Capítulo 36

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|Pov Lissa|

(Sem revisão)

—Precisa de mais alguma coisa, meu bem? —Mamãe pergunta solidária, entregando-me um copo d'água e olhando de canto de olho para Mila, que se encontra encolhida no nosso sofá.

—Por enquanto não. —nego, dando um meio sorriso de gratidão. —Obrigada, mãe.

Ela põe a mão no meu ombro de forma reconfortante.

—Se precisar de alguma coisa, sua tia e eu estaremos na cozinha. —Fala com a voz sussurrada e sai da sala em seguida, deixando-me à sós com Mila.

Sento-me ao lado da minha amiga e ofereço o copo d'água, que ela aceita prontamente, segurando-o com a mão trêmula, toma três goles e devolve o copo, secando o rosto com as costas da mão.

Mila tinha parado de chorar na metade do caminho, mas não falara nenhuma palavra desde então, preocupei-me. De alguma forma, esse silêncio era pior que o choro em si.

—Você quer conversar? —Pergunto com a voz suave, como se falasse com uma criança.

Mila balança a cabeça negativamente, apoia a cabeça no meu ombro e eu a abraço, sofrendo com ela. Respeito seu silêncio, decidida a esperar até que ela se sinta bem para falar sobre o assunto.

Alguns minutos depois, Mila finalmente começa a falar:

—Ele vai ter um filho com a Jessica, Lissa! —diz com a voz embargada. —Você tinha que ver o sorriso presunçoso no rosto dela quando me disse isso. Eu tive que me controlar pra não voar em cima dela...

—Ainda bem que se controlou.
Ela está grávida e o bebê não tem culpa de ter uma vaca como mãe. —Lembro-a.

—Eu sei que não. Por isso me controlei. —Mila diz, parecendo mais calma.

—Já falou com o Fernando? —Pergunto hesitante, vendo-a fechar a mão com força, como quem se prepara para dar um soco. Uma lágrima molha o seu rosto, mas ela a seca rapidamente.

—Fernando estava comigo quando tudo aconteceu. —Fala sem qualquer emoção. —Jessica fez uma cena, fingiu estar se sentindo mal, o idiota acreditou e ficou com ela. Ele fez a escolha dele. Está claro que eu não posso, nem quero, competir com um bebê. —Mila dá de ombros, fingindo indiferença, quando na verdade sei que está chorando por dentro.

Sinto o sangue ferver nas minhas veias, depois de tudo que ouvi. Estou furiosa com Jessica, por ser tão falsa e venenosa e também com o Fernando, por cair no joguinho dela.

—Você sabe que esse filho pode não ser do Fernando, não é mesmo? —Pergunto mantendo a racionalidade.

—Sei. —Mila suspira. —Mas também sei que o filho pode ser dele.

Suspiro também.

—Jessica já transou com metade dos homens da cidade, Mila. Até que o exame de DNA seja feito, nada garante que esse bebê é mesmo filho do Fernando. —Falo com veemência. —É muito estranho que, entre todos os caras desempregados com quem ficou, o pai do filho dela seja justamente o dono de um bar/restaurante, você não acha?

—É mais conveniente para ela dizer que o Fernando é o pai do bebê. —Mila comenta, pensativa. —Isso não quer dizer que ele seja...

—Exatamente! — exclamo, quando ela entende o meu ponto.

—Mas isso não muda nada. — Ela diz depois de alguns minutos de silêncio, retomando a expressão de frieza. 

—Jessica já estava grávida quando vocês começaram a namorar. O Fernando não te traiu. O único erro dele foi não ter contado a verdade antes. —se alguém me dissesse que eu defenderia o Fernando algum dia, eu teria rido na cara da pessoa, mas depois de conhecê-lo melhor e de saber suas verdadeiras intenções com a Mila, mudei o conceito que tinha sobre ele.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now