Capítulo 25

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|Pov Lissa|

(Sem revisão)

—Sim, mãe. Estou me alimentando bem. —revirei os olhos para o telefone enquanto respondia àquela pergunta. Não importava o quanto eu repetisse que sabia me cuidar, dona Clarice sempre me trataria como uma criança de oito anos.

—Está comendo repolho, alface, brócolis direitinho?

Dessa vez eu ri.

—Sim mãe. Por sinal, estou quase virando uma vaca. Só como mato. —Foi uma piada, mas a minha mãe não achou graça.

—Você sabe que é importante ter uma alimentação equilibrada. Lembra do meu que a sua nutricionista falou? 'Quanto mais verde for o prato...

—Mais saudável ele é.' —Completei por ela.

Na infância tive problemas com o sobrepeso. Quase fiquei obesa, sofri bulling na escola, minha auto estima caiu muito e tive um princípio de depressão. Foi um período extremamente difícil para mim, mas com o apoio da minha mãe e o auxílio de um psicólogo e da minha nutricionista Ana Júlia, consegui superar essa fase 'sombria' da minha vida. Desde então minha mãe faz questão de cuidar da minha alimentação, mesmo sendo péssima na cozinha.

—Isso mesmo! Então trate de enfeitar o seu prato na minha ausência. Quanto mais colorido ele estiver, melhor. —Ela disse, fazendo-me revirar os olhos novamente.

—Okay, dona Clarice. Eu já entendi. —Falei tediada.

—Ótimo, bebê! Agora me diga: e o seu pai? Como está se comportando? —Por 'como está se comportando?' ela quiria dizer 'Ele voltou a beber'?

Eu ainda não havia contado da 'festinha' que ele e os amigos tinham feito aqui em casa, na minha ausência. Achei melhor não preocupa-la.  Quando ela voltasse eu contaria tudo, inclusive que ele chegou bêbado hoje e agora está jogado no sofá da sala dormindo feito pedra. Os berros no meio da rua não foram coincidência. Inicialmente não me me dei conta, mas quando desci até a cozinha para preparar o jantar, depois de finalizar a ligação para a Mila, quase vomitei com o bafo de álcool que saiu dele no momento que ele se aproximou para perguntar onde eu tinha guardado o café descafeinado (sendo que ele estava com uma embalagem do mesmo na mão). Aquele bafo de bêbado era o suficiente para derrubar meia dúzia de elefantes adultos.

Balancei a cabeça e fiz uma careta, lembrando do cheiro horrível.

—Lissa? —mamãe chamou do outro lado da linha.

—Er... Oi mãe. A ligação está ruim. O que foi mesmo que a senhora perguntou? —fingi-me de desentendida.

—Eu perguntei se o seu pai está se comportando. Nós duas sabemos como Giovanni pode ser turrão e difícil de lidar... —Falou um pouco apreensiva.

—Ah! Não se preocupe com isso, mãe. A senhora vai ficar com cabelos brancos antes da hora. O papai está se comportando super bem. —Falei descontraída, tentando transmitir convicção no meu tom de voz. Aquilo não era uma mentira, era uma meia verdade. Em momento algum ele tinha sido grosso comigo, nem dissera nada para me magoar. Pelo contrário, ele estava sendo bastante gentil, apesar da frieza de sempre. Isso significava que nesse aspecto, ele estava se comportando. O que não queria dizer que ele não tinha voltado a beber.

—Fico tão feliz e aliviada em ouvir isso, filha! Eu sei que todas as vezes que ligo para casa sempre faço as mesmas perguntas, que sou repetitiva, que sou chata até, mas sou assim por que amo você e me preocupo com o seu bem estar. Você é a pessoa com quem mais me importo no mundo. —Falou minha mãe, de maneira carinhosa.

Um Bad Boy em minha vidaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin