Capitulo 56

172 25 3
                                    

Eu tinha me esquecido de como era a sensação de ter alguém por mim, eu tinha me esquecido de como era saber que eu não precisaria dar nada em troca.

O vento frio entrava suavemente pelas janelas entreabertas e fazia com que a cortina quase transparente voasse, dando a impressão de flutuar pelo quarto. E esse mesmo vento tocava em mim, esfriando o calor que minha pele emanava e espalhando o perfume do corpo estirado ao meu lado por todo o quarto.

Eu não sabia que ser amada poderia ser simples, eu não fazia ideia de que um amor sincero poderia me aquecer de tal maneira.

Eu não precisei fugir, não precisei correr para que essa sensação me cobrisse. Não foi necessário que ameaças rondassem minha vida para que algum sentimento fosse exposto, e isso me intrigava completamente.

Agora eu estava em silêncio observando o ondular frio da cortina enquanto Ren parecia dormir profundamente, passamos alguns dias lutando contra isso. Na verdade, eu passei todo esse tempo lutando.

Mas talvez tenha sido por uma boa razão, e mesmo que não tivéssemos nos tocado desde antes de eu ter tomado aquela maldita decisão, Ren não me forçou a tocá-lo em nenhum momento. Muito menos agora, onde ele dormia completamente nu e coberto apenas pelos lençóis sem que eu realmente conseguisse deixá-lo me tocar.

Suspirei brincando com as pontas das minhas unhas, eu nunca, em toda a minha vida, tinha me sentido tão insegura quanto agora. Mas as marcas no meu rosto e principalmente no meu corpo fizeram com que minha autoestima se perdesse profundamente dentro de mim.

E mesmo assim, mesmo com a vontade visível e palpável no corpo dele, ele não me forçou e não me coagiu. Me deixou remoer as sensações que me tomavam exatamente como eu queria, e agora, talvez eu estivesse pronta.

Os olhos de Ren nunca mudaram para mim, continuaram os mesmos desde que nos conhecemos. Isso era tudo o que eu precisava nesse momento.

Após viver meses no hospital com ele do meu lado e semanas na mesma cama que ele, sem nenhum contato físico maior que o necessário, eu estava pronta.

Pelo menos eu me sentia pronta.

O contato físico real me deixava apavorada, me fazia querer fugir desesperadamente para o mais longe possível e nunca mais tentar. Mas agora, vendo-o dormir sem culpa e tranquilamente ao meu lado, me fazia desejá-lo.

Iríamos nos casar no dia seguinte e, por que não poderia nos dar a oportunidade de relembrar como era bom?

Suspirei, olhando cada detalhe do corpo levemente forte ao meu lado, alto e esbelto, mas tão forte que não precisava de muito esforço para me carregar de um lado para o outro. Completamente nu e prometido inteiramente para mim.

Fechei os olhos com força e soltei o ar, desde o acidente, eu havia perdido totalmente a confiança que eu sempre cultivei dentro de mim. Mas o que eu poderia perder mais?

Puxei a fita que prendia a abertura frontal da camisola e afrouxei as alças dos ombros, olhei novamente para Ren estirado ao meu lado e mordi o lábio esperando que eu não me parecesse com uma louca.

Semi coberto pelos lençóis, respirando quase profundamente e mesmo assim conseguia tirar parte do meu fôlego. Ele estava sendo incrível para mim.

Puxei o lençol e o deixei exposto, ele não se mexeu e eu quase desmaiei após tanto segurar o ar. Mas eu tinha uma missão e precisava cumpri-la com o máximo de êxito. Então, desci os dedos sob a pele do abdômen e o segurei na extensão, movendo lenta e suavemente até que o senti completamente duro para mim.

Ren não se moveu, não esboçou reação alguma e foi o que eu precisava para me colocar com cuidado entre as pernas dele. Me sentia uma adolescente fazendo coisas que não devia, e estava sendo incrível.

ESTRANHOحيث تعيش القصص. اكتشف الآن