Capítulo 31

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|Pov Lissa|

(Sem revisão)

Ainda estou pensando no Roberto e em tudo que aconteceu na noite anterior quando chego em casa. Tanto a Mila quanto o Renan notaram-me distante, mas atribuí meu modo estranho de agir às lembranças que surgiam na minha mente e consegui convencê-los.

Toda essa história me deixou mais assustada e paranóica que antes, tanto que insisti para que o Renan me levasse até em casa, ao invés de me deixar dois quarteirões antes, como costumava fazer. Havia o risco de sermos flagrados por algum vizinho fofoqueiro, até mesmo por o meu pai, porém cheguei à conclusão de que prefiro mil vezes uma bronca do meu pai, que um encontro inesperado com o canalha do Beto.

Entro em casa na ponta dos pés, tentando não fazer barulho. É domingo, o que significa que há uma grande chance do Giovanni ter saído para jogar e beber com os amigos, mas prefiro não arriscar.

Começo a subir as escadas, quando ouço alguém limpar a garganta atrás de mim. Eu paro onde estou, já sei quem é, antes mesmo de me virar.

Definitivamente, não é meu dia de sorte.

—Lissa? —É a voz autoritária do meu pai. Ele não parece estar de bom humor. Provavelmente o Grêmio perdeu o jogo de ontem.

Droga!

Oi, pai. —Falo toda meiga, virando-me para fita-lo.

Ele me observa com os braços cruzados no final da escadaria.

—Você está encrencada, mocinha. —Fala sério.

—Conte-me uma novidade... —Eu murmuro, rolando os olhos.

—O que você disse?

—Nada, pai. —minto. —Eu não sou mais uma criança! Tenho dezessete anos e logo faço dezoito. Avisei que dormiria fora, então não precisava ficar ligando a cada meia hora.

Ele faz uma careta ao me ouvir.

—Você não é mais uma criança. —Ele concorda. —Mas é menor de idade e mora debaixo do meu teto, comendo a comida que eu trabalho para colocar na mesa. Enquanto viver na minha casa, você obedece as minhas ordens.

Blá, blá, blá

Eu já sei esse sermão de cor, de tantas vezes que ele o repetiu ao longo da minha vida de adolescente.

—Só isso que o senhor tem para me dizer?

—Só.

—Posso subir para o meu quarto? —Pergunto desconfiada.

—Pode.

—Tá bom. —Ameaço dar meia volta.

—Lissa? —Ele me chama novamente e eu volto a olhar para ele. Já sei o que vai dizer.

—Sim, pai?

—Você está de castigo por uma semana. —Giovanni fala a minha "pena" e volta para a sala, onde provavelmente estava lendo o jornal enquanto me esperava chegar em casa.

Claro que ele não me deixaria sem um castigo.  — Suspiro e volto a subir as escadas, com desânimo e irritação.

Dessa vez, faço questão de fazer bastante barulho.
***
No meu quarto, tranco a porta com a chave, me jogo na cama e pego meu celular na cômoda que fica logo ao lado. Envio uma mensagem para a Mila, avisando que cheguei bem e devolvo o aparelho para o mesmo lugar.

Não consigo parar de pensar no Beto.

Para mim está claro que ele anda me seguindo; comprou uma casa vizinha para poder ficar perto de mim e também forçou uma amizade com o meu pai apenas para ter acesso ao interior da nossa casa sem levantar suspeitas. Além de ter me dopado e tentado me sequestrar na noite anterior. Não resta qualquer dúvida sobre isso.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now