Meu doce menino: 56

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Os dias que passaram em Paris tinham sido mágicos, felizes, relaxantes e inesquecíveis. Visitaram cada lugar, registraram todos os momentos, monumentos, gravaram vídeos para mostrar aos filhos e se prometeram voltar ali em um futuro próximo. A volta fora gratificante e cansativa, mal podiam esperar para matar a saudade dos filhos que lhes esperava na casa de Sobral.

Deixando o aeroporto cheios de expectativa, e ansiedade para chegarem no lugar que tinham como seu amável lar, os dois tinham as mãos entrelaçadas e sorrisos alegres em seus rostos. Quando adentraram a casa foram recebidos festivamente pelos filhos, abraços, beijos, confissões de saudades e um cartaz desajeitado de Gael foi o que os recebeu carinhosamente. Eles se detiveram em dar toda a atenção que as pessoas ali necessitavam e entregaram os presentes que tinham trazido para cada um deles. Sentaram-se a enorme sala de jantar e comeram o banquete preparado com todo o amor para eles enquanto conversavam sobre a semana dos filhos e sua viagem espetacular.

- Curtiram como se deve a bela Paris? - Questionou Eduarda.

- Com tudo que tínhamos direito - Admitiu Simone com um sorriso tímido.

- Aposto que o clima da cidade os envolveu bastante - Brincou o filho mais velho do Gomes.

- Se já não tivessem feito os nossos queridos, eles viriam agora - Riu Fernanda.

- Pode apostar que sim - Ciro entrou na brincadeira e recebeu uma cotovelada da morena na costela.

- Não dê corda! - Reclamou a mulher.

- Deixem eles em paz, mal chegaram - Tentou conter seu riso Lívia.

- Soso e Nando deixaram você aproveitar a viagem direitinho, Si? - Perguntou Yuri.

- Tiveram seus momentos de estresse, mas no geral se comportaram bem... Acho que gostaram do clima - Respondeu Simone com brilho no olhar.

- Foram uns anjinhos - Afirmou Ciro.

- Na próxima irei eu e meus maninhos - Garantiu Gael.

- Podemos fazer uma grande viagem em família, só acho - Sugeriu Fernanda.

- Concordo totalmente - Lívia se pronunciou.

- E que venham as competições de quem vai querer mais segurar os bebês nessa viagem - Sorriu Yuri.

- A gente reveza - Disse Eduarda.

- Vão ter logo dois, não vai precisar ter muita disputa - Justificou Ciro filho.

- No primeiro choro me devolvem eles - Gargalhou Simone.

- A mamãe tá certa - Reforçou Gael.

- Querendo agradar a mãe pra ser o primeiro a ficar com os irmãos - Ciro brincou.

A família continuou interagindo harmoniosamente, preenchendo a casa com risadas altas e sinceras a medida que a conversa avançava. De todas os jantares que compartilharam juntos aquele seria um dos mais lembrados, memoráveis, por eles após tudo o que passariam posterior à esse agradável momento.

***

Mais um mês se passara relativamente tranquilo. A Tebet entrava em seu sétimo mês de gestação sentindo-se cada vez mais amedrontada com o parto, sintomas mais fortes fortaleciam seu temor enquanto se esforçava para parecer bem perto dos que amava. Todavia, não conseguira comprar o necessário para o enxoval dos filhos, lhe atormentava a ideia de não estar por eles ou não conseguir os trazer ao mundo, não queria, e não conseguia, comprar o que fosse ao pensar que sequer teria tempo de usá-los. As únicas coisas que seus bebês tinham haviam sido compradas e presenteadas por outros, não por ela, e isso a trazia culpa, mas o medo a travara irremediavelmente. Ciro tentava introduzir a ideia de compras para os bebês, mas a mesma fugia da situação e do assunto sentindo o coração apertar, como um mal pressentimento, sempre que era lembrada da iminente chegada do parto.

Salve-me do caosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora