Como prometi, te encontrei: 39

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Em um apartamento o sol adentrava reluzente as janelas abertas para que o ar circulasse o ambiente.
Simone tinha Maria Eduarda e Maria Fernanda cada uma de um lado seu com os braços entrelaçados ao dela para a ajudar com a ida até seu quarto, Gael pedira para carregar a bolsa da morena com o intuito de ser um auxílio em algo para sua mãe. Fairte levara um café reforçado seguindo a dieta que a nutricionista pessoal da ministra mandara para que ela mantivesse uma alimentação saudável durante a gestação, Simone inspirou fundo com a náusea que a dominava naquele momento, as mulheres insistiam que a mesma comesse tudo preocupadas com sua saúde e agora dos dois outros que ela carregava em si. A atenção e o esforço das suas filhas e de sua mãe a tocava e motivava, mas o que lhe elevou o ânimo para finalizar tudo o que havia naquela bandeja para comer foi um Gael de olhos aflitos a encarando comer, o toque de sua mão pequena cheio de meiguice sobre seu braço lhe passando apoio, e um suave sorriso desenhado nos lábios do garoto, sempre que a mesma se servia... Aquilo a transbordou em amor e afeição.

- Come tudo direitinho Sisa pra ficar melhor - Disse o garoto carinhosamente - O papai vai ficar triste quando voltar se cê tiver doente - Se usou da mesma estratégia que um dia ela usara com ele.

- Você tem razão, meu doce - Simone sorriu com encanto - Vou comer tudo viu - Garantiu tomando um gole de suco.

- Isso aí Gael, convence essa teimosa a se alimentar - Brincou Eduarda tocando o ombro do caçula.

- A Nanda disse que se eu pedisse com jeitinho convencia a mamãe - Entregou Gael com um sorriso orgulhoso.

- Shhh! É segredo nosso maninho - Disse Fernanda com um sorriso divertido.

- Estão todos articulando pelas minhas costas? É isso? - Indagou Simone simulando indignação - Que bonito pra vocês -

- É um fato mãe, você só tem filho bonito - Retrucou Fernanda abraçando os ombros de Eduarda e Gael.

- Uma mulher linda dessas como não né - Bajulou Eduarda.

- Engracadinhas - Respondeu Simone com os olhos encantados dos três juntos a sua frente - Onde tá a Lívia? -

- Ajudando a vovó no almoço - Respondeu prontamente Gael.

- A dona Fairte vai surtar com isso que você acabou de dizer Gael - Afirmou Eduarda ao ouvir o "vovó" dito pelo menino.

- E como viu, só quero ver - Riu Fernanda.

- O que eu disse? - Indagou Gael sem entender o motivo para o que as meninas estavam dizendo.

- Você chamou a sua avó do que ela é, meu doce menino, "avó" - Explicou Simone com um sorriso emocionado.

O dia transcorrera tranquilo entre algumas conversas e muitas advertências para que a morena estivesse o máximo possível descansando e mantivesse um estado de repouso quase constante o que começava a deixar a mulher inquieta e levemente estressada já que queria estar ativa nas procuras por Ciro ou minimamente manter parte de seu foco invés de seu medo profuso de perdê-lo trabalhando em suas obrigações e compromissos com o ministério designado a ela. Quando a noite se iniciou a mesma tomou um banho sentindo o corpo e o emocional desgastado, a água lhe trazia algum alívio e levava parte de seus males ao mesmo tempo que a fazia recordar Ciro com todas as carícias que trocaram naquele banheiro, com todas as conversas compartilhadas ali e todos os derramamentos de paixão e fogo tendo aquela água a percorrer seus corpos que ardiam um no outro e pelo outro. Ao finalizar seu banho e estar pronta para deitar a mulher precisou sentar-se a cama quando ao virar de um lado a outro várias vezes o sono não lhe deu o ar da graça, a meia luz do quarto levou seus olhos a fantasiar com lembranças inumeráveis do grisalho deitado ali ao seu lado lhe trazendo para perto e compartilhando o calor que suas peles unidas exalavam. Um suspiro pesado foi desatado da mesma e suas mãos foram ao seu ventre onde repousaram quentes e amorosas, com suaves carinhos ela baixou seu olhar a barriga que daqui alguns meses seria visível e teria movimentos indicando que dois seres humanos pequeninos cresciam em seu útero e trariam um eterno laço de um amor que existiu e que foi forte, eles teriam um pedaço dela e do homem que amava e seriam seu lembrete de que todas as escolhas até ali a levaram a viver um novo sentimento e uma nova fase em sua vida que apesar de todas as tormentas lhe proporcionava uma alegria imensurável que ela sequer esperava provar. No entanto apesar de toda a emoção e o deslumbre que aquela notícia surtia seu desejo por ter a pessoa que fazia parte daquilo crescia e a sufocava com o pavor de não poder ter isso, quando lágrimas surgiram em seus olhos e a mesma os fechou com rendição um peso cedeu ao seu lado no colchão e a fez afastar todos os pensamentos ao ter a cabeleira lisa e loira descansada em seu braço e pequenas mãos fazendo um carinho reconfortante na sua.

Salve-me do caosWhere stories live. Discover now