Um Bad Boy em minha vida

Capítulo 23

|Pov Lissa|

(Sem revisão)

Na segunda-feira, todos no Colégio estavam comentando sobre o meu término com o Rafa.

Como eu sabia disso? Simples: todos estavam cochichando e me seguindo com o olhar, e sempre paravam a conversa na metade quando eu me aproximava.

Eu não me surpreenderia se me dissessem que até os professores estavam comentando sobre o assunto enquanto tomavam um cafezinho antes de iniciarem as aulas.

Gente fofoqueira! - resmunguei em pensamento, revirando os olhos.

—Não liga não, amiga. Daqui a pouco eles encontram outra pessoa para encher o saco. —Mila falou, colocando a mão no meu ombro em um gesto reconfortante de apoio.

Assenti para ela com um sorriso forçado e entramos na sala de aula em seguida. O local estava quase cheio e, inconscientemente, meu olhar foi parar no lugar onde o Renan passara a sentar, ao lado da Monique. Lugar esse que estava vazio.

Suspirei desviando o olhar, em um misto de alívio e decepção, que logo se transformou em choque quando vi que ele estava sentado no antigo lugar, que ficava do meu lado. Essa constatação fez com que o meu coração disparasse de uma maneira ridícula e a minha boca se abrisse em um "o". Minha surpresa era evidente enquanto eu o encarava. 

O Renan me olhava de volta, sério, atento, me analisando como se buscasse no meu rosto a resposta para várias perguntas silenciosas.

Pare de encara-lo! E não fique aí parada como uma estátua. —Ordenou meu subconsciente, tirando-me do transe que me tomou quando fitei aqueles olhos incrivelmente azuis.

Pisquei e desviei o olhar rapidamente, fingindo uma indiferença que eu não sentia.

Arrumei a alça da mochila e voltei a caminhar, até chegar no meu lugar ao lado dele. Coloquei a mochila sobre a carteira, sentei e retirei o material naturalmente, como se não soubesse que ele continuava me encarando. Em momento algum olhei para ele; mantive toda minha atenção na Sra. Durval que acabara de entrar na sala e começara a fazer a chamada.

—Levou um pé na bunda? —O babaca murmurou ao meu lado, em tom de deboche.

Como toda fofoca, várias versões do errôneas deviam estar sendo espalhadas sobre o meu rompimento com o Rafa. A Monique com certeza estava aproveitando o momento para destilar seu veneno e denegrir a minha imagem.

Pelo tom que o Renan usou, logo soube que ele estava tentando descobrir se eu era "a chifruda" ou a "traidora" da história. Ele parecia bem interessado na resposta, provavelmente para tirar sarro de mim depois...

Fechei a cara e apertei o estojo com força, contando até dez mentalmente.

Ignore! —Falei para mim mesma em pensamento, controlando o impulso de me virar pra ele e dizer um alto e sonoro 'foda-se!'.

Respirei fundo e continuei na minha, calada.

—O que foi? Vai ficar me ignorando agora? —Insistiu baixo, quase sussurrando.

Tive vontade de rir.

Claro, Sherlock... —Ironizei em pensamento.

Não respondi nada.

—Tudo bem então. Se você quer assim... —Murmurou novamente, como quem faz pouco caso e não voltou a me incomodar, para o meu alívio.

Depois de fazer a chamada, a Srta. Durval anunciou com satisfação que teríamos uma aula diferente, na sala de vídeo, onde assistiriamos a um filme referente à Segunda Guerra Mundial. A notícia foi comemorada por toda a turma, menos por mim, que gemi internamente ao ouvir as palavras "filme" e "guerra" na mesma frase.