Capítulo 18

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|Pov Narradora|

(Sem revisão)

Quando as peças finalmente se encaixaram, Lissa sentiu uma súbita onda de raiva percorrer seu corpo e fechou as mãos com força. Para ela, estava claro que Fernando, o mesmo babaca que dormira com Mila e no dia seguinte lhe dissera que tudo fora um erro, não só era o amigo de quem Renan falava, como também havia mandado ele e a Monique estragarem o encontro da Mila e do Gustavo na noite passada.

Essa constatação foi a gota d'água.

Lissa terminou de tomar seu café, lavou a xícara e preparou o jantar, enquanto planejava o que iria fazer. Não deixaria Fernando estragar o relacionamento de Mila com o Gustavo, antes mesmo dele começar. Durante anos, presenciara o sofrimento de sua melhor amiga e o descaso do Fernando. No começo, Lissa até o entendia. Fernando tinha vinte e três anos, enquanto Mila tinha treze. Pedofilia é crime. Mas agora não há mais essa desculpa. Mila tem quase dezoito, com certeza não é mais uma criança, mas ainda assim, ele continua desprezando-a e fazendo-a sofrer.

---Isso não pode continuar.
---Murmurou para si mesma.
---Preciso fazer alguma coisa.

Decidida, Lissa subiu as escadas que levavam ao primeiro andar e ao entrar no quarto, tirou o pijama velho e se vestiu para sair.

Terei uma conversa séria com Fernando Medeiros, e ele vai me ouvir.
-Pensava ela, enquanto prendia os cabelos em um rabo-de-cavalo.
***
Já passava das seis da noite, quando Giovanni chegou em casa e encontrou a filha arrumada o esperando na sala.
Dessa vez, não perguntou se ela iria sair. Limitou-se a dizer para que ela voltasse cedo e comentou que convidara alguns amigos do trabalho para assistir ao jogo de futebol em casa, naquela noite.

Lissa estranhou aquela informação. Seu pai nunca levara amigos em casa. Para ser sincera, ela nem sabia quem eram os amigos dele. Mas levando em conta que ele havia sido gentil, de novo, a garota não questionou ou discutiu.

---Só não façam muita bagunça. --- Foi tudo o que pediu, sabendo o quão bagunceiro um homem podia ser.
Quando se juntavam, então...

Giovanni já tinha ligado a TV e pareceu não ouvir a recomendação.

Lissa revirou os olhos e começou a sair de casa. Ao chegar na porta, lembrou-se que Renan batera na porta durante sua visita e supôs que a campainha estava com defeito de novo. Apertou o botão e, ao não ouvir nenhum barulho, teve a confirmação.

Deu meia volta e colocou a cabeça para dentro da sala.

---Pai?

---Uhm? ---Balbuciou sem olhar para ela.

---A campainha está com defeito.

---Depois do jogo eu dou uma olhada.
---Falou, olhando por e cima do ombro e Lissa assentiu.

Mas por dentro, ela pensou: Acho que já ouvi essa história antes...
****
Fernando não teve um bom dia, embora várias pessoas, funcionários e conhecidos, tivessem lhe desejado um. O movimento no bar fluía normalmente e ele estava satisfeito ao ver o local cheio. Com a crise atual, o fluxo de clientes havia caído bastante e com isso, ele e seus sócios precisaram pensar em um diferencial, algo que tornasse o local mais agradável e atraísse a clientela. Foi então que surgiu a ideia do karaokê e desde então, o movimento melhorara bastante, fazendo valer à pena cada centavo que ele gastara naquele investimento.

Mas naquela noite em especial, nem mesmo a casa cheia foi capaz de melhorar o seu humor. E como diria seu irmão mais velho: Tudo por causa de um rabo-de-saia.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now