Salve-me do caos

Boas novas: 34

Por Brasília os compromissos pareciam transbordar tantos eram a serem cumpridos por agendas que não pareciam caber mais em inúmeros eventos a se comparecer ou reuniões a serem feitas.
Simone tinha a mente cheia por pensamentos voltados em seu trabalho e suas obrigações, a ministra acabara de voltar de uma coletiva e ao se sentar em sua cadeira sentindo o corpo pesar e seus olhos fecharem por alguns segundos procurando aliviar a enxaqueca que se anunciava suavemente com leves pontadas a medida que o dia passava. Soltando uma respiração cansada a mulher se inclinou um pouco sobre a mesa e trouxe uma pasta em suas mãos vagueando com o olhar com as informações contidas ali, logo se ocupando em fazer anotações em seu notebook com total atenção ao que estava fazendo. As horas passaram sem que a mulher notasse e além da janela o sol já estava a se pôr, com os olhos voltados em alguns documentos e uma caneta entre os dedos a mesma mordia distraidamente o lábio inferior e seu campo de visão era ocupado por dados e cláusulas assim sequer notando quando o grisalho adentrou o local com uma vestimenta mais formal, em decorrência do ambiente, e parou em frente a sua mesa com um sorriso meigo nos lábios e um olhar apaixonado para a mulher de cabelos escuros que estava com a atenção mergulhada em vários papéis dispersos aquela mesa.

- Posso ter a honra de uma reunião com a ministra Tebet? - Perguntou o homem ajeitando sua gravata e esboçando um sorriso largo quando os olhos castanhos voltaram para ele.

- Acho que a ministra poderia ter um tempo reservado para isso - Brincou Simone largando os papéis e se levantando para ir de encontro com o homem - Que agradável surpresa, Ciro Gomes - Com um sorriso atraente em seus lábios a morena o puxou vagarosamente pela gravata e lhe deu um beijo apaixonado.

- Eu amei esse cumprimento, permita-me dizer - Com um riso contido ele a abraçou após o beijo e sentiu seu perfume - Tenho um convite a te fazer - Se afastou e acariciou os cabelos dela.

- Estou toda ouvidos - Curiosa com a ideia do grisalho Simone esperou a resposta enquanto brincava com a gola da camisa do mesmo.

- Vamos ao cinema? - Com as mãos agora descansadas no quadril da morena o grisalho sugeriu com um brilho de empolgação nos olhos.

- E qual filme iríamos assistir? - Perguntou animada com a ideia.

- O que minha donzela quiser - Deu de ombros.

- Você nem sabe quais os filmes estão em cartaz, não é? - Conhecendo o noivo a mulher questionou já sabendo a resposta a sua pergunta.

- Culpado - Baixando a cabeça em derrota o homem se divertiu sobre a risada contida de Simone - Podemos escolher quando chegarmos lá -

- Está bem, está bem - Concordou querendo algum entretenimento para distrair sua mente - Deixa só eu organizar essas coisas e podemos ir -

Simone organizou os papéis a sua mesa em pastas diversas, pegou seus pertences pessoais os colocando em sua bolsa e deu a Ciro seu notebook guardado em uma bolsa específica para ele. Deixando o lugar de mãos dadas ao noivo ambos seguiram rumo ao shopping entre conversas sobre o dia a dia dos dois e risos frouxos sempre que Ciro soltava algum comentário humorado sobre o que quer que estivessem dialogando.
Ao chegarem em seu destino os dois foram até a bilheteria e esperaram na fila sua vez chegar, Ciro abraçava Simone por trás com as mãos em sua cintura e o queixo descansado no topo da cabeça da mesma de vez em quando roçando a ponta do nariz no cabelo da mulher apreciando o aroma, Simone tinha as costas relaxadas sobre o peito do homem e seus dedos acariciavam os braços dele com carinho. Os dois desfrutavam aquele momento mais descontraído tendo sorrisos desenhados suavemente em seus lábios, com olhos atentos aos filmes que estavam disponíveis eles refletiam qual assistir, em um breve debate de algo que fosse comum para ambos decidiram qual o melhor pouco antes de chegar até o atendente dali e comprar os ingressos. Com o filme escolhido, que começaria em poucos minutos, eles foram com os braços entrelaçados comprar a pipoca e as bebidas, com tudo finalizado prosseguiram o caminho até a sala do cinema e ocuparam os lugares escolhidos. Durante o filme suas mãos por vezes se tocavam e acariciavam, faziam algum comentário baixinho sobre algum ponto específico do que estavam assistindo, encostavam as cabeças com os olhos vidrados na enorme tela e em outros momentos se olhavam com um sorriso aberto apreciando da presença um do outro ali.