Imagine Girls - 1

Hailee Steinfeld

– Alô - atendi o telefone, com a voz grogue de sono e tentando ver o horário pela tela do aparelho.

– Remy, oi! - a voz animada de Hailee e o barulho de fundo me despertou, eu suspirei antes de constata que era um pouco mais de uma da manhã.

– Haiz, aconteceu alguma coisa? - me sentei na cama, passando a mão pelos olhos tentando espantar o sono.

– Eu vi pra uma festa - ela disse, eu suspirei sabendo o que veria por aí - não sei como voltar...

– Quer que eu vá buscar você? - levantei de vez da cama, indo até meu closet pra pegar algum moletom pra pôr em cima do pijama.

– Por favor.

– Me mande sua localização, sim?

Peguei a chave do carro, indo até a garagem da minha casa e saindo, enquanto mantia Hailee na linha.

Não demorou pra eu chegar em um bairro de alto padrão da cidade, parando em frente uma casa que estava tendo uma festa, Hailee esperava do lado de fora. Sai do carro pra ajudar ela a entra no carro, sei estado não estava tão ruim, mas ele ainda estava bêbada.

O caminho de volta pra minha casa foi em silêncio, a morena não olhou pra mim um segundo sequer, mantendo sua atenção na rua.

Quando chegamos em casa levei ela até meu quarto, deixei a mesma sentada na cama, enquanto tirava seus all-stars.

– Quer me contar o que aconteceu? - perguntei, me ajoelhando na sua frente, seu olhar triste de sempre já tinha voltado.

– Meus pais, sempre são eles, mas não é nada demais - ela suspirou, olhando pra mim e forçando um sorriso.

Passei uma mão pelo seu rosto, fazendo um leve carinho nela.

– Consegue tomar banho sozinha? - questionei, me levantando e indo atrás de uma roupa pra garota passa a noite.

Eu ajudei ela a entra no chuveiro e deixei a muda de roupa no balcão da pia, voltando pro quarto e me jogando na cama.

Era sempre assim, quando a festa acaba ela sempre me procura com os seus problemas, sempre com o mesmo olhar e par de all-stars. E eu sempre cuido dela, a guardando em mim.

Ela saiu do banho e eu dei três tapinhas pra ela sentar do meu lado, quando ela fez, eu suspirei, não era a melhor hora, mas eu já tava cansada.

Só eu sei o quanto me dói me entregar tão fácil e mesmo assim estou sempre alí pra enxugar as lágrimas dela, me deixando de lado.

– Hailee, isso não tá dando mais.

A Steinfeld balançou a cabeça, desviando o olhar do meu.

– Você sabe que eu posso te ajudar com isso...

– Você já ajuda - ela me corta, fechando a cara.

– Sendo o seu fim de festa? - pergunto, com zombaria na voz - você chama atenção, mas um a um eles vão todos embora, e só eu fico, me deixando de lado pra cuidar de você.

– Você não tem essa obrigação - responde, levantando da cama e começando a andar pelo quarto, eu seguir ela a parando de frente pra mim.

– Se não for eu, quem será?

Seus olhos já estavam úmidos e não demorou pra lágrimas voltarem a cair, eu enxuguei uma por uma e a puxei pra um abraço.

– Eu quero cuidar de você, mas da forma certa, e não só no fim de uma festa, me deixa fazer isso, por favor - sussurrei pra ela, enquanto tentava conforta a mesma.

Ela se afastou, pondo suas mãos no meu rosto, balançando a cabeça em concordância, me fazendo sorrir e puxar ela pra outro abraço.

E alí eu deixei de ser o amor de fim de festa, e passei a ser o amor para a vida.