|Pov Lissa|
(Sem revisão)
Tic, tac, tic, tac...
Grunhi e tapei os ouvidos com o travesseiro. Para qualquer outra pessoa, era apenas o som das batidas do relógio, mas para mim, que acordei de ressaca, o barulho infernal tinha o mesmo efeito que teriam marteladas no meu cérebro.
Maldita ressaca!, amaldiçoei.
Deitada de bruços na cama e com o travesseiro pressionado sobre minha cabeça, tateei a cômoda à procura do meu despertador. Se só o 'tic, tac' dos ponteiros incomodava tanto, eu não queria nem imaginar o que o barulho do despertador faria com os meus tímpanos. Provavelmente minha cabeça iria inflar e explodir como em um desenho animado. Encontrei o dito cujo e o desativei, devolvendo-o à cômoda. O relógio marcava seis e trinta e cinco da manhã.
Minha cabeça latejava e o meu corpo pesava como se eu tivesse chumbo embutido nos meus membros. Além disso, tinha também a minha garganta que estava seca e implorava por água da mesma forma que um imigrante perdido no deserto do Saara.
Voltei a amaldiçoar a ressaca, mas tomei-a como lição e fiz uma nota mental para nunca mais ingerir uma gota de álcool, sequer.
Meu nível de disposição encontrava-se abaixo de zero. Queria poder passar o dia inteiro na cama, que jamais parecera tão atraente aos meus olhos, mas agora, já sem o efeito da bebida no meu organismo, meu senso de responsabilidade voltara com tudo. Eu não podia faltar na aula simplesmente porque fui irresponsável na noite anterior e bebi mais do que devia.
Que isso sirva de lição! , dissera minha consciência em tom repreensivo. Sim, eu estava a tomar uma bronca de mim mesma, por mais estranho que isso pareça.
Afastei as cobertas e me espreguicei, pouco antes de me levantar e me arrastar até a cozinha de uma maneira tão lenta quanto uma tartaruga com reumatismo.
Já na cozinha, procurei no armário a pequena farmácia que continha remédios para tudo que é doença que se pode imaginar. Dona Clarice era uma mulher prevenida.
Mãe, estou gripada. Ela tinha o remédio. Mãe, estou com dor de cabeça. Ela tinha o remédio. Mãe, estou com cólica! E, adivinha? Ela tinha o remédio!
Às vezes eu pensava que a minha mãe conhecia melhor sobre as doenças e seus respectivos remédios, que o médico do posto de saúde do bairro.
Depois de alguns minutos de procura, encontrei os remédios dentro de um pequeno cesto na gaveta do armário. Peguei um Advil para aliviar a dor de cabeça e tomei-o, quase esvaziando uma jarra de água tamanha a cede com a qual estava.
Medicada e com a cede saciada por hora, fui até o banheiro, onde esvaziei a bexiga e tomei um banho demorado, que me deixou um pouco mais desperta.
Quando voltei para a cozinha, já vestindo o uniforme do colégio e razoavelmente apresentável após fazer às pressas uma maquiagem leve que disfarçou, mas não cobriu as olheiras, encontrei o bilhete do meu pai no bloco de notas pendurado na porta da geladeira.
Era uma mensagem curta e grossa, bem do estilo do meu pai:
Precisei sair mais cedo para o trabalho. Volto somente à noite.
Ah, e obrigado por ter me coberto ontem à noite.
Finalizou ele, para a minha surpresa. Eu não esperava que ele expressasse gratidão pelo que eu fiz, pois aquilo definitivamente não combinava com o 'estilo Giovanni Ferrasi' de ser. A surpresa, porém, foi agradável e bem-vinda.
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Um Bad Boy em minha vida
Teen FictionMaria Alissa Ferrasi, 17 anos, é uma adolescente brasileira de descendência italiana que vê sua vida mudar quando conhece o seu cunhado Renan Castilho, 19 anos, um bad boy tatuado, desbocado e dono de um sorriso malicioso que deixa qualquer garota d...