Capítulo 19

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|Pov Lissa|

(Sem revisão)

O final de semana chegou sem que eu nem percebesse e pela primeira vez em anos, eu não estava nenhum pouco animada para os dias que costumam ser os mais aguardados por mim. Esse detalhe não passou despercebido. Eu sabia muito bem qual o motivo do meu desânimo e por mais que eu detestasse ter que admitir, tinha haver com o Rafa.

Na noite passada, ele enviou uma mensagem dizendo que hoje me faria uma surpresa e que teríamos uma tarde especial e inesquecível.

Em outra época, eu estaria feliz e ansiosa com a espectativa, mas agora as coisas mudaram. Antes eu não tinha dúvidas de que era com ele que eu queria casar e construir uma família. Rafael Castilho era o meu Príncipe Encantado. Era com ele que eu queria viver o meu 'felizes para sempre'.

Era.

Agora já não tenho certeza de mais nada.

Renan Castilho chegou nas nossas vidas como um tsunami, que revirou o meu mundo e deixou meus sentimentos bagunçados.

Na teoria não havia espaço para dúvidas. Se minha vida fosse um conto de fadas, o Rafa seria o Príncipe íntegro e valente e o Renan, o vilão tatuado e sombrio. Seguindo a lógica, a princesa, no caso eu, não deveria escolher ao Príncipe sem nem pensar duas vezes?!

Então por que eu estava com a maldita sensação de estar fazendo a escolha errada?!

Seria essa princesa tão burra à ponto de trocar o Príncipe Valente pelo Vilão Sombrio, mas incrivelmente atraente?

E, o principal: Se o rumo da história fosse alterado, haveria um final feliz para a mocinha e o Bad Boy?

Balancei a cabeça para afastar o meu devaneio sobre contos de fadas e voltei à vida real. O relógio na cômoda marcava 7h:22min e raios de Sol invadiam o meu quarto através do vidro da janela, fazendo com que um arco-íris multicolorido fosse refletido no teto de gesso. Lá fora, um casal de pombos arrulhava em um jeito não muito agradável de me dar 'bom dia'.

Um bocejo alto escapou dos meus lábios e espreguicei-me, sentindo meus ossos estalarem com o movimento.

—Que ótimo. Estou ficando crocante.
—Murmurei para mim mesma, rindo de uma piada que obviamente não era minha, afastei o cobertor para o lado e pulei da cama, bem disposta.

Fiz minha higiene matinal, arrumei a cama e desci para tomar café. Na cozinha, encontrei meu pai lendo um jornal com uma expressão que, infelizmente, eu conhecia muito bem.

—Bom dia. —Falei seca, só por educação.

—Filha, bom dia. Acordou cedo. Esqueceu que hoje é sábado? —Perguntou surpreso, erguendo uma sobrancelha e me analisando por cima do jornal.

Peguei a garrafa térmica e servi meu café quentinho, como eu gostava.

—Apenas estou pensando em caminhar um pouco no parque hoje. Já faz tempo que não levo o Brutos para um passeio. —Expliquei sem olhar para ele. Brutos é o cachorro da Dona Bethy, nossa vizinha, e eu era a encarregada de levá-lo para passear ao menos duas vezes no mês.  —Além disso, preciso perder algumas calorias. —Completei, soprando o café e tomando um gole em seguida.

Meu pai assentiu com um gesto e voltou a ler o jornal. Meu tom frio e impessoal deve ter deixado claro que eu não estava para conversas.

Tomei meu café, acompanhado por um pão com manteiga, sem que trocassemos mais nenhuma palavra. Lavei a louça que ele e eu havíamos sujado, sequei, guardei tudo e comecei a sair da cozinha, quando ele me chamou.

Um Bad Boy em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora