Imagine Girls - 1

Lauren Jauregui

Sabe aquele relacionamento que você sabe que não vai dar certo, mas mesmo assim insistir? Pois é, não insista.

Lauren e eu estávamos ficando, mas só nós duas sabíamos, ela não queria expôr isso pra escola, e eu até entendo, ela é popular e eu não quero essa atenção em cima de mim.

Mas o problema nem é esse, o problema é eu chegar na escola e ela está no meio do pátio beijando outra garota, a gente não tem nada sério, mas porra, por que ela pode beijar uma garota na frente de todo mundo e não pode fazer isso comigo?

Eu realmente não queria pensar nisso, então só passei por elas e seguir pra minha aula, é mais fácil (mas não saudável).

Quando a aula começou consegui me concentrar na aula, mas quando o sinal tocou pra mudança de aula eu tive que voltar pro mundo real e nesse mundo real Lauren Jauregui existe.

Quando sair da sala pra ir pra outra ela simplesmente me puxou até embaixo das escadas onde ninguém ia, e eu nem resisti.

– Ei, você não viu minhas mensagens? - ela perguntou enquanto me olhava com dúvida, aí eu peguei meu celular e fui até seu contato no objeto, vendo que tinha algumas mensagens.

– Eu não tinha reparado, o que você quer? - perguntei sem interesse algum, eu só quero minha cama.

– O que tá acontecendo com você? Você sempre me responde rápido.

– Eu tava na aula, você não viu?

– Sim, eu vi, só que... Que saber, esquece, não devia ter ido até você, alguém podia ter visto. - ela negou com a cabeça e já ia saindo quando eu segurei sei braço.

– Como assim? O que tem se alguém ver?

Ela desviou o olhar do meu e balançou a cabeça, se soltando de mim: – Não é nada, só esquece isso, eu tenho que ir, tchau.

E simplesmente saiu.

E eu fiquei lá, tendo certeza do que ela tava falando. Lauren é bem popular, e sério, não me surpreende isso, ela é linda, misteriosa e tem aquela postura de badgirl, era impossível não olhar pra ela. E foi isso que me surpreendeu quando ela olhou pra mim.

Eu sou o tipo de pessoa que se fosse ter um superpoder seria ser invisível, eu não me importo nenhum pouco das pessoas não olharem pra mim. Foi por isso que eu concordei com ela no começo, mas ter a noção que provavelmente ela não quer ser vista comigo por, sei lá, ter vergonha de mim, é muito estranho.

Depois disso eu fui pra aula, cheguei atrasado e levei bronca — obrigada, Lauren —, mas o resto do dia passou rápido, tirando o almoço que foi uma tortura, a mesma garota que ela tava beijando de manhã estava com ela no almoço, e isso me deixou incomodada, mas o que eu posso fazer, né?

Eu já tava em casa, terminando algumas atividades quando a campainha tocou, e eu ignorei, vai que a pessoa acha que não tem ninguém e vai embora né, mas isso não aconteceu,  então fui obrigada a ir lá.

E adivinha.

Era ela.

E eu quero só fechar a porta na cara dela, porque parece mais fácil lidar assim.

– Eu quero falar com você.

Concordei com a cabeça e dei espaço pra ela entrar, logo indo pra sala e me jogando no sofá.

– Eu vi aqui só pra falar que o que quer que seja que a gente tinha acabou.

Ela falou, e não pareceu nem um pouco afetada com isso.

Claro que ela não estaria, ela nunca sentiu nada, estúpida.

Minha vontade era só de colocar ela pra fora e chorar até não aguentar mais, mas eu só coloquei um sorriso no rosto e perguntei: – E a gente tinha alguma coisa?

Ela pareceu um pouco chocada pela minha resposta, mas só negou com a cabeça.

– Se alguém te perguntar você vai responder isso?

– Por que isso é tão importante? Sua nova namorada é ciumenta?

– Ela não é minha namorada - revirei os olhos pra resposta dela e me levantei, fui até a porta e abrir, apontando pra fora.

– Não se preocupe, ninguém vai saber que você ficou com alguém como eu, posso te garantir.

– Não foi isso que eu quis dizer, tá? É só que não quero que as coisas fiquem estranhas.

– Estranhas? Provavelmente a única coisa estranha que ia ser seria a sua reputação com seus amiguinhos, eu já fiquei muito tempo aonde você tá, mas agora eu já tô pouco me fudendo pra isso, eu nem vejo graça mas no seu sorriso, agora eu vejo como éramos distantes, eu quero que você vá se fuder. - eu disse tudo num tom calma e olhando pra ela, me segurando pra não soltar uma lágrima,  isso tá difícil.

Ela se aproximou de mim e abaixou o olhar, esse olho já me afetou tanto, e agora a única coisa que eu vejo nele é amargura.

– Você sabia no que tava se metendo quando concordou com isso.

– Eu me esforcei bastante pra desapegar, mas agora eu já não sinto mais a dor, então isso tudo é inútil, obrigada por abrir os olhos, agora vai embora.

Terminei de falar e ela só saiu, rápido e fácil, e eu fiquei que nem uma imbecil chorando pelo resto da noite.