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Sempre li livros de romance que descreviam como o casal se apaixonava, ou quando tinha o pequeno drama deles não poderem ficar juntos.
Nunca identifiquei isso na vida real.
O mundo atual tá pouco se fudendo se você gosta de alguém, provavelmente o jeito menos vergonhoso de chegar nessa pessoa é através de uma cantada barata, e se vocês já não estiverem a, no mínimo, "ficando" a alguns meses, se você se declara pra pessoa com certeza vai ser chamado de idiota emocionado.
Porque o mundo atual não sabe mais o que é se apaixonar. E isso é triste.
Eu já li um livro que amigos se apaixonavam, e quando o garoto resolveu se declarar, deu certo, eles ficaram felizes e blá blá blá.
Isso provavelmente não aconteceria na vida real.
E é por isso que eu estou no quarto da minha melhor amiga, na qual eu sou apaixonada, ouvindo ela falar sobre os garotos que ela ficou ou estar ficando.
- Lee, a gente se conhece a quatro anos, certo? - a ruiva de repente sentou na cama, parando de frente pra mim, enquanto eu assentia com a cabeça - como que nesse tempo todo você nunca me falou de ninguém?
Como deveria responder isso? "Ah, é porque você é a pessoa que eu gosto e poderia passar horas falando sobre você."
Não.
Apesar de eu ter a consciência que não sou correspondida, não é como se eu pudesse simplesmente para de gostar dela.
Sentimentos são confusos pra caralho.
- Não vejo necessidade de falar sobre isso - dei de ombros, fingindo que esse assunto não me afetava.
A Sink não aceitou minha resposta, segundo ela, eu dei vários indícios na minha falar que provavelmente eu goste de alguém, não que ela esteja errada, mas mesmo assim.
Eu sou péssima falando sobre mim, isso inclui o que eu sinto, então ninguém sabe muita coisa sobre minha pessoa, sou do tipo que tá em todo os grupos de amizade que você conhece, mas ninguém realmente me conhece.
Nem Sadie me conhece, veja bem.
A mais velha voltou nesse assunto algumas muitas vezes durante o dia, mas eu consegui desviar todas as vezes.
Quando já tinha se passado algumas semanas dessa conversa, Sadie apareceu no meu apartamento tarde da noite, ela estava voltando de um encontro, mas não pareceu muito bom, já que ela estar agora no meu sofá, enquanto dividiamos uma garrafa de cerveja, me contando de como o cara era um babaca.
- Sério, como você sai em um encontro e passar ele todo falando da ex?! - a garota estava indignada com isso, e o seu jeito de falar meio embargado a deixava fofa, me fazendo sorri pra ela - não me olhe assim, me sinto uma trouxa com você não se importando com meus sentimentos - um falso tom de drama era identificado na sua voz, eu revirei os olhos, tirando a cerveja dela e dando o último gole.
- Você sabe, nos últimos meses você tem achado defeito em todos os caras que saiu, eu não posso falar muito sobre isso, mas talvez você devesse dar um tempo nisso, não? - a ruiva parecia pensar em minhas palavras, desviando o olhar pro quadro feio que eu tinha na parede da sala.
- E se talvez o problema for eu? - ela virou de uma vez pra mim, sentando de frente com pernas de índio, Sadie passou uma das mãos pelas madeixas avermelhadas e pousou o rosto na palma da mão.
Por que ela tinha que ser tão linda e complica tanto a minha vida?
- O que quer dizer com isso?
- Eu ando em dúvida com algumas questões, talvez seja isso - disse pensativa.
- Você quer ajuda com essas questões?
- Sim.
- Então... qual a sua dúvida?
Ela não me respondeu, ficou calada por alguns instantes antes de levantar em minha direção e sentar no meu colo.
- O que você... - não tive tempo de terminar de fala, Sadie levou suas mãos até minha nuca e me puxou pra um beijo.
De início foi só um encostar de lábios, eu ainda tentava raciocinar o que tava acontecendo, mas quando ela moveu seus lábios sobre os meus e pediu passagem com a língua, eu não demorei a ceder.
- É, com certeza é isso - ela sussurrou ainda próxima a minha boca, a ruiva sorria de lado e mesmo não entendendo nada, eu a acompanhei.
- Essa era a sua dúvida?
- Não exatamente - sua mão passeava pelo meu rosto, trazendo uma sensação gostosa - vai parecer estúpido, mas a alguns meses eu venho me sentindo estranha em relação a você - sussurrava de forma lenta, enquanto eu abraçava sua cintura - ninguém parecia certo, minha dúvida era se com você iria fazer sentido.
- Sabe que arriscou muita coisa aqui, né?
- Qualquer coisa eu colocava a culpa na bebida - ela deu de ombros, se ajustando no meu colo, eu ri da sua fala, balançando a cabeça antes de roubar um selinho dela - depois daquela conversa que a gente teve, sobre você gostar de alguém, eu fiquei com medo de te perder de qualquer jeito, então eu só arrisquei e deu certo - um sorriso fofo cresceu em seus lábios, me encantando ainda mais a essa garota.
- Ainda bem que você fez isso, na minha cabeça isso nunca aconteceria - eu acariciava sua pele por baixo da blusa, sentindo seu corpo arrepia pelo meu toque.
- É, ainda bem - e ela voltou a me beijar.
Esqueçam tudo que eu disse no começo, talvez valha a pena se apaixonar.
