui comigo – Confessou pressionando os lábios nos dele com paixão.

Ciro correspondeu ao beijo com amor. Uma mão sua pressionou a cintura dela enquanto a outra vagueou pelas costas da morena com delicadeza. Simone unia seus lábios com veracidade aos do homem deitado a sua cama, suas mãos seguravam o rosto dele ternamente e seu coração acelerava junto ao dele a medida que o beijo se intensificava. O grisalho sentia-se a beira dos limites em suportar seus desejos pela mulher em seus braços e com o pouco de força que lhe restava ele separou seus lábios dos dela com relutância e olhou em seus olhos que transmitiam pura luxúria.

Salve-me do caosWhere stories live. Discover now