Te quero: 42

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O dia amanhecera com um sol luminoso e quente sobre o verde vivo do campo, os pássaros alçaram voo ao longe e cantaram sua liberdade ao vento que levava consigo as belezas da natureza que os cercava.

Ciro e Simone despertaram sentindo os corpos cansados e doloridos do local onde dormiram e da noite anterior onde despejaram todo o desejo que os consumia há dias. O grisalho estava com as costas apoiada a árvore dormindo meio sentado enquanto a morena estava com as costas deitadas sobre seu peito e a cabeça pendendo em seu braço que a acolhia cuidadosamente. Ambos ao estarem totalmente acordados se encararam e riram ao lembrar de tudo que fizeram durante a madrugada naquele lago e levantando com certa dificuldade buscaram seus calçados já que haviam vestido o que restou de suas roupas. Apesar do desespero no qual se entregaram no dia anterior ambos estavam felizes e satisfeitos em poder consumir suas vontades e demonstrarem todo o amor e necessidade que tinham um do outro todos os dias que passaram distantes.
Ciro deixou o cavalo pronto para que montassem e subiu sua amada com cautela para logo se posicionar atrás dela, guiando o animal para o caminho de volta à fazenda o homem sentiu-se levemente culpado por Simone precisar segurar a blusa com a mão para que ficasse fechada na frente já que o mesmo havia quebrado os botões na pressa de a ter para si, ela riu com diversão dos pedidos de desculpa dele e disse que apenas desejava não ser vista pelas "crianças", se referindo aos filhos de cada um. E quando os dois chegaram a fazenda, todos já haviam despertado e os esperava na mesa para tomar o café da manhã em família pensando que eles estavam no quarto.

- Acho que suas preces não foram atendidas dessa vez, amor - Brincou Ciro tentando conter seu riso ao ouvir a mesma soltar um suspiro frustrado.

- Estou pagando minha luxúria - Respondeu Simone já corando ao imaginar o que todos pensariam do estado em que eles estavam.

- Mas foi um pecado que valeu o preço - Sussurrou no ouvido dela a sentindo estremecer.

- Você é diabólico, Ciro Gomes - Brincou a mesma dando uma leve cotovelada na costela do homem que riu.

- Ontem você estava uma gostosa diaba também - Falou dando um beijo na curvatura do pescoço dela enquanto mantinha as rédeas nas mãos.

- E você uma bela fera, querido, minha blusa não serve mais pra nada - Riu colocando uma mão a coxa dele.

Os que esperavam a mesa tiveram uma surpresa quando Lívia apontou para a enorme janela da sala de jantar que dava uma visão para o lado de fora da fazenda e avisou confusa que o casal estava chegando a cavalo, os presentes ali se levantaram rápido com curiosidade e ficaram a porta do lugar esperando, achavam estarem enxergando os dois errados até que puderam vislumbrar como estavam de perto, quando pararam com o animal de frente para eles, e olhares arregalados e risos contidos começaram a tomar conta dos que entenderam o que poderia ter ocorrido e ansiavam por comentar sobre.

- Jesus Cristo! Vocês por acaso caíram do cavalo no caminho de volta? - Indagou Fairte pasma com o estado desgrenhado dos dois adultos que desciam do cavalo e a situação deplorável de suas roupas.

- Não só caíram do cavalo como o bicho passou por cima deles - Riu Fernanda com uma mão a boca.

- Maria Fernanda, respeite sua mãe - Pediu Simone com seriedade querendo fugir daquela situação a todo custo.

Simone corou das bochechas ao pescoço com os olhares sobre ela e apertou mais sua blusa que após estar no quarto seria descartada. Ciro viu as bocas ansiosas por soltarem mais piadas e com o dedo indicador, e uma piscada divertida, pediu que não continuassem os comentários naquele momento achando graça da situação, mas sabendo que a morena estava extremamente desconfortável e constrangida. Os olhos curiosos e incrédulos notaram as marcas arroxeadas pelo pescoço de Simone e que pareciam descer pela parte coberta da pele enquanto a camisa de Ciro tinha pequenas gotas de sangue seco nas costas e o que ainda tinha de cabelo estava completamente bagunçado. Todos tentaram ao máximo conter o riso e as falas divertidas naquela manhã quando o casal voltou já de banho tomado e roupas trocadas, o café da manhã se passou em um silêncio que era palpável de vergonhoso e quando terminaram o clima suavizou com um Gael empolgado pedindo pela companhia de Simone para irem ao balanço da propriedade, a mulher o seguiu com a mão dada a dele com um sorriso já mais suave ao rosto e enquanto ajudava a criança a pegar impulso no balanço, amando ouvir seu riso alegre, Ciro os observava com admiração sentindo o peso do olhar dos outros filhos sabendo a enxurrada de comentários inevitáveis que viriam a seguir.

Salve-me do caosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora