Vamos de dobradinha porque eu estava devendo para vocês, desculpem a demora...
Estou sem computador e esta sendo difícil digitar pelo celular...
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Depois de horas deitada em posição fetal, Ren se levantou e saiu me deixando sozinha em seu quarto. Eu realmente não queria me levantar dali, não porque ele era o único que parecia se importar com alguma coisa além do próprio umbigo, mas porque eu não tinha forças.
Foi tão doloroso ver o verde que eu tanto desejei, que eu tanto necessitei expressar algo que era muito mais do que um traço de loucura, a dor que ele mostrou sentir me atingiu cm mais força do que eu esperava.
Então eu não queria me levantar, eu não queria continuar com a palhaçada do casamento e muito menos dar a Ren a chance de se mostrar alguém que eu possa confiar.
Mas eu havia perdido meu poder de escolha desde que pisei dentro dessa casa, minha vida não passava de um contrato para Yakato e meus pais sequer tentaram me salvar de um destino que eu não tinha escolhido para mim.
Minha carreira no Boxe havia acabado e logo eu não seria nada além de uma esposa troféu para um conhecido de Yakato.
Catrina entrou no quarto como se a minha presença ali devesse ser mais normal do que eu realmente sentia que devia ser, era ridículo.
Ela arrumou o quarto antes de sair e voltar com algumas peças de roupas, nem mesmo escolher o que eu vestiria no dia era permitido a mim.
Resmunguei diversos palavrões para ela enquanto me forçava a cuidar do mínimo de higiene e gritei quando ela tentou tocar nos meus cabelos.
Eu queria me decompor deitada naquela cama grande e vazia, espaçosa e cheia de lembranças que eu agora, desejava que tivesse sido com Daniel.
Respirei fundo me deixando encaixar num novo vestido de festa e joguei minha dignidade no chão, hoje eu seria apenas o objeto que estavam comerciando.
Nada além disso.
Catrina me arrumou a força e com o rosto travado em descontentamento, eu não a julgava, lidar comigo seria completamente difícil nas próximas horas ou dias, pelo menos até que Ren me transportasse para a sua casa.
Dessa vez fui conduzida para fora da casa, saímos pela entrada principal e entramos num SUV que sequer tive tempo de verificar o tamanho. Catrina me prendeu no banco e em segundos estavam me levando para longe da casa.
Em um da comum, eu daria um jeito de simplesmente fugir e me esconder em algum canto até que finalmente tivesse um plano para voltar para casa. Mas depois de tudo o que tinha acontecido na noite anterior, eu simplesmente não consegui fazer nada além de observar as ruas claras e movimentadas do Japão. Era como se depois do que vi, minhas ideias e a minha vida tivessem finalmente perdido o sentido.
Daniel havia me quebrado de uma nova maneira e dessa vez, eu não estava conseguindo lidar, não estava conseguindo me recompor.
Ele me amava como tinha me jurado?
Eu ja não sabia o que estava fazendo.
Acreditava que Ren queria algo a mais comigo a ponto de me dar toda a liberdade que a minha própria familia tinha retirado da minha vida, acreditava que ele tinha boas intenções além de investir na empresa de Yakato e me ter como uma recompensa desse maldito acordo. Mas ele também não sentia nada por mim além de ganancia, certo?
Vi as ruas se tornarem cada vez menos movimentadas e ignorei o fato de que fui retirada da casa sem que ninguém me dissesse onde estávamos indo, agora eu não me importava com isso e queria que tudo apenas acabasse logo.
