Capítulo 49

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|Pov. Lissa|

☆ Sem revisão ☆

PS.: Feliz Natal!!!
Boa leitura ;)

O bar do Fernando estava anormalmente vazio para uma tarde de domingo, quando costumava estar cheio de torcedores fanáticos que se aglomeravam para beber e ver futebol na TV de 56" que ele adquirira recentemente. Uma família de sete pessoas, sendo duas mulheres e cinco homens, todos vestindo camisas do Santos, tinham juntado duas mesas para que todos ficassem juntos em um lugar privilegiado em frente à TV;  Em outro canto do salão, três homens jogavam uma partida acirrada de baralho, enquanto um quarto fazia as vezes de juiz. 

Precisei dar apenas uma olhada rápida pelo local para localizar os cabelos acobreados do dono do bar,  atrás do balcão, conversando descontraidamente com Gustavo Fonseca, o barman bonito e gentil que eu acreditei ser o namorado perfeito para a Mila, até conhecer melhor o Fernando. Fiquei bastante surpresa ao perceber que surgira uma amizade improvável entre dois homens que, teoricamente, deviam ser rivais.

— Pois é, o timão ainda não se recuperou da perda do Tite, mas tenho esperança que o próximo ano será melhor.  — Dizia Fernando, que nunca escondeu ser um corinthiano roxo, mesmo morando em Santos e tendo como clientes, em sua maioria, torcedores santistas.

— Ram, ram... — Pigarreei para anunciar a minha aproximação e ambos viraram a cabeça na direção do som, interrompendo a discussão sobre futebol. — Uhm, Fernando, preciso conversar com você. — Falei séria, me dirigindo ao Fernando. — Ah, oi Gustavo! — Acenei brevemente para ele, tentando retribuir o sorriso radiante que ele me lançara, mas falhei miseravelmente. Tinha certeza que o sorriso mais pareceu uma careta.

— Olá, Lissa! Você está... hã... bem? —
Perguntou ele, parando de sorrir e examinando o meu rosto com preocupação. Me perguntei se ele estaria lembrando da última vez que nos encontramos, quando eu tinha acabado de descobrir sobre o plano imundo do Renan e estava vagando pelas ruas da cidade, desolada. Na ocasião, ele quase me atropelara e depois me dera carona até em casa, sempre muito solícito.

Eu sabia que os meus olhos deviam estar vermelhos e inchados, não muito melhores que da última vez que nos encontramos. Esse era, muito provavelmente, o motivo da repentina preocupação.

— Estou bem, obrigada. — Respondi e dessa vez consegui fazer com que o meu sorriso fosse convincente.

— Mas, os seus olhos...— Ele argumentou, apontando para o meu rosto, e tive minha suspeita confirmada.

— Ah, isso não é nada! — Falei, tranquilizando-o. — Poeira, sabe? Causa irritação. — Expliquei, dando de ombros.

— Sei... — Assentiu ele com a testa franzida, embora não parecesse nem um pouco convencido. Gustavo me analisou por um breve momento, então voltou a sorrir.

Só percebi que Fernando estava em pé ao meu lado quando o mesmo segurou o meu braço, sem aplicar força.

— Será que vocês dois podem deixar o papinho para outra hora? — Disse ele impaciente, se dirigindo a nós dois e, em seguida, voltando-se para mim, perguntou alarmado: — Mila está bem?

— Está! — Respondi apressada e ele soltou o meu braço, suspirando de alívio. Me dei conta que não sabia se Mila estava bem, de fato; Eu continuava ignorando as insistentes ligações dela e não mantinhamos contato há semanas. No entanto, Fernando não precisava saber desses detalhes, não é mesmo?

— Então sobre o que você quer falar comigo? — Questionou confuso e curioso, fazendo-me correr os olhos pelo local, até encontrar uma mesa isolada, distante dos olhos e dos ouvidos de curiosos.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now