Capítulo 2

10.8K 530 206
                                    

LISSA

(Sem revisão)

Ao perceber o engano, empurrei para longe o cara que até então eu pensava ser o meu namorado e pulei de cima da bancada de mármore em seguida, apenas para me desequilibrar e cair de bunda no chão duro e frio da cozinha.

Amaldiçoei minha falta de coordenação motora, escondendo o rosto entre as mãos e desejando em silencio que fosse abduzida por um E.T., tamanha a vergonha que estava sentindo naquele momento.

Por que essas coisas só acontecem comigo?

O Renan só não ia chegar no próximo fim de semana?! E por que diabos o Rafael nunca me contou que o Renan era seu irmão gêmeo?

Céus, eu beijei o meu cunhado! E o pior: Eu gostei do beijo e quase o deixei me tocar "lá", onde nem mesmo o Rafa tocou.

Que vergonha!

"Se você não saísse por aí agarrando as pessoas sem olhar direito para elas, isso não estaria acontecendo!" Minha consciência acusa, fazendo-me gemer internamente e olhar de soslaio para o meu cunhado bad boy, que me encara sem entender nada, provavelmente achando que eu sou louca.

Permaneço sentada no chão, ainda sem encontrar minha dignidade que deve ter rolado pela cozinha no momento em que caí e começo usar uma técnica infalível que o meu tio San me ensinou quando eu era menina e tinha medo de falar em público: "Sempre que precisar falar na frente de muitas pessoas,  imagine que elas estão de roupa íntima." Dissera ele uma vez, deixando-me inicialmente confusa, mas foi só usar essa tática pela primeira vez durante um seminário de Português na quarta série e imaginar Constantino, o garoto mais nerd da sala, apenas de cueca, que a tática da "vergonha alheia" se tornou infalível.

No entanto, ao encarar aquele pedaço de mal caminho à poucos metros de mim e imaginá-lo apenas de cueca boxer, minhas bochechas esquentaram ainda mais. Por que esse jeito de malvado nele o torna tão estupidamente sexy?!

"Vai ver essa tática só funcionava no primário, quando os garotos eram cheios de espinhas e você ainda achava que beijar na boca era nojento, sua idiota!" Meu subconsciente zomba, mas eu o ignoro, balançando a cabeça para afastar a imagem do corpo tatuado do Renan completamente nu da minha cabeça.

Sobressalto ao sentir sua mão em meu braço, me desvencilhando do seu toque como se ele tivesse uma doença contagiosa e antes que possa me parar, minha mão direita dispara na direção do belo rosto dele, lhe dando uma bofetada que ecoa pela cozinha e o faz dar dois passos para trás, assustado com a minha reação.

Aproveito essa deixa para ficar de pé em um tempo record e encarar o meu cunhado, que mesmo depois da bofetada que acabou de levar, tem um sorriso safado e malicioso no rosto e agora encara as minhas pernas sem nem ao menos disfarçar.

A maneira como ele me olha não é muito diferente da maneira que o Beto agora a pouco, mas a forma como meu corpo reage ao olhar dele é completamente diferente. Se o olhar do Beto me enoja, o olhar do Renan me envaidece e me deixa extremamente... quente, desejada.

"Que droga de pensamento é esse, Maria Alissa Ferrasi?!" Repreendo-me mentalmente, horrorizada com os meus próprios pensamentos.

 Eu não podia me deixar afetar por um corpo que gritava "me lamba!" , muito menos por aquele sorriso cafajeste de lado que fazia você ter vontade de tirar a roupa.

Renan era problema. Eu sabia disso e por isso faria o possível para ficar longe dele, prometi a mim mesma, obrigando-me a agir como uma pessoa normal, esclarecer o mal entendido e depois correr para o quarto do Rafa o mais rápido possível.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now