Imagine Girls - 1

Vada Cavell

Eu dirigia pelas ruas de um bairro, até então, desconhecido por mim, olhava ao redor procurando por Vada e encontrando a garota em frente de um bar.

Me aproximei e abaixei o vidro da janela do carro.

– Esperando o Uber, senhorita? - brinquei, ela sorriu e veio até o carro, entrando em seguida - você sabe que por aqui é perigoso, né? - ela afirmou com um pouco emburrada e eu neguei com a cabeça.

Dei partida no carro, indo em direção a casa da morena.

Ela suspirou e encostou a cabeça na janela do carro, eu tentava manter minha atenção na estrada e na garota, ela parecia meio abatida.

– Tá tudo bem? - eu perguntei.

– Acho que sim - ela mexia nos dedos das mãos agitada, eu levei minha mão até a sua, entrelaçando nossas mãos e fazendo um carinho nela - ou pelo menos deveria estar.

– Aconteceu alguma pra você vim para do outro lado da cidade?

– Eu só... - a garota respirou fundo fechando os olhos e abrindo em seguida - eu só tô um pouco perdida, sabe, depois de tudo que aconteceu.

Eu assenti com a cabeça, eu sabia pelo que ela tinha passado na escola, eu tive sorte de não ter ido no dia, mas Vada estava lá, e parecia que essa memória revirava a cabeça dela nas últimas duas semanas. Eu parei o carro no sinal vermelho e aproveitei o tempo pra puxar a garota pra um abraço meio desajeitado.

– Eu vou sempre está com você, pode me falar qualquer coisa, sim? - sussurrei pra ela, a mesma se afastou do abraço e balançou a cabeça.

Eu voltei a dirigir, e o telefone de Vada começou a tocar, dava pra ver que era a mãe dela.

– Não vai atender?

Ela negou com a cabeça, e o telefone parou de tocar, instantes depois o meu celular que tocou, eu peguei pra ver quem era e atendi.

– Boa noite, senhora Cavell - Vada olhou pra mim e revirou os olhos, cruzando os braços e fechando a cara - não se preocupe, ela tá comigo, não, não, na verdade ela pode dormir lá em casa? Ah, certo, obrigada, amanhã eu levo ela até aí.

A ligação acabou e a morena parecia confusa.

– Ela deixou você dormir na minha casa hoje, pode ser?

– Pode, mas você poderia ter me avisado antes.

– Eu sabia que você não ia recusar - sorri convencida pra pra ela, a garota tentou esconder o sorriso, mas dava pra ver - eu vou passar na mercearia pra comprar umas coisas.

– Pra quê?

– Pra nossa noite de filmes.

A gente ficou conversando sobre alguns assuntos aleatórios até eu avistar um mercadinho aberto, estacionei o carro e desci do veículo, indo até a porta da mais baixa e abrindo pra ela, a morena saiu e pegou minha mão.

A gente entrou no estacionamento e fomos logo pras besteiras, pegando alguns chocolates pra Vada e salgadinhos pra mim, que eu sabia que morena pegaria pra ela.

Quando fomos pagar o cara do caixa parecia bem entretido assistindo um jornal, esse que falava de tiroteio que teve em outro escola, eu suspirei e passei meu braço pelos ombros da garota no meu lado, abraçando ela de lado.

– Esses jovens de hoje não sabem resolver as coisas conversando - o homem que estava no caixa falou negando com a cabeça, parecendo decepcionado.

– Eles só querem descontar a raiva do sistema em alguma coisa - Vada murmurou do meu lado, o homem olhou pra ela e concordou com a cabeça começando a passar nossas compras.