Capítulo 13

555 49 6
                                    

Era engraçado o som que a boca dele fazia ao sugar a minha pele, deixando rastros incandescentes dentro de mim. Eu ria e gemia descontroladamente sabendo que meu corpo queria mais do que aquele pouco contato que ele me entregava.

Movi o quadril na esperança de que ele me desse mais, que ao menos entendesse o quanto eu necessitava, o quanto eu queria. Mas ele ria convencido no meu ouvido, traçando malditos círculos no músculo sensível do meu pescoço.

Era uma tortura.

Eu estava começando a perder o juízo e todas as estruturas que eu um dia tive, sequer me lembrava do porque eu queria tanto sempre estar por cima, sempre ter poder sobre tudo e todos. Ele me devorava lentamente e mentalmente, me fazendo imaginar coisas terríveis com a boca que ele usava na minha pele só para me provocar.

A língua dele deslizava por ali, desencadeando arrepios e um calor doloroso entre as minhas pernas. Mesmo que eu implorasse com meu corpo, nada parecia convencê-lo de que eu precisava de mais, que ele poderia ter muito mais de mim e me consumir como as chamas que cresciam do meu interior.

Ele suspirou descendo os lábios para os meus seios e começou a brincar usando a língua para circular meus mamilos, forçando eles a enrijecerem ainda mais, implorando para que fossem colocados de uma vez em sua boca quente.

Eu não conseguia me mover muito, a sensação era de que meus braços estivessem presos pelos dedos dele, firmes ao lado do meu corpo e sem a mínima possibilidade de serem libertos.

Então forcei novamente o quadril e finalmente senti a ereção dele, pronta para entrar completamente dentro de mim e se perder na minha profundidade.

Ele riu mirando os olhos verdes e puxados na minha direção, os cabelos pretos e ligeiramente compridos fizeram cócegas em meus seios.

— Pare com isso, eu não consigo parar e se eu não parar, você terá que me aguentar inteiro dentro de você, cordeirinha...

*

Acordei sem ar.

Foi difícil entender a necessidade de respirar dentro da escuridão que o meu quarto estava, parecia que isso aumentava a sensação de sufocamento. Como na noite quente na casa de Daniel, eu estava suada. Quente e parecia que eu estava prestes a encontrar um nivel de completa exaustão se não tivesse acordado antes do maldito sonho acabar.

Cordeirinha... Maldito apelido ridiculo que ele havia encontrado para mim, como se meu nome fosse muito dificil de pronunciar. Mas por incrível que pareça, esse mesmo apelido havia me acordado, me trazido para a realidade onde eu jamais poderia sentir o que senti no sonho.

Um sonho tão real que me fez sentir a calcinha molhada e meus batimentos cardíacos perderem o compasso, eu não deveria ter aceitado conhecê-lo e pior, não poderia culpar a minha mãe por me obrigar.

Passei as mãos sobre o rosto sentindo meus ânimos acalmarem lentamente, ainda estava escuro e pelo que parecia, não passava da madrugada ainda.

Eu jamais poderia contar o que aconteceu a ela, afinal, confiou a sua filha adulta a um maldito parente estranho e quase me entreguei.

Merda.

Agora eu sonhava com o desgraçado também.
Joguei o lençol no chão, o calor do meu corpo já não suportava mais o contato do tecido sobre o meu corpo. A sensação de intenso desejo misturado com a impotência me deixou frustrada, eu sentia o que não deveria sentir e isso estava corroendo a minha alma.

Mas eu havia tomado uma iniciativa antes que tudo isso piorasse, antes que esse sentimento estranho não fosse mais capaz de ser contido. Claro que isso poderia ser apenas um choque inicial de nos conhecermos e não sabermos nada um do outro, mas ainda assim, nosso sobrenome dizia muita coisa.

Suspirei incomodada olhando para a janela fechada, eu não podia fazer nada agora e dormir novamente estava longe de cogitação.
Daniel estava fodendo com a minha mente e isso não era e não podia ser normal, perceber como ele me olhava parecendo sentir um poder sobre mim que eu jamais tinha dado a ele, que ele nem mesmo deveria ter, era... estranho.

Senti meu coração voltar a acelerar e me levantei da cama, me aproximei da janela e ele já não estava mais escorado esperando algum movimento infalso meu. Uma sensação de desgosto me consumiu, porque eu estava esperando que ele ainda estivesse ali? Me vigiando como se eu estivesse em uma maldita prisão domiciliar?

Eu ri com escárnio para mim mesma, talvez eu fosse mesmo hipócrita. Não sabia o motivo de ter fantasiado ele ainda me olhando do outro lado da rua, esperando que eu aparecesse na janela e o vigiasse da mesma maneira, dividindo a tensão e o desejo proibido que fazia meu corpo arrepiar, nunca senti isso por homem algum.

Meu corpo começou a pedir por mais da sensação que era ter a língua dele explorando a minha carne, pedindo que eu lhe desse toda a minha excitação e prazer. Uma dança quase dolorosa nos nervos sensíveis.

Escorei na janela, me lembrando da sensação das mãos dele sobre a minha bunda. Era como se eu pudesse sentir os apertos e a necessidade dele de me engolir.

Meu corpo arrepiou dolorosamente e afundei a mão dentro da minha calcinha, o calor conhecido abraçou meus dedos enquanto escorava a minha perna no puxador da cômoda ao lado da cama. Eu o queria, meu corpo desejava entender e compreender o motivo dele me afetar tanto assim. Mas fazer e imaginar eram coisas totalmente diferentes, não eram?

Gemi baixinho quando senti o líquido começar a ajudar meus dedos a entrarem dentro de mim, continuei olhando para fora, imaginando aqueles olhos verdes presos em mim, esperando que eu lhe desse todas as permissões possíveis e inferno, como imaginá-lo era bom. Mesmo odiando a forma como me tratava a cada maldito segundo, como tentou me controlar desde que cheguei a merda dessa cidade.

Subi meus dedos molhados para meu clitóris e o tremor satisfatório percorreu meu corpo, arfei satisfeita com o calor, a lubrificação, massageando a área como se meus dedos fossem os dedos dele.

— Merda, Tio Dan... — Suspirei, ele me infernizava com o maldito apelido e eu o infernizaria com o titulo de familia dele, isso se o visse outra vez. — Eu deveria foder com a porra do seu juizo da mesma forma que está fazendo comigo agora.

Meu baixo ventre começou a aquecer e cada músculo meu tencionou esperando a onda de prazer que logo me consumiria.

Eu queria, contra todas as contradições da minha cabeça. Mesmo depois da humilhação de apanhar em seu colo, a lembrança fez meu clitóris pulsar entre meus dedos.

Voltei a olhar na direção do lugar onde ele estava escorado antes de eu ir dormir e meu coração saltou, ele estava ali.

Sem capacete, com a parte superior dos cabelos presos em uma amarração frouxa e me olhando como um maldito predador. A rua estava vazia quando comecei a me tocar, então a janela estava livre das cortinas, pela minha posição duvido ser difícil entender o que eu estava fazendo.

Ele sorriu parecendo ansioso e eu não consegui parar, arrumei a posição do meu braço e afundei os dedos dentro de mim pensando o quanto seria bom descobrir o que mais ele queria fazer.

Eu estava prestes a derreter por causa do prazer e do outro lado da rua, Tio Dan trocava o peso do corpo entre as pernas e vez ou outra movia a ereção por cima da calça. Ele sabia.
Eu sorri e mergulhei no chão, falando o nome dele mais alto do que eu pensei que sairia e juro ter ouvido ele falar algo como "Continue me provocando, cordeirinha maldita..." do lado de fora.

Talvez eu tenha pedido por uma morte lenta e cruel, mas ele não iria tocar um dedo em mim.
Sorri convencida e me levantei do chão, Tio Daniel já não estava mais lá embaixo. Eu suspirei e verifiquei outra vez trincos para voltar a dormir as horas restantes da minha madrugada. Não podia faltar mais uma vez nos meus treinos.

ESTRANHOजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें