Recaída: 25

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Por Sobral o nascer do sol trazia um brilho as nuvens e um azulado celeste ao horizonte.
Simone passara o final de semana pela casa dos Gomes conseguindo entrar em um acordo com Ciro onde ela passaria um final de semana ali por Gael e no outro Gael passaria o final de semana com ela, intercalando assim. Ciro concordara pondo a condição de que ele iria junto ao menino o que a morena mesmo com certo receio dessa proposta aceitou, primeiro para que pudesse estar com a criança que tinha como sua e por segundo lugar sabia lá fundo que não desgostava nada de que seu ex estivesse por perto matando assim a saudade que a consumia todos os dias em que passaram separados. Esses dois dias que passou na casa do cearense haviam sido tranquilos, o tempo que dedicou a Gael não permitiu que ela e Ciro se aproximassem além do limite entre duas pessoas que já não são um casal, mesmo que a mulher desejasse estar perto o suficiente para unir seus lábios em um beijo repleto de desejo e vontades guardadas dentro de si. O muito que fizeram foram trocar olhares perdidos, tocarem superficialmente as mãos sempre que necessitavam pegar algo, sentarem um ao lado do outro a pedido de Gael e suspirarem pesado sua amargura e solidão.

Ciro observara sua ex deixar o quarto de hóspedes em que estava dormindo com a mala a ser puxada em sua mão. Seu coração parecia ir junto a ela e uma dor de despedidas que já não eram as mesmas tomava conta de seus sentidos, a ver partir sabendo que todas as vezes em que o fizesse já não seria para voltarem brevemente aos braços um do outro parecia um espinho cravado na pele. Quando acompanhou silenciosamente e lentamente a mesma ir ao quarto de Gael, que dormia serenamente, e deixar um beijo doce na testa do menino, que acordara brevemente para abraça-la e recordar que na próxima vez iria na casa dela, um sorriso nostálgico e apaixonado se apoderava dos lábios do cearense. Observar o instinto maternal de Simone com seu caçula parecia a visão mais bela que seus velhos olhos apreciava, nada se comparava a não ser a visão do corpo majestoso daquela mulher... O corpo que o grisalho tanto sentia falta de ter aquecendo o seu, de sentir em seus braços e de passear com beijos e toques sobre ele. Soltando uma respiração pesada, enquanto permanecia observando a cena encostado ao portal da porta e braços a cruzarem no peito, o homem se perguntara até quando teria de viver com a lástima de sentir um intenso e singular amor e perde-lo em uma fração de segundos por um fato que já não se teria solução.

Quando Simone deixou o quarto da criança, fechando a porta atrás de si, dando um olhar rápido e um sorriso desajeitado ao homem de pé a sua espera sequer se preparara para a atitude que o mesmo tomaria naquele momento. Quando a mulher deu alguns passos em direção a saída, do corredor dos quartos, sentiu uma mão quente segurar seu pulso firmemente e sem ao menos poder ter reação se viu pressionada ao corpo do grisalho bruscamente parando a centímetros do rosto dele com olhos castanhos conectados em um infinito de sentimentos e dúvidas, bocas entreabertas em respirações profundas que fazia elevar seus peitos e possibilitava que sentissem um o batimento desenfreado do outro, corpos ardentes e sedentos por se entregarem ao amor que os mantinha presos em um misto de vontades sufocadas.
As mãos de Ciro espalmaram pelas costas da morena lentamente, uma parando no meio do caminho sendo usada para aproxima-la cada vez mais a ponto de colar seus corpos, enquanto a outra ia de encontro a nuca da mulher a fazendo arrepiar e arfar um pouco com o contato. Simone deixou suas mãos repousarem nos braços do amado e com o desejo que latejava em suas têmporas a mesma os apertou marcando a pele por debaixo das mangas da camisa, seus olhos caindo sobre os lábios finos que tanto lhe fazia falta nos seus. Os dois roçaram os narizes fechando os olhos no processo, hálito quente a vaguear por rostos ruborizados, os corações batendo em um só compasso, corpos a emanarem um calor que há muito não se sentia em peles frias e lábios a tocarem com desespero por unirem em um beijo cheio de paixão.

- Ciro... - Em uma voz sôfrega Tebet tentava em vão evitar o inevitável.

- Só se permita, nos permita - Pediu o homem sussurrando em um tom sedutor entre os lábios dela que já roçavam os seus.

Salve-me do caosWhere stories live. Discover now