Capítulo 30

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Foi necessário mais de cinco homens para segurar Daniel, e enquanto ele se debatia para pular em cima de Yakato, Ren me arrastou para fora da sala de estar. Eu era forte, mas Ren tinha uma força que eu nunca pensei que seria capaz de me segurar.

— Me solte maldito! Você fez isso de propósito, não é? — Gritei furiosa, mas não foi o suficiente para conseguir fazer com que ele me soltasse até que estivéssemos na porta do meu quarto outra vez.

Ren respirou fundo me jogando no chão de taco, a minha raiva aumentou e prometi a mim mesma que arrancaria sangue dele, soco por soco, até que os ossos do rosto dele estivessem triturados.

— Eu vou falar apenas uma vez, Ella. — Ren suspirou abaixando no chão, me olhando com um desdém que fez o ódio fervilhar dentro de mim. — Yakato prometeu para mim que você seria minha assim que me mostrou as fotos que sua mãe tinha mandado para ele, foi difícil fazer com que ele aceitasse por causa do sangue ruim que gerou você. Agora entenda de uma vez por todas, não está em sua casa e as regras aqui são diferentes. Sairá dessa casa com meu anel no seu dedo, você goste ou não.

— Desgraçado... — Murmurei vendo ele se levantar me deixando no chão.

— Ah, mais uma coisa. Espero que não se importe com a minha idade, prometo a você que meu vigor é intocável e que suprirei todas as suas necessidades.

Retirei o a porcaria do salto do meu pé e joguei acertando a porta, era a única coisa que eu tinha posse no momento para conseguir atirar na direção dele, mesmo que eu pudesse fazer isso com meus próprios punhos.

Suspirei retirando o outro salto para me levantar, com a convicção de que eu mesma socaria a cara daquele velho maldito e junto com a dele, eu socaria a de Daniel também.

A cena dele chegando com aquela mulher fez meu estômago revirar, a ânsia surgiu e agradeci por pelo menos ter um banheiro dentro do quarto.

Ele iria mesmo se casar para tentar me libertar desse acordo?

Coloquei tudo o que eu tinha comido para fora, meu peito doeu e mesmo que eu apertasse a área enquanto colocava todo o meu estômago para fora, não amenizava a dor.

Eu sabia que não poderíamos continuar com essa história, com o desejo que tínhamos um pelo outro, mas vê-lo deixando que ela o tocasse... pronto para ser dela por minha causa...

Vomitei outra vez, nem mesmo meus treinos me causavam tanta dor assim. Estava difícil demais lidar com tudo o que estava acontecendo.

Limpei a boca quando percebi que não tinha mais nada para colocar para fora e lavei o rosto tirando a quantidade exagerada de maquiagem que Catrina tinha feito em mim, eu precisava ser quem eu realmente era, Yakato gostando ou não.

Caminhei para fora do banheiro e depois de me trocar e prender meus cabelos o mais alto que eu conseguia, iria debater com aquele maldito e ter a minha liberdade junto com a de Daniel de volta.

Mas a maçaneta não girou quando forcei para baixo, e não havia trinco algum na parte de dentro do quarto. Então as emoções que incendiavam a minha mente começou a descer para o meu corpo, comecei a bater na porta, socando e gritando desesperadamente.

Eles não podiam fazer isso, me tratar como uma prisioneira.

Forcei a maçaneta mais algumas vezes até quase desistir de tentar abrir, dei a volta no quarto e tentei abrir as janelas que estavam atrás da cama. Forcei o trinco e ri com escárnio, eles sabiam que isso aconteceria?

Eu já não estava bem, o enjoo não tinha passado e minha vida parecia ficar cada vez mais longe. Ficar com Daniel, mesmo que não pudesse acontecer também estava começando a sumir aos poucos.

ESTRANHOWhere stories live. Discover now