Capítulo 4 (Parte três)

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Lissa

(Sem revisão)

Assim que vi o nome de uma desconhecida piscando na tela do celular do meu namorado, fui picada pela pulguinha do ciúme.

Rafa faz Engenharia Civil na UFSP há dois anos, e passa a semana inteira no Campus da Universidade em um quarto que divide com dois amigos.

Eu sei que ele tem amigas também, pois ele mesmo sempre fez questão de que eu as conhecesse, mas Rafa nunca me falou de nenhuma 'Babi', o que torna tudo pior.

Ele anda escondendo as coisas de mim agora?!

Tomada pela raiva e por um ciúme descomunal, preparei-me para atender o celular e tirar essa história à limpo depois de colocar essa biscate no lugar dela, mas  como em um passe de mágica o aparelho parou de vibrar em minha mão e um Rafael sorridente abriu a porta do quarto trazendo um DVD em uma das mãos e uma vasilha com pipocas na outra.

- Oi amor!  Desculpa pela demora. Eu aproveitei para pedir para a Maria fazer... - Ele parou de falar depois de ver a expressão nada amigável em meu rosto; O sorriso desaparecendo dos seus lábios dando lugar à preocupação. - Lissa, aconteceu alguma coisa? - Pergunta cauteloso, me analisando a uma distância segura.

Eu sorrio de uma maneira enganosamente amável.

- É você quem vai me dizer, meu bem. Aconteceu alguma coisa? - Repito sua pergunta o fitando e seus olhos recaem sobre o seu celular em minhas mãos.

Só então percebo que estou apertando o aparelho com tanta força que poderia quebra-lo. Eu conto até dez mentalmente e afrouxo o aperto, poupando o celular por hora. Dependendo da resposta que o Rafa me der, tenho outras formas bem mais interessantes de quebrar o aparelho.

Como jogando-o na cabeça dele, por exemplo.

- Foi alguém que me ligou? Alguma garota? - Inquire ele, acertando em cheio.

Resolvo ir direto ao ponto.

- Quem é Babi, Rafael? - Falo o nome da biscate como se dissesse um palavrão.

Por falar nisso, que merda de nome é esse?!  Como a Mila diria, isso é nome de Put* com 'P' maiúsculo.

Rafa parece compreender o que se passa, pois entra no quarto e fecha a porta atrás de si. Em seguida, coloca a vasilha de pipocas sobre a cama e senta do meu lado com um pequeno sorriso.

- Você fica linda assim, toda enciumada. - Comenta ele, tentando me abraçar. Eu, no entanto, me afasto do seu toque como se ele tivesse lepra ou qualquer outra doença contagiosa.
- Isso não responde a minha pergunta. Vamos lá, Rafa! Quem é Babi e por que ela tem o número do seu celular? - Volto a perguntar de uma forma ameaçadora.

Meu namorado cruza os braços e suspira.

- Bárbara é uma garota nova na faculdade. Estamos fazendo um trabalho juntos e nos tornamos amigos. Provavelmente é por causa do trabalho que ela estava ligando, mas antes que você pergunte ou atire o meu celular em mim, deixe que eu diga que ela tem um namorado, então não precisa se preocupar. - Ele responde tranquilamente e eu analiso sua resposta em silêncio, decidindo se ele está sendo sincero ou não.

Depois de destrinchar sua resposta, percebo que não gosto nada de como a última parte soou.

- Você disse que ela tem um namorado, por isso não preciso me preocupar. Isso quer dizer que eu precisaria me preocupar se ela fosse solteira? - Pergunto desconfiada.

Uma dica para os homens é a de pensar duas, ou até três vezes, antes de falar algo para uma mulher ciumenta, para o bem de suas próprias bolas, se é que me entendem...

Um Bad Boy em minha vidaKde žijí příběhy. Začni objevovat