Dilúvio: 44

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Aviso que esse capítulo contém gatilhos!

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O sábado era movimentado pela casa dos Gomes que recebiam toda a família para que tivessem seus momentos juntos e os filhos matassem a saudade dos irmãos que, todavia, não haviam nascido.

Simone estava sentada a sala após o café da manhã acalorado de conversas descontraídas e atualizações sobre a rotina de cada um. A mesma sentara ao sofá para descansar sentindo as costas reclarem o preço daquele peso que já carregava, em uma calça de yoga preta e uma blusa de mangas cumpridas, azul, larga e longa a mesma sorria ao poder mesmo assim vislumbrar sua barriga já mais visível. A mulher passava sua mão com carinho pelo pequeno arredondar em seu ventre e sentiu uma suave vibração internamente que deixou seus olhos brilhando em emoção e alívio por saber que seus filhos cresciam ali bem. Seu sorriso largo se desfez e um olhar melancolico tomou conta de suas feições quando seu olhar encontrou o de Gael que a observava de longe com tristeza, como se quisesse se aproximar ao mesmo tempo que se negava a isso, e correra para o quarto ao ser percebido por ela, quando a mesma fez menção a levantar sua mãe sentou a sua frente e segurou sua mão como se quisesse a impedir de fazer isso.

- Deixa que eu falo com ele já, já - Garantiu com um sorriso compadecido no rosto - Ele não vai querer falar com você e isso pode te estressar e afetar esses pequenos aqui - Explicou, colocando uma mão a barriga da filha amorosamente.

- Talvez dessa vez ele me deixe entrar - Refletiu, com o olhar no caminho que a criança tomara - Eu não aguento mais isso mãe, quero meu filho de volta - Confessou com os ombros caídos em derrota.

- Eu sei, meu bem, eu te entendo - Pegando nas mãos da morena a matriarca prosseguiu - Mas ele está magoado e na cabecinha imatura dele você não vai ser mais a mãe que ele acabou de conseguir quando os bebês nascerem, então está tentando se proteger do momento em que tenha que ouvir isso de você - Quando Simone pareceu prestes a lhe responder a mulher a impediu com uma mão para cima e continuou - E sim, sabemos que isso não vai acontecer, mas ele não e será necessária paciência pra gente convencer ele disso... Agora, por favor, nem que seja por hoje só relaxe pelo bem dos seus outros dois filhos que vão sentir toda e cada coisinha que você sentir - Pediu recebendo um suspiro frustrado da filha e logo um sorriso agradecido.

- Está bem, mãe! Ficarei quieta por hoje - Sorrindo para a mulher a sua frente, Simone permitiu que seus músculos relaxassem e se acomodou melhor ao sofá - Estão ouvindo como a avó de vocês me convence fácil, queridos? - Brincou a mulher falando com sua barriga.

- Não diria que fácil - Riu Fairte mais uma vez colocando sua mão na barriga da filha encantada.

Enquanto as duas mulheres estavam distraídas com o pequeno, porém visível, volume na barriga da Tebet os filhos se amontoavam em volta delas ansiosos para tocarem o local e saber mais sobre o avanço da gestação. Simone sorriu ao perceber a presença deles ali, pacientes para interagirem com ela, e os cumprimentou sinalizando para que se sentassem ao redor delas, Fairte se despediu dizendo que iria conversar com Gael e deixou o espaço livre para as pessoas que desejavam estar pendentes da morena. Ciro havia precisado ir ao escritório resolver um problema jurídico tranquilizado de deixar a mulher com os filhos que estavam completamente atentos de suas necessidades tanto quanto ele mesmo. Com agora os adultos parecendo crianças animadas com um brinquedo novo, sentados ou de pé a sua volta, Simone sorria abertamente admirada com a postura deles e quando ela se ajeitou mais uma vez ao sofá sentindo-se levemente desconfortável com a dor em suas costas prontamente se direcionaram a ela preocupados e dispostos a resolver seu problema.

Salve-me do caosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora