Salve-me do caos

Redenção: 17

A noite caia sobre Sobral preguiçosamente. A febre de Gael havia diminuído apesar do menino continuar fadigado e com fastio, Simone passara o dia atenta ao enteado quase sem dar muita atenção a Ciro que se mantinha ali ao redor deles dois se pondo a disposição de qualquer coisa que fosse pedida para que o filho melhorasse. Quando o garoto banhou, e voltou a ser acomodado a cama, demonstrou que voltaria a dormir e isso preocupou a morena. Se aproximando dele e o ajudando a sentar a cama ajeitando os travesseiros nas costas do garoto, para que ele ficasse confortável, Simone se ajoelhou ao chão do lado da cama do enteado e pegou nas mãos dele delicadamente.

- Você precisa comer, pequeno - Comentou Simone encarando olhos castanhos ingênuos.

- Tô com sono - Destacou o menino com a voz cansada.

- Eu sei, eu sei. Vamos comer primeiro e depois você pode dormir, que tal? - Sugeriu com um sorriso piedoso.

- Não tô com fome - Disse o loiro de voz manhosa.

- Mas você precisa comer, meu filho, não pode ir dormir de estômago vazio - Afirmou Ciro ao pé da cama preocupado.

- Eu não quero - Reclamou com a voz falha o menino encostando a cabeça, que pesava, a cabeceira.

- Óh meu amor, a gente sabe que você não está com vontade e é normal - Simone iniciou seu raciocínio com uma voz compreensiva tirando os cabelos que caiam aos olhos do menino com as pontas de seus dedos - Eu te prometi ligar pra Giselle e vou fazer isso, mas você acha que ela vai ficar feliz quando chegar aqui e te encontrar muito doentinho? -

- Não - Respondeu a criança cabisbaixa.

- Então. Faz um esforço pra tomar só uma sopa, eu sei fazer uma bem especial para meninos dodói assim como você, sabia? - Ela acariciou a mão do menino à sua com ternura.

- E eu vou ficar bem pra Gigi tomando a sopa?! - Indagou com um suave brilho de entusiasmo no olhar.

- Vai sim! - Simone sorriu empolgada querendo passar confiança a criança.

- Então eu tomo - Gael deixou a cabeça pender para o lado ainda sonolento.

- Ótimo! A Giselle vai ficar muito feliz em saber disso - Comentou Simone se levantando e sentindo um nó formar em sua garganta em pensar na outra mulher ali - Agora toma um pouquinho de água - Ela pegou o copo de água que descansava no criado mudo e o entregou observando o menino tomar desgostoso.

- Muito bem filhão! Papai vai te levar pra passear muito quando você melhorar - Prometeu Ciro sentindo alívio quando o filho concordou em se alimentar.

- Deita um pouquinho agora, Gael! Pode cochilar que já, já eu volto com sua sopa viu - Avisou a mulher o auxiliando em se deitar trazendo o lençol até os ombros do garoto.

- Tá bom - Concordou o menino fechando os olhos lentamente.

Simone deixou o quarto do garoto de mãos dadas a Ciro caminhando junto a ele até a cozinha. Quando chegaram lá o homem a ajudou encontrar tudo que era necessário para a sopa com um sorriso bobo todo o tempo direcionado a morena. Ciro pensara que não havia como amar mais aquela mulher e naquela situação descobria o quão estava equivocado, ao vê-la solicita ao seu filho apesar da relação problemática com ele e poder observar todo o cuidado maternal dela com a criança o deixava a ponto de prostrar-se aos pés dela, não que já não sentisse vontade disso, tamanha era sua admiração em todas as belezas que habitavam uma só mulher e que mulher, pensara. Quando Simone vestiu o avental ele prontamente se aproximou pelas costas dela e se dispôs a fazer o nó em seu quadril.

- Prontinho, amor - Ciro subiu suas mãos, após fazer o nó, até os cabelos dela os afastando da nuca e depositando um beijo caloroso no local - Que mulher cheirosa é essa - Rodeando o abdômen da namorada com os braços ele a abraçou por trás com chamego roçando seu nariz no pescoço dela.