Explosão: 52

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O dia seguinte, posterior ao banho no lago que Ciro, Simone e Gael aproveitaram felizes, parecia mais pesado e diferente. A mulher estranhara o amado mais frio em seu tratamento com ela e mais distante na cama não a buscando para adormecerem abraçados e aparentando incômodo em estar por perto. Suas conversas naquela manhã pareciam vazias e rasas, Gael era o único ainda leve naquele clima angustiante que rodeava o lugar. Quando o garoto decidiu ir jogar na sala na companhia da avó que não conseguia entender nada sobre e o garoto explicava e repetia pacientemente cada instrução, Simone fora para varanda esperar a chegada de suas filhas ansiosa para as encontrar e acabou encontrando um Ciro taciturno no mesmo lugar olhando para paisagem parecendo não estar com a mente de fato no que seus olhos viam. Pensou em deixar o lugar querendo lhe dar espaço, mas decidiu quebrar aquele gelo se aproximando, o abraçando de lado, descansando a cabeça no ombro dele e o dedicando um sorriso.

- Está precisando de algo? - Perguntou o homem secamente.

- Pra te abraçar tenho de estar precisando de algo? - Devolveu o questionamento ofendida.

- Não quis dizer isso - Beijou o topo da cabeça dela para disfarçar sua chateação - Desculpe -

- O que está acontecendo, meu amor? Desde ontem você parece estranho - Afirmou preocupada - Há algum problema? -

- Só estou muito pensativo - Justificou raso - Você teve mais algum pesadelo? -

- Não... Ainda bem. O último foi horrível - Sentiu o calafrio na espinha só em lembrar o pesadelo.

- Não quero te perder - Confessou, a abraçando com força e fechando os olhos - O que posso fazer pra te tirar esses medos? -

- Só preciso da sua compreensão e apoio - Retribuiu o abraço feliz que ele parecesse um pouco mais suave com ela.

- Estou tentando te dar as forças que precisa, eu juro - Tocou os cabelos dela.

- Eu sei - Afirmou baixinho - Obrigada -

O momento fora interrompido pelo som de portas de carro batendo e quando se separaram para olhar, lá estavam as Marias da Tebet se aproximando sorridentes com suas malas. Ciro se despediu dela, cumprimentou as enteadas e deixou o local justificando que queria dar privacidade a ela e as filhas. Ela percebeu que mais uma vez ele havia se distanciado emocionalmente dela, mas preferiu não insistir querendo o dar seu tempo para poder se abrir com ela e poder naquele instante dá a atenção devida a suas filhas. As abraçou com saudade e amor, beijou suas bochechas e as trouxe para dentro até deixarem as malas em seus quartos. As duas fizeram a mãe sentar na cama e lhe entregaram uma caixa mediana bem embalada e quando a mesma abriu se derreteu em ternura e as agradeceu chorosa.

- Eu não acredito nisso... Que coisa mais fofa - Pegou os casacos com capuz combinados em cor amarela com orelhinhas de girafas - Seus irmãos vão ficar os mais preciosos com isso -

- A gente colocou o olho e só pensou neles - Contou Eduarda.

- Eles adoraram - Confirmou com meiguice, tocando a barriga.

- Mal posso esperar pra ver eles vestidinhos nesses casacos - Com admiração Fernanda imaginou.

- Obrigada, meus amores - Agradeceu a grávida dando um beijo na cabeça de cada uma.

Salve-me do caosWhere stories live. Discover now