Viagem: 54

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Mais um mês havia passado e com ele se aproximava a volta da ministra a suas obrigações e a mesma se sentia feliz com isso. Estava impaciente com o repouso, desfrutara bem dos momentos com os filhos e do descanso, porém desejava voltar aos seus afazeres e ocupar-se para não permitir que sua mente a faça refletir sobre seus medos e inseguranças.

As malas estavam prontas e ela esperava Ciro voltar com Gael que queria se despedir dos animais ali. A morena olhava seu reflexo no espelho, o sexto mês de sua gestação chegara e consigo trazia mais mudanças ao seu corpo e sua barriga agora mais crescida. Com um vestido azul que ia até seus joelhos, e possuía uma amarração abaixo dos seios, a mesma admirava seus filhos crescendo dentro de si e um sorriso triste se desenhou em seus lábios, um suspiro escapou-lhe e desviou o olhar do reflexo com as mãos ao quadril tentando suportar o peso cada vez mais difícil de carregar. Suas costas doíam e suas pernas inchavam mais, os seios estavam mais sensíveis e fartos e seu rosto mais redondo. Ela soltou uma respiração pesada quando um suave chute a fez lembrar que o parto se aproximava e seu coração apertava com essa iminência.

- Está pronta? - Perguntou, Ciro, esperando de pé próximo a porta do quarto.

- Estou - Respondeu sem trocar contato visual com ele.

- Os maninhos tão ansiosos pra voltar pra casa? - Perguntou Gael, correndo até a grávida e tocando sua barriga.

- Estão, meu amor - Sorriu alegremente com o carinho do loiro.

- Vou levar as malas - Avisou o grisalho pegando-as - Você acompanha sua mãe, Gael? Tá ficando pesada a barriga e ela precisa de uma mãozinha - Ciro piscou para seu filho que se colocou ao lado da morena como um guarda-costa.

- Vem mamãe - Ofereceu sua mão - Vou te ajudar - Sorriu.

- Muitíssimo obrigada, meu filho - Sorriu com ternura e aceitou a "ajuda" do garoto.

Todo o percurso e tempo gasto durante a viagem de volta passou tranquilamente. Gael descansava a cabeça na barriga da Tebet e conversava com os irmãos querendo garantir assim que iriam ficar quietos para a mãe não se sentir muito desconfortável durante o caminho, ela acariciava os cabelos da criança e sorria com seu gesto doce sobre o olhar de Ciro que os admirava em silêncio.

Quando chegaram ao apartamento o lugar parecia não estar exatamente como havia sido deixado. Simone fora levada pela mão por Gael que a levava animado até um dos quartos de hóspede que outrora era usado apenas como uma espécie de escritório. Aquele havia sido escolhido como o quarto dos gêmeos, porém até o presente momento a morena não conseguira ter força de vontade o suficiente para começar a organizar o lugar para a chegada dos bebês. Ficou intrigada quando Gael a guiou exatamente até lá e a culpa martelou em sua mente pensando que estaria tão pouco parecido com um quarto para uso quanto antes e ao abrir a porta sua boca se abriu surpresa e seus olhos iluminaram com toda a cor do lugar.

O quarto estava totalmente decorado e preparado com o necessário para que os bebês pudessem dormir tranquilamente ali. Dois berços grandes estavam ao centro luxuosos, beges, com almofadas, lençóis e enfeites delicados. As paredes estavam recém pintadas com desenhos lindos, a pintura era de uma floresta cheia de pequenos e fofos animais. Estantes tinham alguns ursinhos de pelúcia, brinquedos serviam de decoração e futuras diversões para os pequenos pimpolhos que alegrariam o lugar e deixariam ainda mais iluminado do que já estava com todas as cores e móveis grandes, luxuosos, em tons frescos e bem planejados nos espaços. Carpetes fofos repousavam no chão. As cômodas para guardar lençóis, fraldas e utensílios necessários para os bebês estavam vazias como os armários brilhantes que, todavia, não tinham as roupas ou calçados. Um sofá grande no mesmo tom do resto do ambiente, e uma poltrona de amamentação, descansavam próximos aos berços que acima tinham luminárias delicadas de estrelas e luas que acendiam e tocavam uma melodia.

Salve-me do caosWhere stories live. Discover now