Céu límpido: 13

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O amanhecer chegou por Salvador e com ele a luz do sol ofuscante adentrando as janelas de casas e edifícios. O calor ameno da manhã se mesclava a brisa fria da noite anterior.

Em um quarto de hotel peças de roupas viraram noite adentro repousadas ao chão, e duas pessoas dormiam serenamente sobre a cama, com os lençóis amarrotados a volta, abraçadas frouxamente. Ciro tinha seu braço em torno do quadril de Simone com a mão descansada em seu ventre, enquanto o outro braço estava atravessado debaixo do travesseiro no qual a cabeça da mesma descansava, seu rosto ficara enterrado na cabeleira escura sentindo-se confortável com o aroma que respirava. Simone estava colada ao corpo do amado, de costas para ele, sua mão estava entrelaçada a dele que repousava em seu ventre, enquanto a outra amortecia seu próprio rosto ao travesseiro, sentia um reconfortante aquecer em sua pele com a respiração quente do mesmo em sua nuca.

Ciro despertou lentamente sentindo o calor harmonioso de seu corpo junto ao da mulher que amava, sentiu o lençol os cobrindo suavemente e ergueu um pouco da cabeça, notando as roupas ao chão, o que trouxe um sorriso satisfeito aos seus lábios. Notando o corpo nu de Simone junto ao seu por debaixo dos lençóis o mesmo a abraçou mais apertado e passeou com o nariz pelo ombro da mesma respirando seu perfume e descendo com beijos ternos até a curvatura de seu pescoço saboreando a maciez em sua pele na tentativa de despertar suavemente a mulher em seus braços. O homem sentia-se no êxtase da felicidade com a noite que compartilhou com a morena, o fogo de sua conexão a ela ainda ardia em sua pele e seus sentidos eram elevados com as memórias vívidas das carícias e dos beijos.

Simone era levemente acordada de um sono profundo quando sua pele arrepiou com os beijos suaves depositados nela, o perfume amadeirado do grisalho passeou por seu nariz e a fez recordar a noite de puro prazer que viveu no dia anterior. Com um sorriso singelo a mulher abriu lentamente os olhos sabendo que tinha um corpo quente abraçado ao seu lhe envolvendo em uma sensação de acolhimento, seu ser, todavia, estremecia ao repassar em sua mente a entrega que a cama testemunhara, a paixão desatada em toques, palavras, beijos e contato intenso ainda queimava sua pele. Respirando profundamente a mesma acariciou com as unhas o antebraço do homem que envolvia seu abdômen e pressionou seu corpo mais ao dele.

- Bom dia, morena - Cumprimentou Ciro colando seu rosto ao dela apertando seu abraço.

- Bom dia, meu bem - Simone suspirou com um sorriso meigo aos lábios e envolveu os braços dele com os seus.

- Você passou bem a noite? - Perguntou enquanto roçava a barba no pescoço da mesma.

- E como - Com a voz baixa a senadora arrepiou com o contato da barba dele em seu pescoço - Você dormiu bem? -

- Impossível não dormir bem com teu cheiro - Sussurrou com os lábios próximos a orelha dela.

- Fiquei toda suada ontem, Ciro! Devo estar péssima - Ela se virou para ficar de frente a ele e sorriu com diversão para o olhar indignado dele.

- Não tem o que te faça ficar "péssima", Simone - Afirmou o homem encostando seu nariz ao dela.

- Oh homem apaixonado - A mulher colocou as mãos nas bochechas dele com carinho e espalhou selinhos por todo o rosto do grisalho que a apertava mais entre os braços.

- Um dengo desse só me deixa mais caído por você - Brincou aproveitando os lábios dela sobre sua pele.

- Essa é a intenção - A morena mordeu o lábio inferior delicadamente para logo arrebatar a boca dele na sua com um beijo que lhes arrancou o fôlego pela intensidade.

- Você me faz perder o juízo, mulher! - Ciro respirou fundo quando separaram os lábios e suas mãos vaguearam por debaixo dos lençóis ávidas por tocar todo o corpo da mulher em seus braços.

Salve-me do caosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora