Capítulo 4 (Parte 1)

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Lissa

(Sem revisão)

Acordei na manhã de domingo me sentindo um trapo devido aos acontecimentos de ontem à noite. Olhei no relógio sobre a cômoda e vi que já passava das sete horas. Espreguicei-me e levantei à contra gosto, já que a cama macia parecia chamar o meu nome, e segui para o banheiro onde fiz minha higiene pessoal.

Assustei-me ao perceber que o zumbi com olheiras profundas que via em minha frente, na verdade era a minha imagem refletida no espelho.

É Lissa, você já teve dias melhores...

Fiz uma maquiagem mais elaborada para disfarçar os grandes círculos escuros sob meus olhos, vesti meu jeans surrado, uma camiseta de uma banda que nunca ouvi falar e nos pés coloquei minha sandália preferida, que além de ser linda é bastante confortável.

Desci as escadas à passos lentos e preguiçosos e fui direto para a cozinha, onde encontrei minha mãe preparando o café da manhã.

Ela não precisou dizer uma palavra para que eu soubesse que o meu pai não havia dormido em casa; A preocupação em seu rosto dizia tudo.

Suspirei, adentrando na cozinha.

-Bom dia, mãe! - Falei tentando manter meu tom de voz o mais alegre possível.

Assim que notou minha presença, ela secou os olhos e me olhou com um sorriso no rosto. Um sorriso que não alcançava seus olhos.

-Bom dia, querida. Fiz torradas para o café da manhã. -Anunciou ela, ainda mantendo o sorriso.

Eu a abracei e beijei o seu rosto.

-Você é ótima, Dona Clarice! Sabe que eu amo torradas no café da manhã. -Sorri verdadeiramente.

Não era a minha comida favorita, mas era uma das poucas coisas que a minha mãe fazia bem na cozinha, embora eu jamais fosse dizer isso à ela.

Sentamos em nossos respectivos lugares na mesa e começamos a comer silenciosamente.

Vez ou outra, flagrei minha mãe olhando para o relógio e suspirando em seguida, sem conseguir esconder sua apreensão. Eu também estava preocupada. Giovanni Ferrasi podia não ser o melhor pai do mundo, mas ainda assim era o meu pai. É claro que eu o amo e temo que algo ruim possa ter acontecido.

-Ele vai voltar! -Falo para ela, tentando transmitir convicção em minhas palavras.

Ela sorri carinhosamente.

-Eu não consigo esconder nada de você, não é mesmo?

Faço que não com a cabeça.

Ela sorri, mas suspira em seguida.

-Tenho medo que algo tenha acontecido. Ele nunca, em nossos quase dezoito anos de casados, tinha dormido fora de casa. Ele estava tão bêbado...

Entendo sua preocupação.

-Hey! Não pense bobagens, mãe! Notícia ruim chega rápido. Se algo tivesse acontecido, nós já saberíamos. Hoje é domingo, ele não tem trabalho. Quando menos esperarmos ele entra por aquela porta. -Falo para tranquiliza-la.

-Assim espero, minha filha. Eu não me perdoaria se alguma coisa acontecesse com o seu pai.

Sua preocupação me leva a querer esclarecer uma dúvida.

-Você ainda o ama?

Dona Clarice engasga com o chá que estava tomando e olha para mim, surpresa com a minha pergunta.

Um Bad Boy em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora