Ao teu lado: 31

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Dois dias haviam passado desde o ocorrido e com eles os temores se iam. Se iniciou uma investigação para descobrir o autor do atentado o que não rendeu nenhuma resposta até aquele presente momento. Fora do hospital se amontoavam repórteres a procura de informações sobre o sucedido, porém ninguém os respondia com clareza.

Simone passara esses dois dias no hospital com Ciro, havia pedido a Lívia que trouxesse algumas mudas de roupa para a mesma para que não necessitasse sair dali. A mulher mantinha total atenção e cuidado ao namorado, em momentos precisava repreender a teimosia do homem quando esse queria ultrapassar o limite do que poderia fazer estando internado e com pontos a sararem. Com carinho a mesma o convencia a se alimentar corretamente e sempre o comparava a Gael, já que o pai tinha a mesma manha do filho caçula quando o mesmo estava doente, o que fazia ambos rirem e a mesma logo após isso reclamar para que ele não fizesse isso já que incomodava o local dos golpes recebidos. Pelas noites velava o sono do amado, ficava perto com a mão dada a dele firmemente querendo lhe passar a sensação de que estava ali e tudo ficaria bem, pelas manhãs a mulher despertava com as costas doloridas por dormir na poltrona não querendo sair do lado de Ciro e quando entravam enfermeiras para administrarem medicações e checar o avanço do mesmo ela se mantinha atenta e por perto querendo garantir que faziam certo mesmo que aquela não fosse sua área e com um sorriso que mostrava todos os dentes o grisalho apreciava o cuidado da morena.

Naquela tarde a mesma o acompanhava em uma curta caminhada pelo corredor do hospital, por recomendações médicas o mesmo necessitava se movimentar com cautela, com um braço entrelaçado ao dele a morena o ajudava a dar passo por passo com calma. Com um sorriso encorajador ela demonstrava orgulho de sua recuperação, em seu peito habitava agora alívio e carinho em poder vislumbrar a quem amava se afastando do abismo que parecia se afundar no dia em que presenciou o sangue fluir descontrolado do corpo dele e o homem desvanecer em seus braços. O desespero que outrora sentira era trocado pela esperança de dias melhores onde viveria sem mais amarras e medo a paixão que a cercava de maneira delirante. Quando o cearense soltou alguma piada sobre o próprio estado e deu um riso, atrapalhado por um leve gemido de dor, a mulher suspirou com preocupação ao mesmo tempo que sentia alegria em ver a resiliência do amado e com o sorriso que ele a dedicou completamente apaixonado e um olhar admirado seu coração pareceu amolecer, com aquele terno toque que ambos compartilhavam ela sentiu que seria capaz de alcançar os céus inundada com a leveza daquele amor.

- Estou cansado – Reclamou Ciro com a respiração pesada sentindo a região onde foi feita a cirurgia latejar um pouco – Podemos voltar ao quarto agora? – Indagou com um olhar pidão a mulher ao seu lado.

- É claro, meu amor – Afirmou Simone franzindo os lábios ao notar uma expressão dolorida no homem – Está sentindo dor? –

- Só tá incomodando um pouco hoje – Confessou soltando o bastão com o acesso e repousando a mão no abdômen – Não se preocupe, morena – Tranquilizou respirando profundamente.

- Difícil não me preocupar, Ciro! Vamos voltar devagarinho para o quarto, certo? – Pediu segurando mais firme no braço do mesmo e dando meia volta com ele para se direcionar para o quarto – Quando voltarmos você vai ficar bem quieto e vou chamar alguma enfermeira pra ver isso – Informou com autoridade em seu tom de voz.

- Certo, dona Tebet – Concordou com uma covinha na bochecha se formando por um sorriso de canto de boca.

Quando os dois voltaram ao quarto Simone ajudou Ciro cautelosamente a voltar a cama e apertou o botão que tinha acima da cama para que uma enfermeira viesse. Quando a enfermeira chegou retirou o curativo e examinou os pontos, após ter seu parecer a mulher ruiva limpou o local e trocou o curativo. Informando que algum movimento repetitivo deve ter causado uma inflamação em um dos pontos a mesma indicou que o homem não fizesse muito esforço e afirmou que relataria ao doutor responsável para que receitasse alguns outros antibióticos para eliminar aquele problema. Enquanto a enfermeira se virava para sair o grisalho esboçava um sorriso travesso para sua namorada e recebia um olhar de reprovação e braços cruzados como resposta ao seu humor com a situação que a preocupava e trazia-lhe culpa por saber exatamente o que causara aquilo.

Salve-me do caosWhere stories live. Discover now