Capítulo 22

503 50 1
                                    

Meu corpo exalava cansaço, era como se Dan tivesse consumido até mesmo a minha alma. Depois de todo o esforço que ele me fez fazer, o corpo firme e tatuado escorou na cabeceira da cama e me puxou para cima, me encaixando na lateral de seu corpo.

A culpa e a descrença estavam virando um sentimento de rotina e quase não me abalava mais, era como se estivesse começando a fazer parte da minha vida e dos dias que Daniel decidia ficar ao meu lado.

Encostei a cabeça no peito dele e inquieta por causa dos sentimentos que me cercavam, movi as argolas que atravessava um de seus mamilos, ele riu fazendo o peito tremer embaixo de mim e acariciou meus cabelos.

— Continue com isso e vou te comer de novo, cordeirinha.— Minha pele arrepiou, eu com toda a certeza não aguentaria mais uma rodada no que ele tinha guardado para mim.

— Esqueça, não aguento mais. — Isso o fez rir outra vez.

— Se eu quiser, vai aguentar. Mas vou deixar que descanse dessa vez, ao menos até que a vermelhidão da sua boceta diminua.

Eu não era uma mulher envergonhada, nunca fui. Mas essa merda que ele conseguia me fazer sentir era demais para suportar, como ele conseguia fazer isso comigo?

— Merda, pare de falar esse tipo de coisa... — Resmunguei.

— Tem que se acostumar com isso, Ella, odeio ter que me segurar e isso inclui dizer o que penso. — Meu rosto esquentou outra vez enquanto ele segurava com firmeza os cabelos da minha nuca me forçando a olhar para ele. — Se sente envergonhada comigo falando sobre seu corpo, que pena, porque é um prazer para mim e não costumo me privar do que me dá prazer.

— Dan...

— Fale direito. — Ele pediu fazendo o verde dos olhos dele brilharem para mim. — Sente vergonha em dizer coisas relacionadas a mim também, não é? Quero que me chame direito, imagina como sua mãe ficaria irritada ouvindo você me chamar pelo meu nome, tendo uma intimidade comigo que não era para ter.

Maldito...

— Te chamarei certo quando estivermos na frente de...

— Agora. — Ele repetiu e eu perdi o ar.

— Tio Daniel... — Daniel respirou fundo e eu precisei engolir o excesso de saliva.

— Muito bem, agora eu preciso te foder outra vez, ou vou enlouquecer.

Antes que eu gritasse um não, o telefone ao lado da cama dele tocou. Salva pelo gongo, ele bufou jogando os cabelos para trás e me sentou em seu colo enquanto atendia a ligação.

— O que você quer? — Ele pareceu mudar depois que atendeu, os olhos dele se prenderam em mim e com a mão livre acariciou meu rosto. — Sabe que eu não quero ter nada a ver com você e não faço questão de nada que venha de você.

A pessoa do outro lado respondeu ao ataque de Daniel e pude ver o rosto de torcer irritado.

— Esqueça Yakato, não vou fazer isso e ela não tem nada a ver com as suas merdas. — A carícia desceu para o meu pescoço e contornou minha clavícula. — Qual é o seu problema? Não bastou afastar seus filhos? Vá para o inferno com esse jantar, não vou levá-la. Claudia mandou que eu cuidasse dela e não que a levasse ao covil dos lobos, Yakato.

Uni as sobrancelhas agora tendo certeza de que Daniel falava sobre mim e questionei com o olhar enquanto me permitia brincar com uma das mechas do cabelo dele que caía sobre o ombro.

— Já falei e vou repetir, vá para o inferno. Se Cláudia pediu isso, ela que venha me avisar, ou vou manter a promessa que fiz a ela e proteger Ella de todas as ameaças que eu encontrar e isso inclui você.

Daniel desligou o telefone e jogou o aparelho do lado da cama, me manteve onde estava e agora parecia pensar enquanto descia a carícia para a curva dos meus seios. Era estranho ter esse tipo de atenção, principalmente quando algo não parecia estar certo.

— O que aconteceu? — Insisti, parecia que ele não diria nada mesmo que eu pedisse. — Daniel...?

Ele respirou fundo concentrando nas voltas que fazia com as pontas dos dedos em meu seio e demorou para olhar no meu rosto, havia tantas coisas passando por trás dos olhos dele que era difícil decifrar.

— Parece que não somente eu, mas você foi convocada para um jantar de familia na casa de Yakato, esse maldito está aprontando algo e um de nós dois está em seus planos.

Meu avô era um homem de negócios e tinha contatos por todo o país, além de fábricas, ele também era um homem concervador em sua cultura. Mesmo que tivesse pulado a cerca anos atrás, ele não abria mão do respeito da família que ele criou.

— E nós iremos? — Suspirei sentindo a carícia se concentrar ao redor do meu mamilo.

— Se depender de mim, cordeirinha, você nunca mais sairá desse quarto.

— O meu fica de frente para o seu, não precisa de toda essa possessividade.

Daniel sorriu agora apertando a ponta e me puxando para mais perto.

— Não mais e se acha que sou possessivo, ainda não me conhece direito. Porque isso não descreve metade do que eu sou e me recuso a deixar que qualquer merdinha olhe demais para você, então. Seu quarto agora é esse.

*

Discutimos algumas horas depois que ele trouxe minha mala para o seu quarto, eu odiava ser manipulada e ignorada quando eu não queria algo, mas como eu poderia discutir com ele e ganhar? Ele sequer deixava eu tentar.

Era o último dia da semana e o jantar seria amanhã à noite, o que me aliviou tremendamente pois as lutas começariam na semana seguinte.

E eu estava sendo obrigada a ir nesse maldito jantar, alguns minutos depois que minhas roupas foram colocadas no guarda-roupas dele, minha mãe ligou para o meu telefone e me obrigou a ir nesse jantar, alegando que era uma reunião de familia e que precisávamos nos unir e comigo já adulta, seria ainda mais facil. Seria o melhor momento para isso.

Daniel quase quebrou meu telefone na parede preta de seu quarto e um de seus homens invadiu o cômodo esperando encontrar uma briga intensa, Dan estava furioso e aproveitou que um de seus homens havia tirado sua privacidade para deixá-lo de olho na cidade enquanto nos preparamos para encontrar Yakato.

— Esse desgraçado deve estar aprontando alguma merda. — Daniel repetia isso enquanto se vestia para descer para o bar. — Ele não me liga desde que fui embora da casa dele.

Dei de ombros vestindo uma das camisas dele, vendo-o parar o que estava fazendo para me encarar.

— Ao menos você o conhece, eu nunca o vi em toda a minha vida. Da mesma forma que nunca te vi, talvez isso seja de família.

Daniel jogou os sapatos que estava segurando enquanto me encarava vestir minha calcinha e avançou sobre mim me prendendo contra a porta do guarda-roupa.

— Não me compare a ele, Ella. Nunca mais.

— Parecem ser mais parecidos do que você imagina.

Daniel grunhiu apertando meu corpo um pouco mais, irritado, ele ergueu meu queixo para que eu fosse obrigada a olhar em seus olhos.

— Eu jamais trairia a mulher que eu amo, jamais deixaria um filho meu partir sem tentar de tudo para que ele ficasse, jamais deixaria que minha mulher sofresse por minha causa se eu pudesse evitar. Não me compare com ele outra vez, ao contrário dele, eu protegeria a minha mulher com a minha vida. Ele não.

— Dan...

— Esqueça. — Ele me soltou voltando para o que estava fazendo, talvez a ferida que meu avô tinha deixado nele, fosse maior do que eu pensava.

ESTRANHOWhere stories live. Discover now